🔴 [NO AR] MERCADO TEME A FRAGMENTAÇÃO DA DIREITA? ENTENDA A REAÇÃO DOS ATIVOS – ASSISTA AGORA

Camille Lima

Camille Lima

Repórter de bancos e empresas no Seu Dinheiro. Jornalista formada pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), em 2025 foi eleita como uma das 50 jornalistas mais admiradas da imprensa de Economia, Negócios e Finanças do Brasil. Já passou pela redação do TradeMap.

PRIVATIZAÇÃO EM RISCO?

Cemig e Copasa vão para as mãos de Lula? O que sabemos até agora sobre o plano de Zema de federalizar as estatais mineiras

O governador de Minas Gerais apoiou os planos de transferir ativos mineiros para o governo federal como forma de pagar as dívidas multibilionárias do estado com a União

Camille Lima
Camille Lima
23 de novembro de 2023
14:01 - atualizado às 17:34
Cemig (CMIG4)
Cemig (CMIG4) - Imagem: Divulgação

Em questão de dias, as ações da Cemig (CMIG4) foram do céu ao inferno, com uma queda acumulada superior a 16% nos últimos cinco pregões. E tudo pelos temores do mercado de que a privatização da companhia vá por água abaixo após o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, concordar com uma potencial federalização de ativos estaduais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na última quarta-feira, Zema apoiou os planos de transferir ativos mineiros para o governo federal como forma de pagar as dívidas do estado com a União, atualmente estimadas em cerca de R$ 170 bilhões.

Ou seja, em uma reviravolta na história, a Cemig pode parar nas mãos do governo Lula, que já deixou claro não ter o menor interesse na pauta de privatizações. E a venda da estatal era justamente uma das grandes apostas do mercado.

"Após décadas, temos perspectiva de solução para a dívida bilionária acumulada no passado", disse Zema. "Talvez tenhamos o problema resolvido no primeiro trimestre do próximo ano.”

Mas por que o governador de Minas Gerais, adversário político de Lula, aparentemente desistiu do plano original de vender as estatais para a iniciativa privada? E a federalização afinal é boa ou ruim para o investidor na bolsa que tem ações da Cemig ou da Copasa? A seguir você confere algumas respostas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O que há de concreto até agora sobre a federalização das estatais mineiras?

A proposta de transferência de ativos estaduais como a Cemig, a Copasa (CSMG3) e a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) para a União veio do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

Leia Também

A federalização de ativos estaduais seria uma alternativa ao Plano de Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que prevê medidas como congelamento de salários de servidores estaduais e privatização de companhias estatais. 

Pacheco, vale lembrar, é apontado como um possível candidato à sucessão de Romeu Zema ao governo de Minas Gerais em 2026.

A federalização já foi tema de reuniões entre integrantes do governo Lula, que têm interesse na proposta.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por que Cemig (CMIG4) desabou na B3 ontem?

As ações da Cemig começaram a reagir mal desde o início das especulações sobre uma possível federalização. Mas após Romeu Zema confirmar que estuda essa alternativa, os papéis ampliaram as perdas.

As ações CMIG4 puxaram as quedas, com baixa de 9,71% ontem, enquanto CMIG3 recuou 5,82%. Já os papéis da Copasa (CSMG3) caíram 2,83% na última sessão. No pregão de hoje, as ações operam próximas à estabilidade.

Mas por que o mercado reagiu tão mal ao plano? Uma palavra explica o movimento de ontem: privatização. No caso da Cemig, o governador tinha planos concretos de desestatizar a companhia

Vale lembrar que, no final de agosto, Zema anunciou uma proposta de emenda à constituição (PEC) para acelerar o processo de desestatização de empresas controladas direta ou indiretamente pelo governo mineiro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Porém, a resistência política na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALEMG) aparenta ter tornado o plano de federalização a única saída previsível para os problemas fiscais do Estado.

Ou seja: as empresas passariam do comando de um governo que se mostrava mais do que disposto a privatizá-las para o controle de Lula, em um governo que se posiciona contrário a privatizações em geral.

É importante ressaltar que, para que a federalização seja, de fato, aprovada, a proposta ainda deverá passar por aprovação de uma lei ordinária pela ALEMG e de uma lei federal pelo Congresso. 

Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3): Quanto valem as empresas?

Uma das preocupações do mercado é a relevância da venda da Cemig e da Copasa para pagar os débitos com a União, devido ao tamanho da dívida de Minas Gerais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em entrevista à Folha de São Paulo, Rodrigo Pacheco afirmou que a transferência dos ativos mineiros para o governo federal seria feita a um “preço justo”, que deve ser calculado através de um laudo de avaliação independente.

Nas contas do BTG Pactual, ainda que o estado de MG detenha 51% das ações com direito a voto da Cemig, o governo estadual possui apenas 18% do capital total da companhia, o que implica em uma participação de R$ 6,36 bilhões, considerando o último fechamento.

Já no caso da Copasa, a participação de Minas Gerais é de 50,03%, equivalente a um montante de R$ 3,46 bilhões

Ou seja, somando o valor correspondente das participações, o governo liderado por Zema levantaria pouco menos de R$ 10 bilhões — menos de 10% do montante total da dívida de Minas Gerais com o governo federal.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mas é provável que o governo mineiro tente negociar um prêmio de controle para vender as empresas ao governo Lula. Assim, o valor final que o Estado receberá caso a proposta vá adiante pode ser maior. 

Ao mesmo tempo, o governo federal pode enxergar um valor estratégico em controlar uma concessionária de energia elétrica relevante como a Cemig, especialmente depois da privatização da Eletrobras, ainda de acordo com o BTG.

Como ficam os minoritários de Cemig e Copasa?

Todo processo de troca de controle, mesmo que aconteça entre um Estado e a União, precisa respeitar a Lei das S/A, o estatuto das companhias e o regulamento da B3.

Por isso, a Copasa oferece hoje uma proteção maior aos acionistas minoritários do que a Cemig por estar no Novo Mercado, o segmento de listagem com práticas mais rigorosas de governança corporativa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na prática isso significa que, no caso de venda do controle, todos os acionistas da Copasa (CSMG3) possuem 100% de tag along. Em outras palavras, os minoritários têm o direito de vender suas ações nas mesmas condições que o governo mineiro.

No caso da Copasa, o BTG Pactual destaca que, apesar da proteção de tag along, não há informações sobre os termos em que seria feita a transferência de controle e “a federalização de uma empresa de abastecimento de água parece mais complexa devido ao envolvimento necessário dos municípios na discussão”. 

Já as ações ordinárias da Cemig (CMIG3) têm 80% de tag along (previsto na legislação), enquanto os papéis preferenciais CMIG4, a classe de maior liquidez da companhia, não garantem direito de tag along. 

Então, considerando os preços de fechamento de ontem, a fatia dos minoritários da Cemig renderia aproximadamente R$ 3,6 bilhões com o tag along de 80%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Como ficariam Cemig e Copasa nas mãos de Lula?

Os analistas não se mostraram nem um pouco animados com a perspectiva para as estatais mineiras listadas na B3 comandadas pelo governo federal.

Para o Itaú BBA, a potencial transferência do controle da Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3) para a União é uma “notícia terrível” e seria muito negativa para as companhias.

Os analistas acreditam que a federalização resultaria em uma mudança na equipe de gestão e nos planos estratégicos das empresas, que atualmente “possuem uma equipe de gestão muito boa, que tem conseguido implementar mudanças para melhorar a eficiência das empresas, apesar das restrições de serem empresas estatais”. 

Segundo o banco, será difícil encontrar conforto e um ponto de entrada para comprar as ações das empresas mineiras atualmente, a menos que a proposta de federalização se mostre inviável.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Dado o caminho desafiador da federalização, não entraríamos em pânico com esta notícia. No entanto, não compraríamos a Cemig devido à fraqueza de hoje, pois poderá haver mais fluxo de notícias políticas negativas nas próximas semanas”, escreveu o Itaú BBA, em relatório divulgado na última terça-feira (21). 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
UM NOVO GÁS

Virada de jogo para a Cosan (CSAN3)? BTG vê espaço para ação dobrar de valor; entenda os motivos

23 de dezembro de 2025 - 16:29

Depois de um ano complicado, a holding entra em 2026 com portfólio diversificado e estrutura de capital equilibrada. Analistas do BTG Pactual apostam em alta de 93% para CSAN3

VAREJO EM ALERTA

Atraso na entrega: empreendedores relatam impacto da greve dos Correios às vésperas do Natal

23 de dezembro de 2025 - 15:39

Comunicação clara com clientes e diversificação de meios de entregas são estratégias usadas pelos negócios

ALIANÇA PET

AUAU3: planos da Petz (PETZ3) para depois da fusão com a Cobasi incluem novo ticker; confira os detalhes

23 de dezembro de 2025 - 14:00

Operação será concluída em janeiro, com Paulo Nassar no comando e Sergio Zimerman na presidência do conselho

DE OLHO NA B3

IPO no horizonte: Aegea protocola pedido para alterar registro na CVM; entenda a mudança

23 de dezembro de 2025 - 13:01

A gigante do saneamento solicitou a migração para a categoria A da CVM, passo que abre caminho para uma possível oferta pública inicial

MUDANÇAS À FRENTE?

Nelson Tanure cogita vender participação na Alliança (ALLR3) em meio a processo sancionador da CVM; ações disparam na B3

23 de dezembro de 2025 - 11:58

Empresa de saúde contratou assessor financeiro para estudar reorganização e possíveis mudanças no controle; o que está em discussão?

VIRADA CHEGOU MAIS CEDO

Pílula emagrecedora vem aí? Investidores esperam que sim e promovem milagre natalino em ações de farmacêutica

23 de dezembro de 2025 - 11:25

Papéis dispararam 9% em Nova York após agência reguladora aprovar a primeira pílula de GLP-1 da Novo Nordisk

DE OLHO NA REESTRUTURAÇÃO

AZUL4 dá adeus ao pregão da B3 e aérea passa ter novo ticker a partir de hoje; Azul lança oferta bilionária que troca dívidas por ações

23 de dezembro de 2025 - 9:59

Aérea pede registro de oferta que transforma dívida em capital e altera a negociação dos papéis na bolsa; veja o que muda

ANO NOVO, DIRETORIA NOVA

Hapvida (HAPV3) prepara ‘dança das cadeiras’ com saída de CEO após 24 anos para tentar reverter tombo de 56% nas ações em 2025

23 de dezembro de 2025 - 9:39

Mudanças estratégicas e plano de sucessão gerencial será implementado ao longo de 2026; veja quem assume o cargo de CEO

NATAL CHEGOU MAIS CEDO?

Magazine Luiza (MGLU3) vai dar ações de graça? Como ter direito ao “presente de Natal” da varejista

23 de dezembro de 2025 - 8:21

Acionistas com posição até 29 de dezembro terão direito a novas ações da varejista. Entenda como funciona a operação

MAIS RUÍDOS

Tupy (TUPY3) azeda na bolsa após indicação de ministro de Lula gerar ira de conselheiro. Será mais um ano para esquecer?

23 de dezembro de 2025 - 7:49

A indicação do ministro da Defesa para o conselho do grupo não foi bem recebida por membros do colegiado; entenda

ONDA DE PROVENTOS

Santander (SANB11), Raia Drogasil (RADL3), Iguatemi (IGTI11) e outras gigantes distribuem mais de R$ 2,3 bilhões em JCP e dividendos

22 de dezembro de 2025 - 20:31

Santander, Raia Drogasil, JHSF, JSL, Iguatemi e Multiplan somam cerca de R$ 2,3 bilhões em proventos, com pagamentos previstos para 2025 e 2026

REFORMA DA DIRETORIA

Eztec (EZTC3) renova gestão e anuncia projeto milionário em São Paulo

22 de dezembro de 2025 - 19:15

Silvio Ernesto Zarzur assume nova função na diretoria enquanto a companhia lança projeto de R$ 102 milhões no bairro da Mooca

PARA ALÉM DOS GIGANTES

Dois bancos para lucrar em 2026: BTG Pactual revela dupla de ações que pode saltar 30% nos próximos meses

22 de dezembro de 2025 - 19:01

Para os analistas, o segmento de pequenos e médios bancos concentra oportunidades interessantes, mas também armadilhas de valor; veja as recomendações

DEPOIS DA VIRADA

Quase 170% em 2025: Ação de banco “fora do radar” quase triplica na bolsa e BTG vê espaço para mais

22 de dezembro de 2025 - 18:21

Alta das ações em 2025 não encerrou a tese: analistas revelam por que ainda vale a pena comprar PINE4 na bolsa

FECHANDO CAPITAL

Tchau, B3! Neogrid (NGRD3) pode sair da bolsa com OPA do Grupo Hindiana

22 de dezembro de 2025 - 17:33

Holding protocolou oferta pública de aquisição na CVM para assumir controle da Neogrid e cancelar seu registro de companhia aberta

DE OLHO NO FUTURO

A reorganização societária da Suzano (SUZB3) que vai redesenhar o capital e estabelecer novas regras de governança

22 de dezembro de 2025 - 16:17

Companhia aposta em alinhamento de grupos familiares e voto em bloco para consolidar estratégia de longo prazo

SOB ESCRUTÍNIO

Gafisa, Banco Master e mais: entenda a denúncia que levou Nelson Tanure à mira dos reguladores

22 de dezembro de 2025 - 13:29

Uma sequência de investigações e denúncias colocou o empresário sob escrutínio da Justiça. Entenda o que está em jogo

BET QUE NÃO É BET?

Bilionária brasileira que fez fortuna sem ser herdeira quer trazer empresa polêmica para o Brasil

22 de dezembro de 2025 - 11:30

Semanas após levantar US$ 1 bilhão em uma rodada de investimentos, a fundadora da Kalshi revelou planos para desembarcar no Brasil

NEM PAPAI NOEL RESOLVE

Raízen (RAIZ4) precisa de quase uma “Cosan” para voltar a um nível de endividamento “aceitável”, dizem analistas

22 de dezembro de 2025 - 10:42

JP Morgan rebaixou a recomendação das ações de Raízen e manteve a Cosan em Neutra, enquanto aguarda próximos passos das empresas

TOMADA DE DECISÃO

Direito ao voto: Copel (CPLE3) migra para Novo Mercado da B3 e passa a ter apenas ações ordinárias

22 de dezembro de 2025 - 10:05

De acordo com a companhia, a reestruturação resulta em uma base societária mais simples, transparente e alinhada às melhores práticas do mercado

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar