O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) tomou uma decisão polêmica nesta última semana. Não o corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, que era o cenário mais esperado pelo mercado, mas o placar profundamente dividido que marcou a reunião do colegiado.
Isso porque a queda de apenas 0,25 ponto foi defendida pelos cinco diretores mais antigos, incluindo o presidente do BC, Roberto Campos Neto. Os outros quatro, indicados pelo presidente Lula, votaram pelo corte sinalizado originalmente, na última reunião, de 0,50 ponto. Assim, a Selic caiu de 10,75% para 10,50% ao ano.
Entre eles, Gabriel Galípolo e Paulo Picchetti, dois dos possíveis sucessores de Campos Neto quando ele deixar a presidência do BC no fim deste ano. Aliás, até então, Galípolo, que é o mais cotado, vinha votando com Campos Neto nas reuniões do Copom.
Segundo o comunicado que acompanhou a decisão, porém, o colegiado entendeu unanimemente que o cenário macroeconômico demanda ainda uma política monetária restritiva e alguma cautela.
São muitas ainda as incertezas quanto à trajetória dos juros nos Estados Unidos, com tantos dados econômicos mistos, bem como em relação ao risco fiscal no Brasil, apesar de a trajetória de inflação por aqui estar no caminho certo.
Nesse sentido, o corte de apenas 0,25 ponto pode ser visto como prudente, mas deixa a Selic nos dois dígitos por mais tempo, o que não é exatamente o ideal para os ativos de risco.
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Mas afinal, o que a decisão dividida do Copom representa para o mercado? E como a expectativa para os juros, a partir de agora, influencia os seus investimentos em renda fixa e variável?
Para responder a essas perguntas, eu e Vinícius Pinheiro recebemos, nesta semana, Bernardo Assumpção, CEO da Arton Advisors, que também escolheu, é claro, seus touros e ursos da semana.
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