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Tarifas de Trump, Selic, renúncia no Fed e o polêmico dado de emprego: confira tudo o que mexeu com a bolsa na semana

Investidor vivencia volatilidade nos mercados financeiros, com alta e queda da bolsa

50 anos em cinco dias. Assim poderia ser definida a semana para os mercados aqui e lá fora. O esquenta começou ainda na terça-feira (29) com os dados de produção de uma das maiores empresas da bolsa brasileira: a Petrobras (PETR4). E aí veio a Super Quarta, que estava mais para Hiper Quarta com a decisão de juros no Brasil e nos EUA, e mais uma rodada do tarifaço de Donald Trump.

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Já seria bastante coisa para agitar as bolsas, mas a quinta-feira (31) guardava mais novidades. Outra gigante da bolsa brasileira, a Vale (VALE3), divulgou dados — dessa vez financeiros — referentes ao segundo trimestre de 2025.

Para encerrar a semana — e começar agosto — Wall Street e a B3 viveram uma sexta-feira (1) de caos. A divulgação de uma lista reeditada das tarifas recíprocas pela Casa Branca na noite anterior, derrubou os mercados mundo afora. 

Além disso, uma revisão polêmica de dados de emprego no famoso relatório payroll provocou demissões nos EUA — que não ficaram restritas apenas ao órgão estatístico norte-americano. 

Uma das diretoras do Federal Reserve (Fed), Adriana Kugler, renunciou ao cargo e levou Trump a pedir que o presidente do banco central norte-americano, Jerome Powell, também deixasse o cargo antes do tempo previsto.

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O Seu Dinheiro faz, a partir de agora, um resumo dos mercados na semana que passou. 

A bolsa na semana que passou

A segunda-feira (27) foi marcada pela percepção de que o Brasil estava isolado nas questões comerciais relacionadas aos EUA, depois que a União Europeia (UE) fechou no domingo (27) um acordo com os norte-americanos.

O Ibovespa iniciou a semana decisiva do tarifaço — que até então estava previsto para ser implementado contra o Brasil na sexta-feira (1) —  em baixa: o principal índice da bolsa brasileira fechou em queda de 1,04%, aos 132.129,26 pontos, o menor nível de fechamento desde 22 de abril.

Com mínima a R$ 5,5686 e máxima a R$ 5,6062, o dólar à vista encerrou a segunda-feira em alta de 0,50%, a R$ 5,5899 — a maior cotação desde 4 de junho de 2025, quando fechou a R$ 5,6455 por receio com o fiscal brasileiro, em meio à crise do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). 

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Na terça-feira (28), o mercado recebeu sinais de que o pior cenário em relação às tarifas seria evitado, entre eles a possibilidade de Washington isentar alguns setores da taxação, como alimentos e aeronaves da Embraer (EMBR3).

Com isso, o Ibovespa conseguiu quebrar uma sequência negativa de três sessões para fechar aos 132.725,68 pontos, em alta de 0,45%.

No mercado de câmbio, o dólar à vista fechou em queda de 0,36%, a R$ 5,5695, na contramão da valorização de 0,26% do índice DXY, que mede a moeda norte-americana contra seis pares fortes.

Na Super Quarta, o mercado brasileiro deixou a decisão de juros nos EUA de lado e se concentrou a oficialização do decreto que estabeleceu as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. O documento, além de adiar a entrada da taxação em sete dias, também trouxe centenas de isenções. 

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Com isso, o Ibovespa zerou a queda e se firmou em alta, fechando aos 133.989 pontos (+0,95%), com destaque para o salto de quase 11% das ações da Embraer, favorecida pela lista de exceções ao tarifaço.

O dólar à vista fechou em alta de 0,35%, a R$ 5,5892, depois de oscilar com a notícia de que os EUA aplicaram a Lei Magnitsky (de sanções) contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em um sinal de escalada na tensão entre os países. 

O mercado ainda digeriu a decisão do Fed, que manteve os juros inalterados na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano em uma votação que contou com dois dissidentes pela primeira vez desde 1993

Ainda na noite de quarta-feira, o comitê de política monetária (Copom) manteve a Selic em 15% ano e sinalizou que os aumentos dos juros chegaram ao fim, mas que a taxa deveria seguir em patamar elevado por algum tempo. 

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A quinta-feira (31) marcou o fim do mês, com um desempenho negativo dos ativos domésticos em meio à disputa tarifária entre Brasil e EUA. O Ibovespa cedeu 0,69%, aos 133.071,05 pontos, com queda acumulada de 4,17% em julho —  a maior desde dezembro. 

O dólar à vista fechou em alta de 0,21%, a R$ 5,6008, encerrando julho com uma valorização de 3,07% — a maior desde novembro de 2024. 

O começo de agosto para os mercados

Agosto é conhecido como mês do cachorro louco e não é à toa. Na esteira da entrada em vigor das tarifas e após os dados do payroll fraco de julho, as bolsas em Nova York e o dólar aprofundaram as perdas. 

O estresse nos mercados ganhou força, após Trump ordenar o posicionamento de dois submarinos nucleares em resposta à Rússia e, depois, determinar a demissão da responsável pelo relatório de emprego, sob a acusação de que os números foram manipulados. 

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A cereja do bolo, no fim do dia, foi a renúncia da diretora do Federal Reserve, Adriana Kugler, o que abre vaga à indicação de um novo nome ao board alinhado a Trump.

No front das tarifas, o republicano disse que receberia uma ligação de Lula a qualquer momento para conversas comerciais. 

Depois de passar toda a manhã fora do ar por problemas técnicos na B3, o Ibovespa caiu 0,48%, aos 132.437,39 pontos. Na semana, o índice acumulou perda de 0,81%, após leve ganho de 0,11% na anterior.

O dólar à vista, por sua vez, fechou em queda de 0,99%, a R$ 5,5456, com o real em pontapé positivo para o mês de agosto, após julho ter sido o pior em termos de desempenho mensal desde novembro de 2024.

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