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‘Shapella’ acontecerá em pouco tempo: entenda a nova atualização que permitirá sacar Ethereum (ETH) da blockchain

O ethereum 2.0 será o próximo passo do ethereum (ETH) e pode ser um destrave de preço para a segunda maior criptomoeda do mundo

A atualização mais esperada do ano para a rede da segunda maior criptomoeda do mundo, o Ethereum (ETH), está para acontecer no dia 12 deste mês. O chamado Shapella Update é a união de duas novidades que estavam no programa de atualizações (roadmap) do éter desde o estabelecimento do The Merge.

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O nome Shapella se deve às duas atualizações que foram instauradas hoje: a Shanghai, que altera protocolos de execução, e a Capella, que atualiza um mecanismo de consenso da rede. Para os mais aficionados por tecnologia, a própria Ethereum Foundation disponibiliza longos documentos técnicos sobre cada uma delas — divirta-se com eles aqui.

Já para o investidor mais interessado no preço de tela, a principal mudança será um aumento da liquidez da rede. E isso acontecerá porque os tokens em staking (ou sejam travados na rede) após o Merge começarão a ter os saques liberados. 

O Shapella estabeleceu uma série de outras pequenas atualizações on-chain, mas o evento principal que os analistas consultados pela reportagem destacam é sem dúvidas a liberação dos tokens em staking

Em um primeiro momento, nem os preços do ethereum nem de criptomoedas construídas em cima da blockchain devem subir. Há expectativa de que essas atualizações gerem um acúmulo de valor no longo prazo. 

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Como funciona o staking na rede do Ethereum 

A mudança estabelecida a partir do The Merge, que mudou o método de validação da rede ethereum de proof-of-work (PoW, a prova de trabalho) para o proof-of-stake (PoS, a prova de participação) também alterou a maneira com a qual o usuário interage com a rede.

Recapitulando, para se tornar um validador da rede, o usuário ou entidade precisa possuir uma certa quantidade de token ETH em sua carteira. Assim como na mineração do bitcoin, os autenticadores recebem uma recompensa por inserir novos blocos na rede.

Protocolos especializados em staking captam recursos dos clientes para ter mais moedas e assim autenticar mais blocos. A recompensa para os usuários que emprestam essas moedas é o pagamento de taxas — mais ou menos como funcionam os Títulos do Tesouro do governo, o que explica o fato de esse mecanismo ser comparado à renda fixa. 

O tamanho da rede validadora do Ethereum

Mesmo antes do The Merge, alguns protocolos já permitiam o staking na rede do ethereum, de olho nas recompensas projetadas pelo roadmap. O número de tokens nesse sistema, no entanto, teve um salto de 32,3% a partir de setembro, acumulando aproximadamente US$ 33,1 bilhões nas cotações atuais.

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Fonte: The Block Research

Cada plataforma de staking que opera no ethereum paga taxas diferentes, mas todas convergem para um retorno médio de 4%.

O número pode parecer pequeno — se compararmos com a renda fixa brasileira, que é mais de três vezes esse valor —, mas o investidor também lucra com a valorização do token, o que torna os ganhos ainda mais interessantes.

Leia mais sobre protocolos de staking mais abaixo.

Já dados do Delphi Digital apontam que os validadores da rede já receberam mais de 1,1 milhão tokens ETH como recompensa — quase US$ 2 bilhões na cotação atual. 

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Gatilhos de defesa contra explosão de saques

Existe um cenário já projetado pelos desenvolvedores em que os usuários façam uma “corrida bancária” com tokens em staking de forma massiva. O saque desses US$ 33 bilhões e a venda de outros US$ 2 bilhões poderiam desestabilizar o protocolo.

Mas, de acordo com Valter Rebelo, analista da Empiricus, o mecanismo de ajuste dinâmico das taxas de staking serve para evitar esse cenário.

“Em primeiro lugar, não faz muito sentido acontecer essa retirada em massa. O cara que participa do staking já correu muito mais risco quando os tokens estavam travados e, agora que ele tem liquidez, vai retirar?”, explica.

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“E você tem um outro mecanismo que encoraja o staking, que é a taxa de recompensa dinâmica. Conforme as pessoas vão se retirando, a recompensa aumenta e aumenta a liquidez”. Em outras palavras, essa “corrida bancária” beneficia quem mantiver os tokens em staking, equilibrando o sistema.

Criptomoedas de staking também não ficam para trás

Como dito anteriormente, existem protocolos que fazem staking em cima da rede do ethereum. Muitos deles são desenvolvedores que criam criptomoedas próprias para aumentar os ganhos da comunidade.

Esses protocolos de staking criados em cima da rede do ethereum também se valorizaram nos últimos dias, com expectativas em relação aos saques.

Entretanto, vale destacar que esse movimento pós atualização é sustentado apenas pelo otimismo dos investidores e não necessariamente por alguma novidade maior. 

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Confira a seguir o desempenho dos 5 maiores protocolos de staking da rede ethereum.

NameVAR(%) DiaVAR(%) MêsVAR(%) 2023
Lido-1,90%-2,27%13,42%
Coinbase Wrapped Staked ETH-1,80%-1,97%15,80%
Rocket Pool-4,15%-0,04%8,33%
Frax Ether-1,09%0,45%29,65%
StakeWise-1,93%-2,53%11,61%
Fonte: DeFi Llama

Assim como o ethereum, essas criptomoedas também podem ser compradas diretamente por meio de carteiras digitais (wallets) ou nas principais corretoras do planeta — como Binance, Coinbase, OKX. Já nas exchanges brasileiras, é mais difícil encontrar esses tokens. 

Por fim, vale ressaltar que o investimento em criptomoedas é altamente arriscado e não se deve alocar uma parcela maior do que 5% do seu portfólio em ativos digitais.

E não vá andar fora da lei

Um debate recente nos Estados Unidos tem potencial de afetar os negócios das criptomoedas. 

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A SEC, a CVM americana, tem lançado inúmeras investigações sobre plataformas e entidades ligadas ao mercado de criptomoedas.

De acordo com argumentos utilizados pelos integrantes da Comissão, a prática de staking na rede do ethereum seria semelhante a um valor mobiliário e, portanto, deveria seguir uma série de regras. Mais do que isso: em alguma instância, a SEC teria o poder de banir o uso da blockchain do éter nos EUA. 

Mas o debate vai muito além disso. O entendimento legal que atualmente rege o mercado por lá é o de que as criptomoedas são commodities e, portanto, estariam sob a jurisdição da Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities (CFTC, em inglês). 

Enquanto as duas entidades batem cabeça e os EUA não tem uma regulação específica como o Brasil, cabe ao investidor permanecer atento a quaisquer novidades sobre o tema.

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