O mercado de criptomoedas encara os desfechos das crises sucessivas do Longo Inverno Cripto de 2022. Depois da sentença de Sam Bankman-Fried, o SBF, pela quebra da corretora FTX, agora é a vez do Do Kwon, cofundador do colapsado protocolo Terra (LUNA) encarar a Justiça.
De acordo com o portal The Block, a SEC, equivalente à Comissão de Valores Mobiliários nos Estados Unidos, exige o pagamento de uma multa de até US$ 5,3 bilhões de Kwon pelo calote aos investidores do protocolo Terra.
Documentos publicados na última sexta-feira (19) pela SEC exigem que Do Kwon e a Terraform Labs, grupo por trás da criação do protocolo Terra, paguem aproximadamente US$ 4,7 bilhões como forma de devolver os lucros obtidos de forma ilícita.
Outros US$ 430 milhões e US$ 100 milhões seriam pagos pela Terraform Labs e por Kwon, respectivamente, em ações civis contra ambos.
Depois de virar pó e perder praticamente 100% do valor em questão de dias, o protocolo Terra até tentou voltar (leia mais no histórico abaixo) com o lançamento de uma nova criptomoeda. Tanto a “nova” Terra (LUNA) quanto a Terra Classic (LUNC) — token antigo do protocolo — continuam sendo negociadas no mercado.
Nesta quarta-feira (24), a Terra (LUNA) é negociada em alta de 3,01%, cotada a US$ 0,6817, enquanto a Terra Classic (LUNC) custa US$ 0,0001138, um avanço de 2,95% nas últimas 24h. Nenhuma delas, contudo, figura entre as 100 maiores criptomoedas do mercado.
No mesmo horário, o bitcoin (BTC) era negociado a US$$ 66.533,24, alta de 0,88% nas últimas 24h.
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Relembre o caso Terra (LUNA) e a crise das criptomoedas
O dia 8 de maio de 2022 marcou o início da derrocada do protocolo Terra (LUNA).
Tanto a criptomoeda quanto a stablecoin TerraUSD (UST) entraram em uma “espiral da morte”, levando consigo bilhões de dólares dos investidores.
Ambas as criptomoedas eram interligadas, e a crise ocorreu após a venda de um grande volume de UST, o que levou o protocolo a colocar emitir mais LUNA para sustentar a paridade da stablecoin. Leia com mais detalhes aqui.
Por se tratar de um mercado com pouca ou nenhuma regulação, o desenvolvedor-chefe do protocolo, Do Kwon, quase conseguiu escapar impunemente — os demais programadores até tentaram lançar uma criptomoeda para substituir a Terra (LUNA), mas o projeto não prosperou.
Quem aproveitou a cortina de fumaça para dar no pé foi Kwon. Ele fugiu do seu país de origem e passou a ser procurado por 195 nações amigas da Coreia do Sul até ser pego em Montenegro.
Além do processo envolvendo a Terra (LUNA) nos Estados Unidos, a Terraform Labs é acusada de dever mais de US$ 78 milhões aos cofres públicos coreanos. As acusações incluem evasão de impostos tanto de sua pessoa física quanto da sua empresa.