“Você pode controlar seu cliente? Isto não é um comício político. Isto é um tribunal”, avisou o juiz Arthur Engoron, que comanda o julgamento contra Donald Trump, aos advogados do ex-presidente dos EUA.
Trump esteve no banco dos réus nesta segunda-feira (6) por cerca de quatro horas para responder sobre uma fraude milionária envolvendo suas empresas.
O ex-presidente norte-americano evitou respostas diretas, gabando-se, em vez disso, das suas propriedades e da sua riqueza. Ele acusou a procuradora-geral de Nova York, Letitia James, de usar o caso para promover a sua carreira política e acusou o juiz de reduzir o valor das suas propriedades.
“Acho que este caso é uma vergonha. Muitas pessoas estão deixando Nova York exatamente por causa desse tipo de coisa”, disse Trump. “É interferência eleitoral porque você quer me manter no tribunal.”
O juiz alertou Trump — o favorito à nomeação republicana para concorrer às eleições de 2024 — que poderia ordenar sua expulsão do tribunal caso não respondesse diretamente às perguntas.
A fúria de Trump
Nos primeiros minutos no banco dos réus, o ex-presidente dos EUA atacou a procuradora-geral e reclamou que Engoron “sempre decide contra mim” — o que levou o juiz a responder que a declaração não era verdadeira.
Por vezes, Engoron parecia frustrado com o depoimento de Trump e com as interrupções dos advogados.
Ele alertou repetidamente o pré-candidato republicano para responder diretamente às perguntas e não fazer “discursos”, e alertou a equipe de defesa que as explosões de Trump poderiam enfraquecer seu caso legal.
“Este é um julgamento muito injusto”, disse Trump.
O ex-presidente norte-americano foi dispensado do depoimento depois das 16h (de Brasília). Sua filha mais velha, Ivanka Trump, deverá ser chamada para testemunhar no caso na quarta-feira (7).
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O caso
A procuradora-geral pretende impedir permanentemente Trump, Donald Trump Jr. e Eric Trump de administrar uma empresa no Empire State.
Segundo Letitia James, eles se envolveram em anos de fraude financeira.
No processo, a procuradora-geral alega que os Trump distorceram intencionalmente os valores dos seus ativos nas demonstrações financeiras para inflacionar falsamente o patrimônio líquido de Trump e obter benefícios fiscais e melhores condições de empréstimos e seguros.
“No final das contas, a única coisa que importa são os fatos”, disse James antes de entrar no tribunal. “E os números, meus amigos, não mentem.”
*Com informações da CNBC e da CNN Internacional