🔴 NO AR: ONDE INVESTIR EM DEZEMBRO – CONFIRA MAIS DE 30 RECOMENDAÇÕES – VEJA AQUI

Camille Lima

Camille Lima

Repórter de bancos e empresas no Seu Dinheiro. Bacharel em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Já passou pela redação do TradeMap.

PRIVATIZAÇÃO EM RISCO?

Cemig e Copasa vão para as mãos de Lula? O que sabemos até agora sobre o plano de Zema de federalizar as estatais mineiras

O governador de Minas Gerais apoiou os planos de transferir ativos mineiros para o governo federal como forma de pagar as dívidas multibilionárias do estado com a União

Camille Lima
Camille Lima
23 de novembro de 2023
14:01 - atualizado às 17:34
Cemig (CMIG4)
Cemig (CMIG4) - Imagem: Divulgação

Em questão de dias, as ações da Cemig (CMIG4) foram do céu ao inferno, com uma queda acumulada superior a 16% nos últimos cinco pregões. E tudo pelos temores do mercado de que a privatização da companhia vá por água abaixo após o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, concordar com uma potencial federalização de ativos estaduais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na última quarta-feira, Zema apoiou os planos de transferir ativos mineiros para o governo federal como forma de pagar as dívidas do estado com a União, atualmente estimadas em cerca de R$ 170 bilhões.

Ou seja, em uma reviravolta na história, a Cemig pode parar nas mãos do governo Lula, que já deixou claro não ter o menor interesse na pauta de privatizações. E a venda da estatal era justamente uma das grandes apostas do mercado.

"Após décadas, temos perspectiva de solução para a dívida bilionária acumulada no passado", disse Zema. "Talvez tenhamos o problema resolvido no primeiro trimestre do próximo ano.”

Mas por que o governador de Minas Gerais, adversário político de Lula, aparentemente desistiu do plano original de vender as estatais para a iniciativa privada? E a federalização afinal é boa ou ruim para o investidor na bolsa que tem ações da Cemig ou da Copasa? A seguir você confere algumas respostas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O que há de concreto até agora sobre a federalização das estatais mineiras?

A proposta de transferência de ativos estaduais como a Cemig, a Copasa (CSMG3) e a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) para a União veio do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

Leia Também

A federalização de ativos estaduais seria uma alternativa ao Plano de Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que prevê medidas como congelamento de salários de servidores estaduais e privatização de companhias estatais. 

Pacheco, vale lembrar, é apontado como um possível candidato à sucessão de Romeu Zema ao governo de Minas Gerais em 2026.

A federalização já foi tema de reuniões entre integrantes do governo Lula, que têm interesse na proposta.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por que Cemig (CMIG4) desabou na B3 ontem?

As ações da Cemig começaram a reagir mal desde o início das especulações sobre uma possível federalização. Mas após Romeu Zema confirmar que estuda essa alternativa, os papéis ampliaram as perdas.

As ações CMIG4 puxaram as quedas, com baixa de 9,71% ontem, enquanto CMIG3 recuou 5,82%. Já os papéis da Copasa (CSMG3) caíram 2,83% na última sessão. No pregão de hoje, as ações operam próximas à estabilidade.

Mas por que o mercado reagiu tão mal ao plano? Uma palavra explica o movimento de ontem: privatização. No caso da Cemig, o governador tinha planos concretos de desestatizar a companhia

Vale lembrar que, no final de agosto, Zema anunciou uma proposta de emenda à constituição (PEC) para acelerar o processo de desestatização de empresas controladas direta ou indiretamente pelo governo mineiro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Porém, a resistência política na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALEMG) aparenta ter tornado o plano de federalização a única saída previsível para os problemas fiscais do Estado.

Ou seja: as empresas passariam do comando de um governo que se mostrava mais do que disposto a privatizá-las para o controle de Lula, em um governo que se posiciona contrário a privatizações em geral.

É importante ressaltar que, para que a federalização seja, de fato, aprovada, a proposta ainda deverá passar por aprovação de uma lei ordinária pela ALEMG e de uma lei federal pelo Congresso. 

Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3): Quanto valem as empresas?

Uma das preocupações do mercado é a relevância da venda da Cemig e da Copasa para pagar os débitos com a União, devido ao tamanho da dívida de Minas Gerais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em entrevista à Folha de São Paulo, Rodrigo Pacheco afirmou que a transferência dos ativos mineiros para o governo federal seria feita a um “preço justo”, que deve ser calculado através de um laudo de avaliação independente.

Nas contas do BTG Pactual, ainda que o estado de MG detenha 51% das ações com direito a voto da Cemig, o governo estadual possui apenas 18% do capital total da companhia, o que implica em uma participação de R$ 6,36 bilhões, considerando o último fechamento.

Já no caso da Copasa, a participação de Minas Gerais é de 50,03%, equivalente a um montante de R$ 3,46 bilhões

Ou seja, somando o valor correspondente das participações, o governo liderado por Zema levantaria pouco menos de R$ 10 bilhões — menos de 10% do montante total da dívida de Minas Gerais com o governo federal.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mas é provável que o governo mineiro tente negociar um prêmio de controle para vender as empresas ao governo Lula. Assim, o valor final que o Estado receberá caso a proposta vá adiante pode ser maior. 

Ao mesmo tempo, o governo federal pode enxergar um valor estratégico em controlar uma concessionária de energia elétrica relevante como a Cemig, especialmente depois da privatização da Eletrobras, ainda de acordo com o BTG.

Como ficam os minoritários de Cemig e Copasa?

Todo processo de troca de controle, mesmo que aconteça entre um Estado e a União, precisa respeitar a Lei das S/A, o estatuto das companhias e o regulamento da B3.

Por isso, a Copasa oferece hoje uma proteção maior aos acionistas minoritários do que a Cemig por estar no Novo Mercado, o segmento de listagem com práticas mais rigorosas de governança corporativa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na prática isso significa que, no caso de venda do controle, todos os acionistas da Copasa (CSMG3) possuem 100% de tag along. Em outras palavras, os minoritários têm o direito de vender suas ações nas mesmas condições que o governo mineiro.

No caso da Copasa, o BTG Pactual destaca que, apesar da proteção de tag along, não há informações sobre os termos em que seria feita a transferência de controle e “a federalização de uma empresa de abastecimento de água parece mais complexa devido ao envolvimento necessário dos municípios na discussão”. 

Já as ações ordinárias da Cemig (CMIG3) têm 80% de tag along (previsto na legislação), enquanto os papéis preferenciais CMIG4, a classe de maior liquidez da companhia, não garantem direito de tag along. 

Então, considerando os preços de fechamento de ontem, a fatia dos minoritários da Cemig renderia aproximadamente R$ 3,6 bilhões com o tag along de 80%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Como ficariam Cemig e Copasa nas mãos de Lula?

Os analistas não se mostraram nem um pouco animados com a perspectiva para as estatais mineiras listadas na B3 comandadas pelo governo federal.

Para o Itaú BBA, a potencial transferência do controle da Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3) para a União é uma “notícia terrível” e seria muito negativa para as companhias.

Os analistas acreditam que a federalização resultaria em uma mudança na equipe de gestão e nos planos estratégicos das empresas, que atualmente “possuem uma equipe de gestão muito boa, que tem conseguido implementar mudanças para melhorar a eficiência das empresas, apesar das restrições de serem empresas estatais”. 

Segundo o banco, será difícil encontrar conforto e um ponto de entrada para comprar as ações das empresas mineiras atualmente, a menos que a proposta de federalização se mostre inviável.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Dado o caminho desafiador da federalização, não entraríamos em pânico com esta notícia. No entanto, não compraríamos a Cemig devido à fraqueza de hoje, pois poderá haver mais fluxo de notícias políticas negativas nas próximas semanas”, escreveu o Itaú BBA, em relatório divulgado na última terça-feira (21). 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
PROJETOS DA ESTATAL

Petrobras (PETR4) diz que é “possível” assumir operação na Braskem, prepara projeto de transição energética e retomará produção de fertilizantes

6 de dezembro de 2025 - 9:23

A presidente da estatal afirmou que não há nada fechado, mas que poderia “exercer mais sinergias” entre a atividade de uma petroquímica, Braskem, com a de uma petroleira, a Petrobras

MAL DE SAÚDE

ANS nega recurso da Hapvida (HAPV3), e empresa terá de reapresentar balanço à agência com ajustes de quase R$ 870 milhões

6 de dezembro de 2025 - 8:49

A empresa havia contabilizado o crédito fiscal relacionado ao programa, que prevê a negociação com desconto de dívidas das empresas de saúde suplementar com o Sistema Único de Saúde (SUS)

SD ENTREVISTA

Super ricaços na mira: Lifetime acelera a disputa por clientes que têm mais de R$ 10 milhões para investir e querem tratamento especial, afirma CEO

5 de dezembro de 2025 - 15:30

O CEO Fernando Katsonis revelou como a gestora pretende conquistar clientes ‘ultra-high’ e o que está por trás da contratação de Christiano Ehlers para o Family Office

ACORDO BILIONÁRIO

Game of Thrones, Friends, Harry Potter e mais: o que a Netflix vai levar em acordo bilionário com a Warner 

5 de dezembro de 2025 - 14:44

Compra bilionária envolve HBO, DC, Cartoon Network e séries de peso; integração deve levar até 18 meses

BRIGA ACALORADA

A guerra entre Nubank e Febraban esquenta. Com juros e impostos no centro da briga, quais os argumentos de cada um?

5 de dezembro de 2025 - 13:50

Juros, inadimplência, tributação e independência regulatória dividem fintechs e grandes instituições financeiras. Veja o que dizem

ENVOLVIDO NAS INVESTIGAÇÕES

Depois de escândalo com Banco Master, Moody’s retira ratings do BRB por risco de crédito

5 de dezembro de 2025 - 11:12

O rebaixamento dos ratings do BRB reflete preocupações significativas com seus processos e controles internos, atualmente sob investigação devido a operações suspeitas envolvendo a aquisição de carteiras de crédito, diz a agência

ATENÇÃO,

Cyrela (CYRE3) e SLC (SLCE3) pagam R$ 1,3 bilhão em dividendos; Eztec (EZTC3) aumentará capital em R$ 1,4 bilhão com bonificação em ações

4 de dezembro de 2025 - 20:28

A maior fatia da distribuição de proventos foi anunciada pela Cyrela, já o aumento de capital da Eztec com bonificação em ações terá custo de R$ 23,53 por papel e fará jus a dividendos

FUMAÇA

Gol (GOLL54) é notificada pelo Idec por prática de greenwashing a viajantes; indenização é de R$ 5 milhões

4 de dezembro de 2025 - 16:40

No programa “Meu Voo Compensa”, os próprios viajantes pagavam a taxa de compensação das emissões. Gol também dizia ter rotas neutras em carbono

VAI ESTOURAR?

Se todo mundo acha que é uma bolha, não é: veja motivos pelos quais o BTG acredita que a escalada da IA é real

4 de dezembro de 2025 - 15:26

Banco aponta fundamentos sólidos e ganhos de produtividade para justificar alta das empresas de tecnologia, afastando o risco de uma nova bolha

ÁGUA NO CHOPE

Produção de cerveja no Brasil cai, principalmente para Ambev (ABEV3) e Heineken (HEIA34); preço das bebidas subiu demais, diz BTG

4 de dezembro de 2025 - 13:24

A Ambev aumentou os preços de suas marcas no segundo trimestre do ano, seguida pela Heineken, em julho — justamente quando as vendas começaram a encolher

VAI RECORRER

Vale (VALE3) desafia a ordem de pagar R$ 730 milhões à União; mercado gosta e ações sobem mais de 1%

4 de dezembro de 2025 - 12:40

Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a mineradora alega que a referida decisão foi proferida em primeira instância, “portanto, seu teor será objeto de recursos cabíveis”

SEGURADORAS

De seguro pet a novas regiões: as apostas da Bradesco Seguros para destravar o próximo ciclo de crescimento num mercado que engatinha

4 de dezembro de 2025 - 11:32

Executivos da seguradora revelaram as metas para 2026 e descartam possibilidade de IPO

FATURA PAGA OU NÃO PAGA?

Itaú com problema? Usuários relatam falhas no app e faturas pagas aparecendo como atrasadas

4 de dezembro de 2025 - 11:16

Usuários dizem que o app do Itaú está mostrando faturas pagas como atrasadas; banco admite instabilidade e tenta normalizar o sistema

DÍVIDAS

Limpando o nome: Bombril (BOBR4) tem plano de recuperação judicial aprovado pela Justiça de SP

4 de dezembro de 2025 - 9:47

Além da famosa lã de aço, ela também é dona das marcas Mon Bijou, Limpol, Sapólio, Pinho Bril, Kalipto e outras

NÃO É SÓ PELO MINÉRIO

Vale (VALE3) fecha acima de R$ 70 pela primeira vez em mais de 2 anos e ganha R$ 10 bilhões a mais em valor de mercado

3 de dezembro de 2025 - 19:42

Os papéis VALE3 subiram 3,23% nesta quarta-feira (3), cotados a R$ 70,69. No ano, os ativos acumulam ganho de 38,64% — saiba o que fazer com eles agora

APOSTANDO EM TUDO

O que faz a empresa que tornou brasileira em bilionária mais jovem do mundo

3 de dezembro de 2025 - 15:40

A ascensão de Luana Lopes Lara revela como a Kalshi criou um novo modelo de mercado e impulsionou a brasileira ao posto de bilionária mais jovem do mundo

EM FAVOR DA OPA

Área técnica da CVM acusa Ambipar (AMBP3) de violar regras de recompra e pede revisão de voto polêmico de diretor

3 de dezembro de 2025 - 14:45

O termo de acusação foi assinado pelos técnicos cerca de uma semana depois da polêmica decisão do atual presidente interino da autarquia que dispensou o controlador de fazer uma OPA pela totalidade da companhia

FINTECH GIGANTE

Nubank (ROXO34) agora busca licença bancária para não mudar de nome, depois de regra do Banco Central

3 de dezembro de 2025 - 12:34

Fintech busca licença bancária para manter o nome após norma que restringe uso do termo “banco” por instituições sem autorização

ESTREANTES NO MERCADO

Vapza, Wittel: as companhias que podem abrir capital na BEE4, a bolsa das PMEs, em 2026

3 de dezembro de 2025 - 11:23

A BEE4, que se denomina “a bolsa das PMEs”, tem um pipeline de, pelo menos, 10 empresas que irão abrir capital em 2026

EFEITOS DA CRISE

Ambipar (AMBP3) perde avaliação de crédito da S&P após calote e pedidos de proteção judicial

3 de dezembro de 2025 - 10:54

A medida foi tomada após a empresa dar calote e pedir proteção contra credores no Brasil e nos Estados Unidos, alegando que foram descobertas “irregularidades” em operações financeiras

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar