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Braskem (BRKM5) segue no índice das empresas mais sustentáveis da B3 apesar dos problemas em Maceió

Unidade da Braskem

Unidade da Braskem

Uma empresa apontada como responsável por um desastre ambiental pode ser considerada sustentável? Pelo menos no caso da Braskem (BRKM5), a resposta é sim. Apesar dos problemas com o afundamento de bairros em Maceió (AL), a petroquímica se mantém em um grupo seleto: o do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3.

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O indicador reúne as ações de empresas listadas na bolsa brasileira com "reconhecido comprometimento com a sustentabilidade empresarial", de acordo com a definição do site da B3.

A Braskem faz parte da atual carteira do ISE, principal referência para os investidores com foco em critérios ESG (sigla em inglês para práticas ambientais, sociais e de governança corporativa).

Além da petroquímica, outras 66 empresas integram o ISE, incluindo nomes como Natura (NTCO3), Vivo (VIVT3) e Suzano (SUZB3). Por outro lado, o índice deixa de fora gigantes como Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3).

A Braskem também apareceu na primeira prévia do índice que começa a valer em janeiro e que a B3 divulgou na última sexta-feira. No mesmo dia, as ações da companhia caíram quase 6% na bolsa após o alerta sobre o colapso iminente em uma das minas de extração de sal-gema em Maceió.

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Braskem (BRKM5) e o afundamento dos bairros de Maceió

Os problemas com a atividade de extração de sal-gema não são novos e já custaram R$ 14,4 bilhões em provisões à Braskem. O material é insumo da cadeia produtiva do PVC.

O caso começou depois do registro de tremores de terra em 2018 em uma região de Maceió. O incidente provocou rachaduras em casas e edifícios, além de crateras nas ruas de vários bairros da cidade. Assim, milhares de moradores foram forçados a se mudar por questões de segurança.

Em abril do ano seguinte, as autoridades entraram com processo contra a Braskem e em maio o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) publicou um estudo com a conclusão que, de fato, a principal causa das rachaduras era a atividade da petroquímica.

Desde então, a Braskem desembolsou R$ 9,2 bilhões para realocar as famílias atingidas pelas rachaduras e pagar indenizações.

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Na semana passada, a Justiça aceitou tutela de urgência em uma Ação Civil Pública contra a companhia. O novo processo pede a inclusão de mais imóveis dentro do programa de compensação, em uma causa estimada em R$ 1 bilhão.

Braskem (BRKM5) pode deixar o ISE?

A grande dúvida agora é se a B3 vai tomar alguma providência ou se mesmo depois dos desdobramentos recentes manterá a Braskem no índice de sustentabilidade empresarial (ISE).

Questionada, a bolsa informou que iniciou na última sexta-feira (1) o "Plano de Resposta a Eventos ESG relacionados ao ISE B3" em função da situação de emergência em Maceió envolvendo a mina da Braskem.

"Os procedimentos estabelecidos no Plano de Resposta estão em andamento e serão prontamente informados quando concluídos", acrescentou a bolsa, em nota.

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Seja como for, existem precedentes de empresas excluídas do índice. Em fevereiro de 2019, por exemplo, a B3 tirou a Vale (VALE3) do ISE após o rompimento da barragem da mineradora em Brumadinho (MG).

O regulamento do índice de sustentabilidade traz os critérios para a exclusão de empresas. Entre eles está o envolvimento em "incidentes que as tornem incompatíveis com os objetivos do ISE B3".

Para monitorar esses incidentes, a bolsa se vale dos serviços da RepRisk – um fornecedor internacional de coleta e análise massiva de informações públicas disponíveis online sobre riscos ambientais, sociais e de
governança corporativa.

"Havendo apontamento de um incidente de risco envolvendo uma empresa da carteira, a B3 examina o caso, avaliando o seu possível impacto na empresa envolvida e as providências cabíveis, conforme estabelecido na política de gestão de riscos do ISE B3."

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Em caso de exclusão, a empresa não poderá integrar a carteira do ISE pelos dois anos seguintes, ainda de acordo com o regulamento.

*Matéria atualizada para incluir a posição da B3

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