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Rachadura no poder de Putin: A revolta de Wagner pode ajudar a contraofensiva da Ucrânia?

Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, fala ao G20 sobre a guerra com a Rússia

Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

Um dia após a Ucrânia afirmar que a principal contraofensiva ainda estava por vir, o opositor Vladimir Putin vivenciou um dos seus maiores pesadelos — a rebelião do grupo paramilitar Wagner, importante aliado do governo russo contra os ucranianos.

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A insurreição das tropas mercenárias aconteceu no último sábado (24), após o líder Yevgeny Priogozhin, acusar a liderança militar russa de ataque a um dos acampamentos do Wagner com uma "grande quantidade" de mortes.

O movimento, na visão de autoridades ucranianas, abriu uma rachadura no poder de Putin como o "primeiro estágio" para acabar com o regime russo.

"Prigozhin é apenas parte do grupo e parte do plano, a ponta do iceberg do processo de desestabilização", disse o secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, Oleksiy Danilov, em publicação nas redes sociais.

Ainda nas palavras de Danilov, "o regime de Putin foi apunhalado pelas costas, se não um golpe instantaneamente mortal, mas certamente inevitável, embora atrasado no tempo". E, para ele, "a contagem regressiva começou".

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Mesmo em meio à tensão, o governo russo reiterou que a rebelião de um dos seus principais aliados armados não afetará a ofensiva militar na Ucrânia. Também, não houve retirada imediata dos soldados da Rússia na linha de frente da guerra contra Kiev.

Por fim, ainda não é possível saber quais serão os impactos da crise das forças russas e se, de fato, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky e o exército podem capitalizar a desordem que abalou o Kremlin.

Fraqueza da Rússia é óbvia, diz presidente da Ucrânia

Antes mesmo do acordo entre o grupo Wagner e o governo russo, Volodymyr Zelenshy, se manifestou nas redes sociais e afirmou que "a fraqueza da Rússia é óbvia".

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"Em um dia, eles perderam várias de suas milhões de cidades e mostraram a todos os bandidos russos, mercenários, oligarcas e qualquer outra pessoa como é fácil capturar cidades russas e, provavelmente, arsenais com armas", disse o presidente ucraniano.

Um presságio ucraniano?

Na última sexta-feira (24), três oficiais ucranianos enviaram o sinal mais claro até agora de que a parte principal da contraofensiva ainda não começou e que "o pior [para a Rússia] ainda estava por vir".

Segundo o conselheiro presidencial Mykhailo Podolyak, as operações ofensivas das Forças Armadas da Ucrânia continuam em várias áreas e operações de formação estão em andamento para preparar o campo de batalha.

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A vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Hanna Maliar, disse que os eventos principais da contraofensiva estavam por vir. "E o golpe principal ainda está por vir. De fato, algumas das reservas serão ativadas mais tarde", disse Maliar à televisão ucraniana.

Na última semana, a Ucrânia diz ter recuperado oito aldeias — apesar dos ganhos "mais lentos do que o desejado", segundo o presidente do país, Volodymyr Zelensky.

Ainda segundo as autoridades, as forças ucranianas retomaram Piatykhatky e avançaram até sete quilômetros nas linhas russas em duas semanas, capturando 113 quilômetros quadrados de terra.

Rachaduras que não existiam antes

Em entrevista à CNN americana, o secretário de Estados dos EUA, Antony Blinken, disse que a tentativa de insurreição do grupo Wagner foi um “situação extraordinária” e que criou “rachaduras que não existiam antes”.

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“Trata-se de uma questão em andamento e não vimos o final dela ainda, por isso é muito cedo para dizer o que vai acontecer”, disse Blinken neste domingo (25).

O secretário ainda destacou que as forças russas, há pouco mais de 16 meses, estavam "na porta de Kiev, achando que iriam tomar a cidade em poucos dias”, mas que a partir de agora o país precisa se defender dentro do próprio país — referindo-se ao grupo Wagner, que era um importante aliado paramilitar de Putin.

“Isso levanta uma série de questões que deverão ser respondidas nas próximas semanas.”

*Com informações de CNBC, CNN e Reuters

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