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O país do futuro: 7 razões pelas quais o BTG Pactual (BPAC11) considera que o potencial do Brasil está prestes a se realizar

Brasil é a Miss Universo dos emergentes

“Brasil, país do futuro” é leitura obrigatória para quem tenta entender um pouco melhor o país.

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O olhar estrangeiro e o tom ufanista de Stefan Zweig foram alvo de críticas na época do lançamento do ensaio, em 1941.

O texto resistiu ao tempo — e talvez assim se mantenha enquanto aquele futuro não se realizar.

Na visão do banco BTG Pactual (BPAC11), porém, o Brasil pode estar próximo de começar a cumprir seu destino.

Em relatório intitulado “Terá finalmente chegado a vez do Brasil?”, o bancão destaca uma série de razões (algumas das quais se entrelaçam) pelas quais considera que o país deveria ser um “ganhador” no atual contexto global.

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Nenhuma delas é exatamente uma novidade, é verdade, bem como os riscos citados pelos analistas da instituição, sob a coordenação de Carlos Sequeira.

Confira a seguir sete motivos pelos quais o BTG considera que o potencial do Brasil talvez esteja prestes a se realizar — e também por que isso pode não acontecer.

1 - Brasil é uma democracia grande e consolidada

O Brasil encontra-se em uma posição única para se beneficiar da nova ordem mundial.

Na avaliação dos analistas do BTG o País é “uma democracia consolidada, geopoliticamente distante dos principais conflitos globais e capaz de manter a neutralidade em um mundo cada vez mais polarizado.

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2 - Agenda sustentável

A agenda sustentável é um dos assuntos mais discutidos da atualidade, principalmente nos Estados Unidos e na Europa. Nesse sentido, o Brasil é uma potência, na visão do BTG.

“O Brasil é um dos países com energia mais limpa do mundo. Cerca de 80% dela provêm de usinas hidrelétricas, eólicas e solares”, escrevem os analistas.

Isso coloca o País em posição única para seguir impulsionando o desenvolvimento e a adoção de energias renováveis.

“O Brasil está extremamente bem posicionado para expandir a produção de biocombustíveis e acelerar o processo de descarbonização do sistema de transporte”, escrevem os analistas do BTG.

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3 - Brasil, celeiro do mundo

O Brasil é o maior exportador líquido de alimentos do mundo.

As exportações de alimentos atingiram US$ 123 bilhões em 2022.

“Isso é três vez mais que o segundo colocado”, destaca o BTG.

Ainda de acordo com o banco, a disponibilidade de terra arável coloca o Brasil em “posição extraordinária” para atender à crescente demanda global por alimentos.

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4 - Produtividade agrícola em constante expansão

A produtividade agrícola tem crescido de maneira consistente.

Desde o ano 2000, a produtividade do setor no Brasil cresceu 58%, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA.

De acordo com o BTG, trata-se de uma das taxas mais elevadas em todo o mundo.

5 - Brasil vem subindo no ranking de maiores exportadores de petróleo

O BTG Pactual também chama a atenção para o tamanho do setor petrolífero.

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O Brasil é atualmente o sétimo maior produtor de petróleo e gás natural do mundo.

Nos cálculos da Agência Internacional de Energia, a expectativa é de que o Brasil apresente a segunda maior taxa de crescimento na produção global de petróleo no intervalo entre 2022 e 2029.

Isso deve fazer com o Brasil se transforme no quinto maior produtor da commodity até 2030.

6 - Brasil, potência mineradora

A posição brasileira na produção de recursos minerais também não escapou da análise do BTG.

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Além de ser o segundo maior exportador de minério de ferro, o Brasil abriga algumas das mais vastas reservas de recursos minerais críticos para a transição energética.

Nominalmente, os analistas do BTG citam a exploração das reservas brasileiras de lítio, cobre e nióbio.

Há ainda um potencial inexplorado. De acordo com o banco, menos da metade do território brasileiro passou por mapeamento geológico aprofundado até hoje.

7 - O mercado acionário brasileiro está barato

O mercado brasileiro de ações está barato, avalia o BTG. E esse preço baixo do mercado local chama ainda mais a atenção quando o Brasil é comparado com outros países.

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As ações brasileiras operam atualmente a um múltiplo de oito vezes preço sobre lucro (P/L) estimado para os próximos 12 meses.

É bem menos que o múltiplo de 21,4x P/L estimado para a Índia, para comparar o Brasil com outra potência emergente.

Quanto mais baixa a relação preço sobre lucro, mais barato está um ativo ou mercado.

A situação salta ainda mais aos olhos quando leva-se em conta que a Petrobras e a Vale representam juntas cerca de 40% dos lucros consolidados do mercado brasileiro de ações.

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O relatório não traz, no entanto, nenhuma atualização da estimativa do BTG para o Ibovespa.

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Mas o que poderia dar errado?

Voltando a Stefan Zweig, seus críticos alegam que o Brasil seria o “eterno país do futuro”. Isso porque o futuro jamais se realizaria diante de uma suposta vocação de não perder a oportunidade de desperdiçar uma oportunidade.

Embora Nelson Rodrigues tenha uma definição para isso, existem empecilhos reais no caminho entre o Brasil e um futuro mais promissor.

Para o BTG Pactual, “os benefícios associados à especial combinação de recursos naturais e posição geopolítica privilegiada têm valor limitado sem o apoio de uma política macroeconômica saudável e de um ambiente político estável”.

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O banco lança luz sobre o endividamento, considerado por ele elevado para um país emergente, e o déficit fiscal. “Equilibrar o orçamento e melhorar a qualidade do gasto público são cruciais para um futuro promissor.”

Entre os desafios a serem enfrentados, o BTG menciona ainda a baixa qualidade do ensino no Brasil e o fato de o país não ter aproveitado o bônus demográfico (quando o número de pessoas em idade ativa é superior ao da população não apta ao trabalho), uma vez que a população agora está envelhecendo em passo acelerado.

Ainda assim, embora o Brasil nunca tenha realizado até hoje seu pleno potencial, o BTG considera que “talvez seja diferente desta vez”.

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