No primeiro ano do governo Lula, o Banco do Brasil (BBAS3) fez "barba, cabelo e bigode" e respondeu com números aos críticos que temem uma intervenção política na gestão. O banco registrou lucro líquido recorrente recorde de R$ 35,562 bilhões em 2023, alta anual de 11,4%.
Especificamente no quarto trimestre de 2023, o lucro do BB foi de R$ 9,442 bilhões, o que representa uma alta de 4,8% em relação aos últimos três meses de 2022.
Vale lembrar que o Banco do Brasil foi um dos menos afetados pelo calote da Americanas, por isso a base de comparação é relativamente mais forte que a dos concorrentes.
Ainda assim, o resultado veio acima do esperado pelo mercado, que projetava um lucro de R$ 9,028 bilhões, de acordo com a média das projeções que o Seu Dinheiro compilou.
Enquanto isso, a rentabilidade (ROE, na sigla em inglês) do Banco do Brasil atingiu 22,5% no quarto trimestre de 2023. Assim, ficou novamente bem acima de Santander (12,3%) e Bradesco (10%) e superou até mesmo o todo-poderoso Itaú (21,2%).
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Vem mais dividendos por aí
Além do lucro acima do esperado, os acionistas do Banco do Brasil têm mais um motivo para comemorar. Isso porque o banco anunciou um aumento do percentual do lucro que será distribuído na forma de dividendos em 2024. Desse modo, o payout do BB passará de 40% para 45% neste ano.
Mas antes disso o banco vai depositar na conta dos acionistas dividendos referentes ao resultado do quarto trimestre de 2023. O BB aprovou o pagamento de aproximadamente R$ 630 milhões em dividendos e R$ 1,751 bilhão em juros sobre capital próprio (JCP).
O pagamento acontece no próximo dia 29, mas para ter direito de receber os valores é preciso ter ações do Banco do Brasil (BBAS3) no dia 21 de fevereiro.
Banco do Brasil (BBAS3): crédito (e provisões) em alta
O resultado mais forte do Banco do Brasil no quarto trimestre de 2023 foi puxado pela margem financeira. A linha do balanço que inclui as receitas com crédito menos os custos de captação cresceu impressionantes 20,1% em relação aos últimos três meses de 2022, para R$ 25,769 bilhões.
A carteira de crédito do banco encerrou o ano em R$ 1,109 trilhão, o que representa uma alta anual de 10,3% e de 4% no trimestre.
Mas o avanço veio acompanhado do aumento da inadimplência. O índice de atrasos na carteira do Banco do Brasil passou de 2,5% no fim de 2022 para 2,9% em dezembro passado. No trimestre, houve uma alta de 0,1 ponto percentual.
Ao mesmo tempo, as despesas com provisões para perdas no crédito cresceram 52,8% na comparação com os últimos três meses de 2022, para R$ 9,983 bilhões.
Aliás, a única linha do resultado do Banco do Brasil que ficou fora da estimativa (guidance) da administração em 2023 foi justamente a despesa com provisões.
Tarifas e despesas
Com o acirramento da concorrência, as receitas de prestação de serviços do Banco do Brasil cresceram em um ritmo mais lento. No total, o BB arrecadou R$ 8,744 bilhões com a cobrança de tarifas no quarto trimestre de 2023, uma alta de 3,6%.
Por outro lado, as despesas administrativas avançaram 6,4% em relação aos últimos três meses do ano anterior, para R$ 9,425 bilhões.
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Banco do Brasil (BBAS3): projeções (guidance) para 2024
Por fim, o Banco do Brasil divulgou junto com o resultado as projeções (guidance) da administração para os números de 2024. Confira a seguir:
- Carteira de Crédito – alta de 8,0% a 12,0%
- Pessoas Físicas – alta de 6,0% a 10,0%
- Empresas(2) – alta de 7,0% a 11,0
- Agronegócios – alta de 11,0% a 15,0%
- Margem Financeira Bruta - alta de 7,0% a 11,0%
- Provisão (PCLD) Ampliada – de R$ 27 bilhões a R$ 30 bilhões
- Receitas de Prestação de Serviços – alta de 4,0% a 8,0%
- Despesas Administrativas – alta de 6,0% a 10,0%
- Lucro Líquido Ajustado – de R$ 37 bilhões a R$ 40 bilhões