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Chegou a hora de comprar ações? Para quem não tem pressa, a bolsa tem boas oportunidades

Touro e urso nos mercados financeiros

Touro e urso nos mercados financeiros

No começo do mês fui ao barbeiro, e enquanto cortava meu cabelo ele me disse que planejava dar um "presente legal" (entenda caro) de dia dos namorados para impressionar sua mais nova amada. Mas havia um grande problema: ele estava sem grana.  

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Eu podia bancar o conselheiro chato e dizer que se ela realmente gostava dele não iria se importar em ganhar algo mais simples neste ano de vacas magras, mas preferi ficar na minha – existem coisas que precisamos vivenciar para aprender…

Bonde do tigrinho

Dado o problema – falta de grana – e a necessidade de impressionar a garota, seria preciso então encontrar uma solução. A mais óbvia seria cortar os gastos do mês para sobrar para o presente. Como? Não sei, talvez levar marmita para o almoço, ir a pé para o trabalho, cortar a academia, entre outras contenções de custos…

Mas não era isso que ele tinha em mente. Meu barbeiro tinha um plano “infalível”.

— "Ruyzão, fica tranquilo porque eu já pensei em tudo. Vou dedicar essas duas próximas semanas pra encontrar uma estratégia top no jogo do tigrinho. Qualquer quinhentão que ganhar já ajuda."

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Mais uma vez, preferi não bancar o "palestrinha" e também não vou entrar na discussão de se vale a pena ou não apostar nesses jogos. A questão mais importante é que não dá para se comprometer com um gasto se a receita é tão incerta.

Não sei exatamente qual foi o fim dessa história, mas suspeito que o plano não deu muito certo, já que poucos dias depois vi um post dele na rede social vendendo algumas roupas usadas, provavelmente tentando levantar uma grana para pagar o tal presente. 

Nova onda de pessimismo na bolsa

Essa história é real e meu barbeiro não parece ser o único a planejar gastos apostando em um dinheiro que nem sabe se vai existir.

Na semana passada, justamente no dia dos namorados, o presidente Lula disse que tinha um plano para bancar os gastos do país. Eles seriam cobertos com mais arrecadação (leia-se impostos), o que gerou uma onda de pessimismo no mercado, fez a bolsa cair, o dólar subir e a curva de juros futuros disparar. 

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Primeiro porque o empresariado tem se mostrado extremamente descontente com o aumento dos tributos, e não se sabe realmente se dá para o governo contar com um aumento na arrecadação – aliás, a reação contrária à MP do Pis/Cofins é uma prova disso. 

Segundo porque o corte de gastos, que seria a via mais fiscalmente responsável, nem sequer foi citado pelo presidente. 

Fato é que a bolsa voltou para os menores níveis desde novembro de 2023, com sérios receios de que a coisa iria desandar de vez. Mas será que podemos apostar nesse cenário?

A tese do cercadinho

Como Felipe Miranda gosta de lembrar, o Brasil é um país que vive em uma espécie de cercadinho. Se as condições estão boas demais, o governo abre a caixa de maldades para gastar mais do que pode, levando os mercados para baixo.

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Essa é a parte ruim da tese do cercadinho. A parte boa é que ela também funciona para o outro lado. Quando o sentimento está muito ruim e a coisa parece estar perto de desandar de vez, começamos a notar uma espécie de união de forças para tentar livrar o país de um risco de ruptura.

Depois de uma enxurrada de notícias negativas, começamos a notar uma melhora.

Para começar, os membros do Copom voltaram a falar a mesma língua na reunião desta semana. E logo depois das declarações de Lula sobre arrecadação, os ministros Haddad e Tebet apareceram na mídia para dizer que o governo defende, sim, uma revisão ampla dos gastos.

Ainda não é o suficiente para fazer o investidor voltar correndo para a bolsa, mas já ajuda a estancar a sangria. 

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Humor na bolsa está ruim, mas resultados corporativos devem melhorar 

Além disso, é importante lembrar que apesar de um cenário macro turbulento, as empresas seguem mostrando evolução de resultados. 

Depois de um ano de 2023 bastante difícil, o lucro das empresas que compõem o Ibovespa deve crescer 19% em 2024, 8% em 2025 e 9% em 2026, de acordo com as estimativas da Bloomberg.

Isso, combinado com múltiplos muito baixos, traz duas outras vantagens para os investidores.

Fonte: Bloomberg | Elaboração: Seu Dinheiro. 

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Primeiro, valuations baixos tendem a oferecer uma boa margem de segurança caso o cenário não melhore tão cedo. 

Segundo, se a tese do cercadinho se mostrar válida mais uma vez, o que acredito ser provável, o humor voltará a melhorar e as ações contarão com um amplo espaço para valorização, dado que partem de valuations bastante deprimidos. 

Ninguém sabe se depois de tanta notícia ruim o humor finalmente vai voltar a melhorar. O que eu sei é que nos patamares atuais o risco vs retorno da bolsa brasileira parece muito atrativo, e mesmo que a recuperação demore um pouco, o potencial de valorização no longo prazo é grande. 

Apenas como curiosidade, uma pequena melhora do noticiário nesta semana já fez uma das ações presentes na série Vacas Leiteiras subir mais de 15% em apenas três dias. 

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Se quiser conferir essa e todas as outras ações da série, deixo aqui o convite

Um grande abraço e até a semana que vem. 

Ruy

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