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Banco do Brasil acredita em recuperação de ativos da Americanas

Tarciana Medeiros, presidente do Banco do Brasil

Tarciana Medeiros, presidente do Banco do Brasil

Diferentemente de bancos privados, como Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4), o Banco do Brasil (BBAS3) decidiu provisionar apenas metade da sua exposição ao caso Americanas (AMER3). E isto aconteceu porque a instituição acredita que haverá recuperação dos ativos.

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“Neste caso específico, avaliou-se que 50% era adequado segundo nossa metodologia e informações que tínhamos. A gente enxerga que vai haver recuperação de ativos porque existem ativos a serem recuperados”, disse o diretor financeiro, Ricardo Forni, durante coletiva com jornalistas.

O evento foi o primeiro para comentar resultados com a presença da nova presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, no comando. Ela assumiu o cargo em meados de janeiro, substituindo Fausto Ribeiro na direção.

Com o caso Americanas sob escrutínio, o BB afirmou que o escândalo foi analisado de maneira personalizada e a decisão de provisionar apenas metade da exposição não foi feita levando em consideração o impacto no desempenho do banco em 2022 ou em 2023.

De qualquer forma, caso o banco tivesse feito um provisionamento total, ainda teria registrado desempenho acima do esperado.

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Dos grandes bancos brasileiros, o BB é o que tem menor exposição à varejista — R$ 1,3 bilhão, de acordo com a lista de credores divulgada pela Americanas. Desse montante, a instituição decidiu provisionar R$ 788 milhões.

Os executivos defenderam seus processos de análise de crédito, mas ressaltaram que há componentes de “assimetria de informações que analista algum é capaz de constatar”. E, ao contrário de pares como Itaú, Bradesco e BTG, o BB evitou classificar o caso como fraude.

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Banco do Brasil: resultado impressionante

O BB concluiu o ano passado com lucro líquido ajustado de R$ 31,8 bilhões, uma alta de 51,3% em relação a 2021. No quarto trimestre isolado, o lucro foi de R$ 9,039 bilhões, afetado pelas provisões adicionais com o caso Americanas. Ainda assim, o resultado é 52,4% maior do que no 4T21 e marca um novo recorde na história do banco.

Tanto o resultado do ano quanto do trimestre ficaram acima das expectativas dos analistas ouvidos pela Bloomberg, que projetavam lucro anual de R$ 30,471 bilhões e trimestral de R$ 8,035 bilhões.

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O retorno sobre o patrimônio líquido (RSPL), que mede a rentabilidade do banco, também cresceu e ficou em 21,1% no ano e em 23% no quarto trimestre — patamar acima, inclusive, dos bancos privados.

Desconsiderando as provisões com a Americanas, o lucro teria sido de R$ 9,4 bilhões no trimestre, com RSPL anualizado de 23,4%. No ano, o lucro teria totalizado R$ 32,2 bilhões.

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Analistas estão otimistas, mas com receios

De maneira geral, os analistas consideraram o balanço impressionante e reiteraram recomendações de compra do papel. O BTG Pactual publicou um relatório destacando que, mesmo com os riscos envolvidos numa estatal, a ação do Banco do Brasil (BBAS3) está barata.

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“Nós sentimos que os investidores estão sempre procurando por uma razão para não comprar (a nova é que o BB não deveria estar entregando um lucro tão forte no cenário atual)”, disseram os analistas do BTG. Mas, na visão deles, o banco tem “anticorpos” para evitar intervenções governamentais.

Uma das analistas que se mostra receosa com as mudanças a serem implementadas pela nova gestão é a analista da Empiricus Larissa Quaresma.

“É sabido que os executivos nomeados pelo governo, embora com histórico profissional respeitado, implementarão uma agenda mais voltada para o social, o que pode machucar os lucros no médio prazo”, disse a analista.

Banco do Brasil: vem mais por aí

As projeções de crescimento (guidance) do banco em 2023 também deixaram os analistas empolgados com o futuro do BB.

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O Safra destacou que o bom momento do banco deve continuar e, se as projeções do banco para o lucro líquido se confirmarem em 2023, o resultado ficará 14% acima das estimativas dos analistas.

“No meio do caminho, a ação do BB seria negociada a 3,3 vezes o índice preço/lucro, o que vemos como um valuation atrativo”, disse o Safra em relatório.

A empolgação maior em relação ao combo resultados fortes e guidance agressivo ficou com o JP Morgan: em relatório, elevou a recomendação para as ações BBAS3, de neutro para compra, destacando ainda que as ações do Banco do Brasil agora são as favoritas no setor — Itaú, Bradesco e Santander Brasil vêm em sequência.

Nesta terça-feira, a ação do BB (BBAS3) reage ao balanço de maneira positiva e lidera os ganhos do Ibovespa, com alta acima de 4% e preço no patamar de R$ 42.

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Confira as recomendações para o papel às quais o Seu Dinheiro teve acesso:

InstituiçãoRecomendaçãoPreço-alvo
Itaú BBACompraR$ 48
JP MorganCompra (elevado de neutro)R$ 56
SafraCompraR$ 61
BTG PactualCompraR$ 57
Bradesco BBICompraR$ 57
Goldman SachsCompraR$ 52*
XPCompraR$ 61
GENIALCompraR$ 52,60
EMPIRICUSCompra-
*Revisado de R$ 48 no dia 15/02/2023

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