A expectativa de dias melhores para os acionistas da Oi (OIBR3) viraram realidade — ainda que por um breve período de tempo. Enquanto o principal índice da bolsa brasileira amarga perdas nesta quinta-feira (8), os papéis da companhia de telefonia renovam máximas intraday.
Por volta de 11h (horário de Brasília), as ações OIBR3 ultrapassaram a cotação de R$ 1,00 na B3 pela primeira vez desde o fechamento do dia 10 de agosto de 2023. Cerca de uma hora depois, os papéis registravam alta de 41,86%, a R$ 1,22.
A repentina recuperação das ações da companhia de telefonia na B3 tem ao menos uma explicação: o anúncio de um novo plano de recuperação judicial na última terça-feira (6), na segunda reestruturação de dívidas na história da Oi.
Isso é o que defende a empresa. “Pode ter contribuído para tais oscilações possíveis expectativas dos investidores com relação à nova versão do plano de recuperação judicial apresentada [...] em 06 de fevereiro”, afirma a Oi em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) hoje.
O blow out, que é uma apresentação detalhada de informações discutidas com credores, também tem sua parcela de apoio à forte valorização recente.
Na semana, as ações da Oi acumulam ganhos de quase 76%. No ano, o avanço é de cerca de 67%, mesmo com a alta volatilidade dos papéis. Siga os mercados.
Oi: O novo plano de recuperação judicial
O novo plano, apresentado nesta semana, prevê um novo financiamento de US$ 650 milhões — o que equivale a cerca de R$ 3,2 bilhões no câmbio atual — e a venda de ativos avaliados em mais de R$ 15 bilhões.
Entre os produtos que foram colocados na prateleira estão a operação de banda larga (Oi Fibra), a participação na V.tal e imóveis.
Com isso, há a expectativa de que a redução total da dívida financeira chegue à casa de 75%.
O atraso para a conclusão do plano se deve à complexidade da negociação e à dificuldade de acordo entre a empresa e seus credores — que até agora não teve uma conclusão.
Segundo a Oi, o novo plano não deve comprometer a operação e a expansão de seus negócios no segmento de fibra óptica, principal produto da companhia.
Vale lembrar que a primeira versão do plano foi apresentada em maio do ano passado, e a empresa esperava assinar até julho um Acordo de Apoio à Reestruturação (RSA, na sigla em inglês) com os credores, o que não aconteceu. O RSA tem a função de angariar o apoio necessário para a aprovação do plano.
O Grupo Oi entrou em recuperação judicial pela segunda vez em março de 2023, com dívidas de R$ 44,3 bilhões. O processo inclui as subsidiárias, como Portugal Telecom International Finance B.V e Oi Brasil Holdings Coöperatief U.A, e corre na 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro.
*Com informações de Estadão Conteúdo