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Letícia Flávia Pinheiro
Letícia Flávia Pinheiro
Jornalista formada pela Universidade de São Paulo (ECA-USP) e redatora para os portais Seu Dinheiro e Money Times.
Conteúdo Empiricus

Hora de fugir de Americanas (AMER3)? Mesmo com proposta para deixar de ser ‘penny stock’, analista não recomenda compra; entenda os principais motivos

Americanas anuncia grupamento de ações e aumento de capital de até R$ 40,7 bilhões, mas indicadores desfavoráveis fazem ativo ser ‘furada’; conheça melhores varejistas para investir

Letícia Flávia Pinheiro
Letícia Flávia Pinheiro
26 de maio de 2024
12:00 - atualizado às 14:34
Americanas em queda

Em janeiro de 2023, ações da Americanas (AMER3), que tem Jorge Paulo Lemann entre os acionistas, chegaram a valer R$ 25 antes do anúncio do rombo bilionário. Hoje, elas valem cerca de R$ 0,50 e não passam de “penny stocks” —  ações negociadas abaixo de R$ 1. 

Diante do movimento para tentar salvar a empresa que está em recuperação judicial, a Americanas informou, na terça-feira (21), a aprovação do Conselho de Administração sobre o aumento de capital de até R$ 40,7 bilhões.

Além disso, os acionistas também aprovaram a proposta de grupamento da totalidade das ações da empresa, na proporção de 100 para 1, a valer a partir de 17 de julho. Isso significa que cada lote de 100 ações deverá ser agrupado em uma única ação da mesma espécie.

Assim, considerando o fechamento da última quinta-feira (23) em que a ação AMER3 era cotada a R$ 0,52, o valor de cada ação seria de R$ 52 com o grupamento. É importante ressaltar, no entanto, que o valor de mercado da empresa não muda com essa mudança. 

Oportunidade de compra para o investidor? Para a analista de ações da Empiricus Research, Larissa Quaresma, muito pelo contrário: você deveria fugir de Americanas. Entenda o porquê: 

Entenda os riscos de comprar AMER3 nesse momento 

Em primeiro lugar, lembre-se que o principal objetivo do grupamento é fazer com que o papel de Americanas deixe de ser uma penny stock. Afinal, ações muito baratas são acompanhadas de diversos riscos, como:   

  • Alta volatilidade, que pode gerar prejuízos para o investidor. 
  • Falta de liquidez, que pode dificultar a compra e venda do ativo, uma vez que há poucos compradores disponíveis no mercado.
  • Risco de manipulação de mercado, como a prática do “pump and dump” (quando o preço de um ativo sobe rapidamente e logo em seguida cai de forma abrupta) e do “short-squeeze” (movimento repentino de alta do preço da ação, causado pelo fechamento de posições de investidores vendidos).

Em entrevista ao Money Times no programa Giro do Mercado, a analista Larissa Quaresma justificou porque a Empiricus, maior casa de análise financeira independente do Brasil, não recomenda a compra de AMER3:

Chances de pressão vendedora e risco de ‘short-squeeze’ 

25% do free float de AMER3, isto é, das ações em circulação e disponíveis para negociação na bolsa, estão em short (ou operação vendida), estratégia que aposta na desvalorização do ativo. Para se ter uma ideia, essa é a porcentagem máxima permitida pela B3.

É comum que os investidores façam essas operações com o aluguel de ações, que no caso de AMER3, está com uma taxa de aluguel acima de 30% ao ano. 

De acordo com a analista de equities, há grandes chances de haver uma pressão vendedora depois do aumento de capital da companhia. 

E a representatividade significativa dos investidores que estão operando vendido pode gerar um short squeeze. Qual a consequência disso? 

Os papéis até podem subir no curtíssimo prazo, já que essa operação “obriga” investidores que estão posicionados em short a encerrarem suas posições. 

No entanto, essa alta se deriva de um movimento especulativo, e não da expectativa da companhia de entregar bons resultados e de crescer a longo prazo, que é o que Larissa Quaresma considera importante em sua análise fundamentalista para identificar as melhores oportunidades da bolsa.  

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Baixa expectativa de rentabilidade da companhia 

Ao longo do tempo, o preço das ações tendem a acompanhar o lucro da empresa. Contudo, por mais que o aumento de capital seja fundamental para a viabilidade econômica da Americanas, Larissa Quaresma ainda tem dúvidas sobre as chances do operacional da companhia de se tornar rentável novamente

A fraude contábil de mais de R$ 20 bilhões impactou a confiança dos consumidores. Se compararmos os primeiros 9 meses de 2023 contra os 9 meses de 2022, a taxa de Volume Bruto de Mercadorias (GVM) da empresa caiu 45%. 

Após o processo de recuperação judicial, Americanas espera atingir um EBITDA (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 1,5 bilhões para 2025. 

“Na minha opinião, essa projeção é otimista, dado que nos últimos 9 meses a empresa teve um EBITDA negativo de R$ 1,56 bilhão”. Veja o prejuízo da companhia segundo o último resultado divulgado:

Dados do último balanço divulgado pela Americanas, que novamente adiou os resultados do 4T23 e do 1º trimestre de 2024
Dados do último balanço divulgado pela Americanas, que novamente adiou os resultados do 4T23 e do 1º trimestre de 2024 - Fonte: UOL

Confira outras empresas do varejo que estão entre as melhores da bolsa para comprar nesse momento 

Em relatório gratuito, analistas da Empiricus Research, empresa do grupo BTG Pactual,  selecionaram 10 empresas que, diferente da Americanas, estão em bom momento operacional e apresentam valuation atrativo (confira quais)

Dentre elas, 3 estão entre as melhores varejistas da Bolsa, negociadas com um Preço sobre Lucro essencialmente descontado em relação às suas médias históricas e ao P/L de outras varejistas, segundo Quaresma. 

Para entender melhor essa oportunidade de compra, confira as recomendações da carteira e acesse a tese de cada uma na íntegra clicando no link abaixo. É gratuito, basta deixar o seu melhor contato: 

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Você também pode ver a análise completa de Larissa Quaresma sobre a Americanas no vídeo abaixo, a partir do minuto 13:59. 

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