Copel (CPLE6) vence Eletrobras e se torna a ação de energia favorita do BTG Pactual. O que esperar dos papéis?
O banco elevou o preço-alvo para as ações preferenciais da Copel (CPLE6) para R$ 12, implicando em um potencial de valorização de 37% nos próximos 12 meses
A privatização parece ter iluminado novos caminhos para a Copel (CPLE6). Pelo menos, na visão do BTG Pactual. O banco melhorou as projeções para a companhia paranaense de energia após a oferta de ações (follow-on) que diluiu a participação do Estado do Paraná na empresa.
O follow-on foi concluído nesta quarta-feira (13). E, agora que a Copel se tornou oficialmente uma corporation — isto é, uma sociedade sem acionista controlador —, o banco acredita que há muito potencial a ser destravado e retomou a cobertura dos papéis.
Os analistas elegeram a paranaense como a ação preferida do setor de energia, vencendo nomes como a Eletrobras (ELET3). Na visão do BTG, a Copel é um dos “nomes mais baratos” do segmento e oferece um dos melhores perfis de risco e retorno entre os pares.
O banco elevou o preço-alvo para as ações preferenciais CPLE6 para R$ 12 por ativo, implicando em um potencial de valorização de 37% nos próximos 12 meses.
As ações da Copel operam em alta nesta manhã. Por volta das 11h25, os papéis CPLE6 subiam
1,14%, negociados a R$ 8,88.
Vale ressaltar que o BTG Pactual foi o coordenador líder da oferta que tirou a Copel das amarras do estado paranaense.
A oferta da Copel (CPLE6)
De acordo com o BTG, o novo preço-alvo para Copel (CPLE6), de R$ 12 por ação, será mantido até que haja novas perspectivas de migração da empresa para o Novo Mercado, o segmento mais elevado de governança da B3.
“A Copel já havia anunciado sua migração para o Novo Mercado, mas o BNDES votou contra isso. Não acreditamos que a migração esteja fora de questão, mas, por enquanto, parece que a decisão foi acertada para evitar um maior escrutínio político, apesar de prejudicar a liquidez das ações”, ressalta.
Mesmo assim, a visão mais otimista do BTG Pactual para Copel (CPLE6) se baseia em cinco principais questões. Entre elas, estão o resultado da empresa no segundo trimestre de 2023 e a renovação da concessão de três das principais usinas hidrelétricas da Copel.
Além disso, os analistas avaliam as potenciais melhorias de eficiência de uma Copel privada, novos investimentos na divisão de distribuição da companhia paranaense e a nova emissão de ações pós-follow-on.
Isso porque a oferta de ações da Copel, que movimentou R$ 5,13 bilhões, contou com a emissão de novas ações e a venda da participação do acionista controlador (o Estado do Paraná).
Ao todo, foram emitidas 246 milhões de novas ações. Por sua vez, o governo paranaense vendeu 375 milhões de papéis, reduzindo sua participação no capital da Copel, de 69,66% para 26,96% do total de ações com direito a voto.
A operação foi dominada por fundos de investimento locais e por investidores estrangeiros. Os fundos ficaram com a maior parcela das ações da Copel, correspondendo a 52,2% dos novos integrantes da base acionária da elétrica, enquanto os gringos corresponderam a 44,3%.
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O que o BTG Pactual vê na Copel (CPLE6) privatizada
Para os analistas, a Copel (CPLE6) já vinha de um processo de recuperação intenso desde 2019, quando Daniel Slaviero assumiu o cargo de CEO da companhia.
De lá para cá, a empresa paranaense equilibrou os custos, vendeu ativos não essenciais e melhorou a alocação de capital, segundo o BTG.
Mas, apesar do bom desempenho passado da Copel, o banco acredita que ainda há mais a conquistar agora que a empresa passou pelo processo de privatização.
“Apesar de tudo o que foi entregue, havia um limite de quanta eficiência poderia ser extraída de uma empresa pública. Mas vemos espaço para mais, mesmo com toda a melhoria já feita”, afirmam os analistas, em relatório.
De acordo com o BTG Pactual, a empresa tem potencial para igualar os níveis de eficiência aos de seus concorrentes privados, enquanto oferece um alto patamar de dividendos.
“A concessão da Copel está localizada em uma região densa e de alta renda, e possui a equipe e as ferramentas certas para levá-la a níveis de eficiência semelhantes aos de seus pares privados.”
Caso a empresa consiga atingir esse nível de eficiência, os analistas acreditam que a Copel poderá cortar ainda mais os custos, com redução de 25% em relação ao ano passado.
Vale lembrar que, durante a transição para “corporação”, a Copel já deu início ao plano de redução de custos operacionais, com o anúncio de um programa de demissão voluntária (PDV) de R$ 300 milhões.
Os analistas projetam uma taxa interna de retorno (TIR) real de 11,6% para CPLE6, considerando questões como o potencial de redução de custos nos segmentos de geração, transmissão e distribuição de energia.
Copel vs Eletrobras: qual a ação vencedora?
Logo que o BNDES gerou ruídos no processo de venda da Copel (CPLE6), os investidores passaram a desconfiar que a elétrica estivesse fadada a percorrer o mesmo caminho da Eletrobras (ELET3), que vem enfrentando uma série de resistências do governo após a eleição do presidente Lula.
Na visão do BTG Pactual, ainda que o mercado compare a tese de investimento da
Copel com a da Eletrobras, “existem diferenças importantes” entre as companhias.
São essas mesmas discrepâncias que garantem mais vantagens para a Eletrobras, cujas ações podem saltar até 51% no próximo ano, nos cálculos do BTG.
Então, se o potencial de valorização é maior para ELET3, por que o BTG Pactual elegeu a Copel como a ação favorita do setor de energia? A resposta é simples: a paranaense tem menos desafios à frente que a Eletrobras, na visão dos analistas.
“Gostamos de ambos os casos de investimento, mas consideramos que a Copel é uma peça menos complexa do que a Eletrobras.”
Para o BTG Pactual, enquanto a ex-estatal federal enfrenta forte pressão política de seu principal acionista, a Copel deve receber apoio do governo paranaense pelo menos durante os próximos quatro anos.
Não bastasse a pressão do governo Lula, a tese em Eletrobras ainda é dependente do atingimento de projeções operacionais maiores.
“As vantagens que vemos na Eletrobras dependem de premissas agressivas, mas alcançáveis”, afirmam os analistas.
Isso porque o banco projeta uma redução de custos superior a 50%, além de um corte de 30% nos empréstimos compulsórios e utilização de créditos fiscais.
“A Eletrobras é uma empresa muito maior e mais complexa, então as mudanças tendem a demorar mais para se materializar.”
“O bom para a Copel é que a sua privatização aconteceu quando todos já estavam muito pessimistas em relação aos preços da energia”, disse o BTG Pactual, em relatório.
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