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Quebra do SVB e risco de crise bancária viram projeções pelo avesso e mercado agora antecipa corte de juros nos EUA

Jerome Powell, presidente do Fed, com efeito

Montagem com Jerome Powell, presidente do Fed

Parece ter acontecido em um universo paralelo. Não faz nem uma semana que o presidente do Fed, Jerome Powell, levou muitos agentes do mercado a darem como certa uma aceleração da alta dos juros na decisão de política monetária prevista para 22 de março.

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Naquela dimensão do multiverso, o aperto monetário iniciado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) no fim de 2021 só começaria a ser revertido lá pelo meio de 2024.

Mas a quebra do Silicon Valley Bank (SVB) virou tudo do avesso. Hoje, grandes investidores já se preparam para um iminente reposicionamento do Fed.

Os futuros indicam que as chances de o Fed aumentar os juros na próxima semana caíram de 70% para zero depois da crise do SVB.

Ainda no mercado de taxas, a curva de juro das Treasuries já projeta um alívio monetário a partir da reunião de julho.

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A dinâmica por trás da crise do SVB, segundo o Deutsche Bank

Até o início da semana passada, o SVB era reconhecido internacionalmente como o “banco das startups”.

Empresas consideradas arriscadas demais pelos bancões tradicionais encontravam no SVB um parceiro de investimentos e acesso a crédito.

Em um intervalo de 48 horas, a admissão de uma perda bilionária desencadeou uma corrida bancária que culminaria na decretação de falência de uma instituição financeira com 40 anos de atuação.

Numa nota a clientes, Jim Reid e sua equipe de estrategistas no Deutsche Bank resumiram assim a derrocada. “Os problemas do SVB são uma combinação de um dos maiores ciclos de alta de juros da história, uma das curvas de juro mais invertidas da história, a explosão de uma das maiores bolhas de tecnologia da história e o crescimento descontrolado do capital privado.”

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“O único ingrediente ausente aqui é uma recessão nos Estados Unidos”, pontua o banco alemão.

Goldman Sachs vê interrupção da alta de juros pelo Fed em março

O banco norte-americano Goldman Sachs vê o Fed de mãos atadas por causa do resgate aos clientes do SVB e do Signature Bank, fechado pelo banco central em meio a temores de um efeito dominó.

"À luz do recente estresse no sistema bancário, não esperamos mais que o Fomc [comitê de política monetária do Fed] entregue um aumento de juros em sua reunião de 22 de março, com considerável incerteza em relação às reuniões seguintes", escreveu o economista-chefe do Goldman, Jan Hatzius, em nota a clientes.

Antes da quebra do SVB, Hatzius e sua equipe antecipavam um aumento de 25 pontos-base na próxima reunião do Fomc.

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Por via das dúvidas, o Goldman Sachs mantém a projeção de que o Fed ainda elevará os juros em maio, junho e julho.

“Agora antecipamos uma taxa de juros terminal entre 5,25% e 5,50%, apesar da grande incerteza em relação a como se chegará a isso.”

*Com informações do MarketWatch.

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