O pagamento de dividendos extraordinários pela Petrobras (PETR4) subiu no telhado? Pelo menos é desta forma que uma parte do mercado interpretou as declarações do CEO da estatal, Jean Paul Prates.
Em entrevista à Bloomberg, Prates disse que seria "mais conservador do que agressivo" na distribuição de dividendos, ao citar que a Petrobras precisará investir no processo de transição energética.
“Precisamos ser cautelosos. Os acionistas vão entender”, afirmou o CEO da Petrobras.
De fato, os acionistas entenderam, mas talvez não da maneira que Prates desejava. Isso porque as ações da Petrobras (PETR4) passaram a cair forte após a declaração. Por volta das 14h10, os papéis recuavam por volta de 3%.
O CEO da Petrobras disse ainda que cerca de metade da receita da estatal em dez anos virá de fontes eólicas, solares e de combustíveis renováveis, e a empresa deve fazer aquisições já neste ano para impulsionar essa mudança.
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Petrobras (PETR4) e os dividendos extraordinários
A Petrobras anunciou a tão aguardada mudança na política de dividendos em julho do ano passado. A estatal passou o dividendo trimestral de 60% para 45% do fluxo de caixa livre. Você pode relembrar essa história em uma matéria que o Seu Dinheiro preparou na ocasião.
Depois disso, em outubro de 2023, a estatal aprovou as mudanças no estatuto que poderiam colocar o pagamento de dividendos também em risco.
Mesmo assim, a companhia continuou distribuindo quantias bilionárias em proventos. No terceiro trimestre, por exemplo, a empresa desembolsou R$ 17,5 bilhões aos seus acionistas.
A ampla expectativa do mercado agora é — ou pelo menos era até a declaração de hoje de Prates — pela distribuição de dividendos extraordinários.
Nas contas do Itaú BBA, por exemplo, a Petrobras poderia pagar entre US$ 4,5 bilhões e US$ 8,5 bilhões. O BTG Pactual foi além e estimou um potencial de US$ 11,4 bilhões viriam em pagamentos extraordinários nos próximos cinco resultados trimestrais.