A Argentina está a menos de duas semanas do segundo turno das eleições presidenciais. Se na primeira rodada, Sergio Massa, candidato governista, foi apontado como preferido, as novas pesquisas mostram que o segundo colocado, Javier Milei, da oposição, é o mais cotado para assumir a presidência do país.
De acordo com o Observatorio de Encuestas, que compila as pesquisas de intenção de voto mais recentes, a diferença das médias entre os candidatos caiu para 0,3 ponto percentual.
Entretanto, o levantamento mais recente realizado pela CB Consultoria e divulgado no último domingo (5) mostra uma vantagem de Milei sobre Massa.
Candidato do La Libertad Avanza, Milei teria 46,3% dos votos totais, enquanto o representante do Unión por la Patria ficaria com 43,1%. Dos votos válidos, Milei fica com 51,8% contra 48,2% do atual ministro da Economia.
Enquanto o ultraliberal e crítico do atual governo — do qual Massa é ministro da Economia — ganha espaço com seu discurso antipolítica, o candidato peronista tenta abocanhar o eleitorado com sucessivos benefícios sociais.
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Eleições na Argentina: Massa perde fôlego
Para tentar acalmar o mercado financeiro, avesso às propostas menos austeras de Massa, o ministro da Economia já anunciou que já definiu quem será seu sucessor à frente da pasta em um eventual governo.
O candidato ainda disse que o ministério da Fazenda não será do seu entorno político, mas “alguém de outro setor”.
Massa ainda fez um aceno aos seus adversários políticos, afirmando que metade da diretoria do Banco Central da Argentina (BCRA, em espanhol) será de oposição, “para que haja controle”, segundo ele.
Seja como for, o ministro da Economia recentemente enfrentou uma crise de desabastecimento de combustíveis em Buenos Aires, a maior cidade do país. A falta de outros produtos também pesa sobre a candidatura de Massa.
Além disso, o Plano Platita — que consistiu em uma série de benefícios assistencialistas para a população — garantiu a boa chegada de Massa no primeiro turno. Entretanto, o efeito do “dinheiro no bolso do eleitor” parece ter perdido força para a segunda rodada.
Do outro lado da disputa
Já Milei está em uma situação menos desconfortável. Isso porque a recente aliança com o partido Juntos por el Cambio (JxC), da terceira colocada no primeiro turno, Patricia Bullrich, parece ter surtido efeito na candidatura do ultraliberal.
Isso porque o JxC é a segunda maior bancada tanto da Câmara quanto do Senado argentino. Ainda que o La Liberdad Avanza seja a quarta sigla em tamanho nas Casas, as propostas do candidato ultraliberal começam a ter mais chances de serem aprovadas.
Entre outros nomes influentes na política da Argentina, está o do ex-presidente do país, Maurício Macri.
Vale destacar que a maior bancada do Congresso ficou com o Unión por la Patria. No entanto, nenhuma das siglas conseguiu maioria nas Casas, o que exigirá traquejo político de quem assumir a cadeira presidencial.
O segundo turno acontece em 19 de novembro e o futuro presidente deve assumir o posto na Casa Rosada, sede do governo da Argentina, em 10 de dezembro.