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O ingrediente secreto da MasterSense para crescer 40% em um ano e se expandir pelo Brasil e América Latina

Produção industrial

Compreender o que a MasterSense faz requer um pouco de imaginação — afinal, ela não está tentando vender um item de beleza que promete acabar com rugas ou uma peça de roupa, mas sim ingredientes e aromas para a indústria de alimentos. De fato, um pouco abstrato; ainda mais quando levamos em conta  sua rápida expansão pelo Brasil e América Latina.

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"Não estou vendendo um sapato, mas um pozinho branco que vai num alimento", brinca Tiago Pusas, vice-presidente da companhia, em entrevista ao Seu Dinheiro.

E nessa tentativa de vender o tal "pó mágico" — na prática, ela fornece para a indústria —, a MasterSense faturou cerca de R$ 240 milhões apenas em 2022, um salto de 41% na comparação com o ano anterior. O plano para os próximos anos é seguir acelerando e com presença em praticamente todos os nossos países vizinhos.

Hoje, há escritórios na Colômbia e no México, além de outros mais recentes no Chile, na Bolívia, na Guatemala e no Uruguai. Com isso, 25% do faturamento da companhia já vem de fora do Brasil.

Para este ano, a ambição é elevar a receita em pelo menos 31% e atingir US$ 60 milhões (cerca de R$ 300 milhões, no câmbio atual), com forte impulso das operações internacionais.

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Como a MasterSense cresceu

Criada em 2005 em Jundiaí (São Paulo), a MasterSense aproveitou-se da resiliência de seu setor de atuação: alimentação, afinal, é um segmento de primeira necessidade — ninguém deixa de comer, por mais adverso que esteja o cenário econômico; ao mesmo tempo, novos hábitos vão sendo adotados. 

Um bom exemplo é a onda de alimentação mais saudável surgida durante  a pandemia: segundo os executivos da empresa, houve uma alta na procura por itens como barras e bebidas proteicas, por exemplo — dois alimentos que podem contar com ingredientes fornecidos pela MasterSense. 

Também é possível citar os a alimentos à base de plantas, que contam com ingredientes como proteína de ervilha e colágeno — é aqui que a companhia entra com seus ingredientes nada visíveis ao consumidor.

Apesar de dificuldades como a alta dos juros e da inflação, que castigam tanto os consumidores quanto as empresas, Pusas e Gustavo Assis —  o presidente da companhia — aproveitaram o momento de crise para solucionar outras dores de seus clientes.

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Afinal, se não dava para investir em algo grandioso, era preciso pelo menos continuar oferecendo o melhor produto possível na gôndola do supermercado, a fim de sustentar o negócio.

"Sabemos que abrir uma fábrica nova tem a ver com linha crédito, que hoje está escassa, tem relação com ter dinheiro disponível em caixa. E numa crise isso vai ficar parado mesmo. Mas, apesar disso, o empresário precisa vender e trazer coisas novas para o consumidor, é nessa parte que entramos", explica o vice-presidente. Pode ser um ingrediente novo ou algo que reduza o custo de produção, por exemplo.

De olho em novas possibilidades

Também na esteira da mudança de hábitos da pandemia, a MasterSense observou que já não adiantava mais vender apenas para seus clientes de sempre — essencialmente pequenas e médias empresas —, mas também olhar para as oportunidades de venda direta ao consumidor  que vinham surgindo.

Um bom exemplo são as pessoas que, confinadas em casa e sofrendo com a crise econômica, passaram a vender produtos para fora, como bolos de pote ou ovos de Páscoa artesanais.

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"Essa ideia desafiou nosso modelo tradicional de fazer negócios, especialmente para dar acesso para esse novo tipo de cliente", diz o CEO Gustavo Assis.

Foi assim que começou o processo de aprimorar o e-commerce da MasterSense, capaz de fornecer seus produtos diretamente aos microempreendedores.

"Isso é um aprendizado diário, em que tentamos levar nosso conhecimento de vender para a indústria nessa experiência de lidar direto com o consumidor", afirma.

Para o futuro, a MasterSense também pensa em explorar outros segmentos não muito distantes, como o setor farmacêutico e de produtos para animais de estimação como fontes alternativas de receitas. Tais projetos podem incluir fornecer componentes para ração para cachorros ou de nutrição esportiva.

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