O erro de Stuhlberger: gestor do Fundo Verde revela o que o fez se arrepender de ter acreditado em Lula
Em apresentação a investidores Stuhlberger qualificou 2024 como ‘ano extremamente frustrante e decepcionante’
O presidente e diretor de investimentos da Verde Asset, o gestor Luis Stuhlberger, declarou-se arrependido por ter confiado que haveria algum esforço do atual governo para equilibrar as contas públicas.
"Eu me penitencio por ter acreditado que o PT teria alguma seriedade fiscal", declarou Stuhlberger, que também é gestor do Fundo Verde, durante apresentação a investidores na terça-feira (7).
Segundo ele, a "ficha caiu" quando, além de mudar as metas para os resultados das contas primárias dos próximos anos, o governo encaminhou o projeto orçamentário de 2025, descrito por ele como uma "peça de ficção" ao prever aumento das despesas no limite do marco fiscal (2,5%), sob a premissa de que as receitas vão subir 3,5%.
Ele também qualificou 2024 como um ano “extremamente frustrante e decepcionante”.
- Receba matérias especiais do Seu Dinheiro + recomendações de investimentos diretamente em seu WhatsApp. É só clicar aqui e entrar na In$ights, comunidade gratuita.
Stuhlberger vê credibilidade do arcabouço em xeque
Os comentários explicam por que Stuhlberger decidiu fazer alocações de carteira com base na perspectiva de piora das condições fiscais, após as perdas com títulos prefixados, no ano passado, atribuídas à situação das contas públicas.
De acordo com o gestor, dada a facilidade em mudar o arcabouço - o que, segundo ele, colocou em xeque a credibilidade da regra -, o risco fiscal voltou a assombrar, ainda que o Brasil venha de um processo de queda da inflação e exiba uma posição favorável nas contas externas.
Leia Também
O Banco Central (BC), prevê o presidente da Verde Asset, tende a ser ainda mais hawkish — o termo indica que a autoridade monetária deve ser mais agressiva ('hawk' significa 'falcão' em inglês) no controle da inflação —, mantendo a taxa básica de juros (Selic) mais elevada.
Stuhlberger lembra que a autoridade monetária já está reativa em razão da deterioração no ambiente internacional, com o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) adiando o início do ciclo de cortes de juros, e também em função do mercado de trabalho aquecido, o que traz dúvidas sobre a desinflação de serviços.
Stuhlberger espera comunicado mais duro
Assim, na avaliação do gestor do Fundo Verde, o Banco Central deve não só reduzir o ritmo de cortes da Selic para 0,25 ponto porcentual como endurecer o tom nos comunicados. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) será anunciada hoje.
"A reação do Roberto Campos Neto (presidente do BC) a um orçamento que é uma 'peça de ficção' é ser mais hawkish. Vamos ver a mensagem no pós-25 (pontos-base, ou 0,25 ponto porcentual). Imagino que possa ser mais hawkish do que se imagina", comentou.
Stuhlberger avaliou que os efeitos positivos de reformas realizadas pelos dois governos anteriores - de Michel Temer e Jair Bolsonaro -, que resultaram em "maior potencial de crescimento" do Brasil, estão sendo "estragados pelo PT".
Com as novas despesas criadas pelo governo Lula — entre elas, o reforço do Bolsa Família, a regularização dos pagamentos de precatórios e o reajuste do salário mínimo acima da inflação —, ele afirma que todo o espaço para gastos permitido pelo arcabouço já está tomado nos orçamentos dos dois próximos anos.
Por outro lado, o governo não tem mais muito espaço para aumentar impostos, de modo que Stuhlberger disse imaginar que, daqui para frente, poderão surgir manobras de contabilidade criativa para que despesas sejam pagas fora do orçamento.
Mudança de rumo
Diante desse cenário, ele disse que trocou Notas do Tesouro Nacional Série B (NTN-Bs) — títulos públicos emitidos pelo governo com rentabilidade indexada à inflação —, ou Tesouro IPCA+, com vencimento em 2035, por títulos do Tesouro dos Estados Unidos, de dez anos, apostando na diferença de taxas, o chamado spread, que chegou a ficar na faixa de 500 a 600 pontos-base no governo Dilma Rousseff.
"Não estou dizendo que vai para lá (aos 600 pontos de spread), mas é o que acontece quando o fiscal é tratado de forma irresponsável", disse o CEO da Verde.
- LEIA TAMBÉM: China não é ameaça aos EUA — ao menos não no campo econômico, diz Stuhlberger, da Verde Asset
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora
Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões
BofA seleciona as 7 magníficas do Brasil — e grupo de ações não tem Petrobras (PETR4) nem Vale (VALE3)
O banco norte-americano escolheu empresas brasileiras de forte crescimento, escala, lucratividade e retornos acima da Selic
Ibovespa em 2026: BofA estima 180 mil pontos, com a possibilidade de chegar a 210 mil se as eleições ajudarem
Banco norte-americano espera a volta dos investidores locais para a bolsa brasileira, diante da flexibilização dos juros
JHSF (JHSF3) faz venda histórica, Iguatemi (IGTI3) vende shoppings ao XPML11, TRXF11 compra galpões; o que movimenta os FIIs hoje
Nesta quinta-feira (11), cinco fundos imobiliários diferentes agitam o mercado com operações de peso; confira os detalhes de cada uma delas
Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever
Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial
Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista
A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto
Investidor estrangeiro minimiza riscos de manutenção do governo atual e cenários negativos estão mal precificados, diz Luis Stuhlberger
Na carta mensal do Fundo Verde, gestor afirmou que aumentou exposição às ações locais e está comprado em real
Após imbróglio, RBVA11 devolve agências à Caixa — e cotistas vão sair ganhando nessa
Com o distrato, o fundo reduziu ainda mais sua exposição ao setor financeiro, que agora representa menos de 24% do portfólio total