Site icon Seu Dinheiro

Banco do Brasil (BBAS3) supera Itaú (ITUB4) e lucra R$ 8,5 bilhões no 1T23; resultado supera projeções dos analistas

Fachada de unidade do Banco do Brasil (BBAS3) bbse3

É sabido que o Itaú (ITUB4) lucrou mais que o dobro do Bradesco (BBDC4) no primeiro trimestre do ano, num resultado que foi amplamente elogiado pelos analistas e pelo mercado como um todo. Pois eis que o Banco do Brasil (BBAS3) veio para quebrar a banca: teve um ganho ainda maior nos três primeiros meses de 2023.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A instituição financeira divulgou há pouco um lucro líquido ajustado de R$ 8,5 bilhões entre janeiro e março deste ano, superando os R$ 8,4 bilhões reportados pelo Itaú no mesmo período. A cifra ficou ligeiramente acima da média das projeções dos analistas para o BB, que girava ao redor dos mesmos R$ 8,4 bilhões do rival privado.

O resultado anotado pelo Banco do Brasil neste primeiro trimestre de 2023 representa um crescimento de 28,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Descontados itens extraordinários, o lucro do BB seria de R$ 8,2 bilhões, avançando 22,8% em um ano.

A expansão na base anual se deve, em grande parte, ao crescimento da margem financeira bruta, que totalizou R$ 21,2 bilhões — um salto de 38% em relação aos três primeiros meses de 2022. E, nesse front, foi fundamental o crescimento de volumes e taxas da carteira de crédito e de títulos e valores mobiliários.

Para se ter uma ideia de como esses dois fatores influenciaram o comportamento da margem financeira bruta: a receita de operações de crédito cresceu 35,1% em um ano, enquanto o resultado de tesouraria aumentou 72,1%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Destaque, ainda, para a receita de prestação de serviços do BB neste primeiro trimestre, de R$ 8,13 bilhões, um crescimento de 8,1% em um ano. Quase todas as componentes dessa linha se expandiram em relação ao período entre janeiro e março de 2022, com destaque para a administração de fundos (+4,9%), conta corrente (+5,5%) e seguros, previdência e capitalização (+10,7%).

Banco do Brasil (BBAS3): rentabilidade vai bem, obrigado

Em termos de rentabilidade — um dos indicadores mais importantes para analisar a saúde das operações de uma instituição financeira —, o Banco do Brasil (BBAS3) mostra que a boa fase não se resume ao lucro acima do esperado: o RSPL (retorno sobre patrimônio líquido) ficou em 21%, mantendo-se acima da linha dos 20%.

Mais uma vez, o Itaú foi superado, ainda que por pouco: o banco dos Setúbal fechou o primeiro trimestre com uma rentabilidade de 20,7%. Por fim, vale ressaltar que os 21% anotados pelo BB representam um aumento de 2,8 pontos percentuais (p.p.) em relação aos três primeiros meses de 2022.

Carteira de crédito segue aumentando

Ao fim de março de 2023, a carteira de crédito ampliada do Banco do Brasil (BBAS3) era de R$ 1,032 trilhão, uma alta de R$ 27 bilhões em relação ao nível visto em dezembro do ano passado; em comparação com o primeiro trimestre de 2022, quando a cifra total era de R$ 884 bilhões, o crescimento foi da ordem de 16,8%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em linhas gerais, as tendências que vinham sendo vistas nos períodos anteriores tiveram continuidade: o crédito concedido ao agronegócio segue ganhando importância na carteira total do BB — e, embora as pessoas física e jurídica sigam bastante relevantes, a composição já é de quase 1/3 para cada tipo de cliente:

Fonte: Banco do Brasil

Banco do Brasil, inadimplência e qualidade do crédito

Em termos de inadimplência, o índice que mede as dívidas vencidas há mais de 90 dias em relação à carteira de crédito classificada chegou a 2,62%, uma deterioração mínima na comparação com o trimestre anterior, de 2,51%. Apesar da piora, o índice ainda está abaixo da média do Sistema Financeiro Nacional, de 3,30%

O índice de cobertura — a relação entre o saldo de provisões e o saldo de operações vencidas há mais de 90 dias — ficou em 202,7%, também mostrando uma deterioração na comparação com os trimestres anteriores; neste caso, o BB diz que "o reperfilamento de dívida de um cliente específico, em recuperação judicial desde 2019", impactou a métrica.

Fonte: Banco do Brasil

Aliás, falando em qualidade do crédito: o BB destaca que, na comparação com o quarto trimestre de 2022, o risco de crédito recuou 49,2%, uma vez que, nos três últimos meses do ano passado, foi feito o provisionamento de 50% dos valores a receber da Americanas; não há qualquer menção a novas provisões vindas desse evento no 1T23.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

"Além disso, no 1T23, houve desconstituição de provisão para cliente específico do setor agroindustrial em recuperação judicial desde 2019, no montante de R$ 2.546 milhões, com concomitante reconhecimento de perda por imparidade de debênture originada no contexto da mudança do perfil de dívida (de crédito para TVM)", diz o BB.

Projeções para o ano mantidas

As projeções do Banco do Brasil para o ano de 2023 permaneceram as mesmas informadas nos resultados do quarto trimestre de 2022. Confira:

Exit mobile version