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XP reporta queda no lucro líquido e corte de funcionários em meio à cobrança de Benchimol por resultados

Guilherme Benchimol, sócio fundador da XP

Guilherme Benchimol, sócio fundador da XP

Os últimos acontecimentos na XP dão sinais de que os negócios não andam muito bem na empresa de Guilherme Benchimol. No final do ano passado, a companhia fez um corte importante no quadro de funcionários - especulava-se que o facão tivesse atingido 10% da empresa. Nesta quinta (16), veio à tona um e-mail enviado por Benchimol a escritórios de agentes autônomos no qual ele cobra os profissionais pela captação de novos clientes.

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Mas, no que diz respeito ao quarto trimestre de 2022, a XP conseguiu crescer o número de clientes em 14%, totalizando 3,9 milhões. A empresa também conseguiu avançar no volume de ativos sob gestão, que subiu 16% na comparação com o mesmo período de 2021, para R$ 946 bilhões. Os números confirmam a prévia de resultados operacionais da empresa, divulgados há um mês.

O lucro líquido, por sua vez, sofreu uma queda importante de 21% em relação ao quarto trimestre de 2021, chegando a R$ 783 milhões. Houve queda de 24% do lucro também da passagem do terceiro para o quarto trimestre de 2022.

No total do ano, o resultado foi de R$ 3,58 bilhões, o que representa uma leve queda em relação aos R$ 3,59 bilhões registrados no ano anterior.

No quarto trimestre, a captação líquida também caiu 36% na comparação com o mesmo período do ano passado, passando a R$ 31 bilhões. No ano como um todo, a captação líquida caiu 33%, para R$ 155 bilhões.

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Quanto à rentabilidade do negócio, a XP apurou uma rentabilidade sobre o patrimônio de 18,1% nos três últimos meses do ano passado ante os 24,4% no terceiro trimestre..

Na contramão de outros negócios da empresa, o segmento de cartões da XP teve um crescimento relevante, com o volume transacionado em 2022 atingindo R$ 25 bilhões, alta de 140% na comparação anual.

No after-hours da bolsa americana, a ação da XP chegou a cair mais de 9%.

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XP corta funcionários

Em carta endereçada aos acionistas, o CEO, Thiago Maffra, disse que a empresa iniciou 2022 com uma estrutura "incompatível com as dificuldades que enfrentaríamos no ano".

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"A redução nas contratações e ajustes de despesas feitos ao longo de 2022 não evitaram a compressão de margens em meio ao cenário descrito", diz o texto.

Maffra revela, ainda, que a XP iniciou no quarto trimestre um ajuste na estrutura de custos. Naquela época, o Seu Dinheiro noticiou que estava havendo cortes na empresa, mas a resposta da XP foi no sentido de que eram demissões pontuais.

A carta indica também que os cortes se estenderam para o começo deste ano. Ao final de 2022, a XP contava com 6.928 colaboradores. Mas, ao final de janeiro, o número era de 6.549, uma redução de 5,5% em relação a dezembro.

Cobrança sobre AAIs

Nesta semana que antecedeu a divulgação dos resultados, começou a circular nos grupos de WhatsApp da Faria Lima uma mensagem enviada pelo fundador da XP, Guilherme Benchimol, a colaboradores e escritórios de agentes autônomos (AAIs).

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No texto, Benchimol se inclui nas críticas ao dizer que "o sucesso nos fez perder" um pouco da humildade e pede que voltem a fazer "aquilo que realmente nos fez chegar até aqui".

Ele também sugere que os funcionários da área comercial voltem a trabalhar presencialmente, dizendo que "nada substitui viver as rotinas comerciais junto com os colegas, sócios e líderes no dia a dia".

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