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Amigos para sempre? A mensagem que o encontro entre Lula e Biden enviou ao Brasil — e ao mundo

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante Reunião com o Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden.

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante Reunião com o Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden.

Em uma busca rápida no Google é possível encontrar pelo menos três filmes com o título “Amigos para sempre”. Um fala da relação entre um homem rico tetraplégico e seu assistente com históricos criminais; o outro mostra a trajetória de um adolescente de 16 anos e seu cachorro e o terceiro, da relação entre um avô, um neto e um pelicano. 

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Esses três filmes não têm só o título em comum — eles tratam da construção da confiança e cumplicidade ao longo do tempo, o que torna seus personagens, amigos para sempre. 

Nesta sexta-feira (10), os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Joe Biden ensaiaram o que pode ser a (re)construção da confiança e de uma relação de amizade entre Brasil e EUA. 

Lula esteve em Washington para uma série de encontros rápidos que terminou com declarações conjuntas na Casa Branca. 

A ideia da visita — assim como nos filmes — é mostrar que, isolado, nenhum país segue adiante, mas juntos, os desafios podem ser superados — ainda que a democracia esteja ameaçada, aqui e lá. 

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O que Lula disse a Biden

Lula foi o que falou mais. Dos 13 minutos da conversa que foi acompanhada pela imprensa, o presidente brasileiro desfrutou de dez deles. 

O petista usou esse tempo para reconstruir a imagem de que o Brasil é um país democrático, com um povo trabalhador e alegre. Ele também não perdeu a oportunidade para criticar seu antecessor, Jair Bolsonaro, e afirmar que vai recolocar o país no cenário internacional.

“O Brasil ficou quatro anos se automarginalizando, um presidente que não gostava de manter relação com nenhum país. O mundo dele começava e terminava com a fake news de manhã, de tarde e de noite. Ele parece que menosprezava relações internacionais”, disse Lula, referindo-se à Bolsonaro, mas sem mencioná-lo.

O presidente brasileiro destacou ainda que os EUA representam muito para o Brasil, com uma relação histórica, econômica, cultural, mas listou problemas nos quais ambos têm de trabalhar juntos — o primeiro deles é nunca mais permitir os eventos no Capitólio e no Brasil, com a invasão do Congresso, do Palácio do Planalto e da Suprema Corte, se repitam. 

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Lula também fez uma defesa à agenda ambiental e sugeriu a adoção de uma governança global para a questão climática. 

“Não sei qual é o fórum, se é na ONU, no G20, no G8, mas alguma coisa temos de fazer para que a gente obrigue países, os nossos Congressos, os nossos empresários a acatar decisões que nós tomamos a nível globais. Se isso não acontecer, a nossa discussão sobre a questão climática ficará muito prejudicada”, disse. 

Com a palavra, Joe Biden

Nos três minutos em que Biden falou, ele destacou que EUA e Brasil devem continuar a defender valores democráticos. 

“As nossas duas nações são democracias fortes e foram testadas, duramente testadas. Em ambos os casos a democracia prevaleceu”, disse Biden, agradecendo a visita de Lula. 

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“Somos as duas maiores democracias do hemisfério e Brasil e EUA se unem para rejeitar a violência política e os ataques às nossas instituições”, acrescentou.

O presidente norte-american também defendeu a união de norte-americanos e brasileiros para enfrentar problemas globais. 

“Nossos valores em comum e os fortes laços entre os nossos povos tornam Brasil e EUA parceiros naturais para enfrentar os desafios globais atuais e especialmente as mudanças climáticas”, afirmou.

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