A venda da Braskem (BRKM5) está emperrada? Ação cai 5% após desistência de mais um comprador e piora de recomendação; entenda
As ações da Braskem têm mostrado volatilidade e lideram as perdas do Ibovespa hoje em meio a novas notícias sobre possível venda e visão mais negativa de banco

Não é de hoje que a possível venda da Braskem (BRKM5) ou de uma das fatias detidas pela Petrobras (PETR4) e pela Novonor (antiga Odebrecht) na petroquímica está em jogo.
Possíveis compradores vira e mexe aparecem na imprensa desde 2020, mas a empresa segue afirmando que ainda não há uma decisão tomada.
Nesta semana, a notícia de que a gestora norte-americana Apollo Global estaria interessada já foi alvo de especulações. Agora, uma reportagem no Valor Econômico, publicada ontem à noite, disse que a empresa não está mais participando das conversas de compra.
Segundo fontes ouvidas pelo jornal, quem segue nas negociações é a Empresa Nacional de Petróleo de Abu Dhabi (Adnoc), que havia se juntado à Apollo em uma proposta por 100% da petroquímica brasileira.
Porém, a previsão agora é que a Adnoc compre a participação da controladora Novonor e faça uma joint venture com a Petrobras, que seguirá sócia da petroquímica, com fatias em torno de 50% para cada uma.
Além da demora para uma resolução da questão da venda, a companhia teve sua recomendação rebaixada de compra para neutro pelo BTG Pactual.
Leia Também
O preço-alvo para as ações também foi reduzido para R$ 26, refletindo a previsão de uma menor geração de caixa para os próximos dois anos. Entretanto, ele ainda representa um potencial de alta de 12,6% das ações frente ao preço do fechamento de ontem.
O BTG passou a ver uma demanda mais fraca de resinas este ano e com a lentidão na melhora do setor, os resultados da Braskem vão sentir. Os analistas também acreditam que há pares mais baratos, com ações que oferecem uma relação risco-recompensa mais convincente do que a companhia.
Por volta das 13h50, as ações da petroquímica tinham queda de 5,20%, a R$ 21,88.
Por que não vai para frente? Veja as três propostas pela Braskem
Os analistas do BTG Pactual lembram que só este ano já houve três ofertas não vinculativas pela Braskem, entusiasmando os investidores sobre possíveis vantagens. Entretanto, está difícil saber quando um acordo vai ser fechado.
“Embora as probabilidades de um acordo final não possam ser ignoradas, a visibilidade do que está acontecendo permanece baixa. Qualquer oferta vinculativa ainda exigiria grande diligência, e responsabilidades geológicas em Alagoas podem impedir o processo de venda”, disseram em relatório.
Outra incerteza sobre uma eventual venda é se os acionistas minoritários se beneficiarão do direito de tag along, ou seja, o direito de vender suas ações nas mesmas condições oferecidas à Novonor.
Veja a avaliação das três propostas:
- Unipar: para o BTG, é a mais favorável aos minoritários, já que tem a maior vantagem de preço e já falou em lançar uma oferta pública de aquisição da totalidade das ações. No entanto, poderá enfrentar resistências dos bancos credores da Novonor e também da Petrobras.
- J&F Investimentos: ofereceu preço mais baixo em relação à Unipar e visa a adquirir dívida da Novonor (conversível em ações da Braskem). “Isto pode não garantir necessariamente direito de tag along no curto prazo”, afirmaram.
- Adnoc: parece ser mais bem recebida por Petrobras e Novonor, especialmente se a Adnoc mantiver a Novonor como acionista. No entanto, o risco é que, se a Novonor continuar a ser uma acionista, pode-se argumentar que não há mudança de controle na Braskem, e não haverá motivo para tag along.
Braskem: queima de caixa à vista?
Em meio ao cenário mais negativo, os analistas do BTG Pactual ainda projetam uma queima adicional de fluxo de caixa livre, ou seja, de dinheiro disponível no caixa da Braskem de US$ 650 milhões (R$ 3,156 bilhões na cotação atual) no segundo semestre deste ano.
Em 2023, a queima vai totalizar US$ 942 milhões (R$ 4,575 bilhões) e, em 2024, deve cair para US$ 528 milhões (R$ 2,564 bilhões).
Com isso, os analistas afirmam que não ficariam surpresos “se as agências de classificação de risco também rebaixassem a empresa”, vendo menor capacidade de pagar dívidas.
Porém, o BTG avalia que o perfil da dívida Braskem hoje faz com que o risco de liquidez seja próximo de zero.
Além disso, afirmam que a empresa também já reduziu o investimento alocado em projetos de crescimento.
O banco projeta que o Ebitda de 2023 da Braskem vai chegar a US$ 634 milhões (R$ 3 bilhões) e ainda pode subir para US$ 1,4 bilhão (R$ 6,8 bilhões) em 2024, quando o setor petroquímico deve mostrar recuperação.
“Nossas estimativas são relativamente otimistas, pois sugerem um crescimento do Ebitda de 129% na comparação anual em meio a um ciclo robusto de normalização, o que significa que consideramos revisões negativas mais prováveis do que positivas”, explicaram.
PODCAST TOUROS E URSOS - O que vai ser, Campos Neto? As apostas do mercado para a decisão do Banco Central sobre a Selic
Demanda ainda fraca no setor petroquímico afeta Braskem
O principal motivo para a visão mais cautelosa do BTG Pactual em relação às ações da Braskem é mesmo uma demanda abaixo das expectativas no setor petroquímico.
A demanda por resinas vem decepcionando, e houve crescimento da oferta, resultando em um excesso de produtos e preços ainda baixos.
A previsão do banco é de um acréscimo de 6,8 milhões de toneladas das resinas polipropileno (PP) e polietileno (PE), em 2023, e 10,8 milhões em 2024.
“Isso é um enorme acréscimo de 14% e 7% da capacidade global para ambas as resinas em apenas dois anos, mais do que superando o crescimento global esperado de aproximadamente 3,5% ao ano para ambos”, explicaram, em relatório.
A avaliação ainda leva em conta que os pacotes de estímulo do governo da China, grande consumidora dos produtos, terão efeitos práticos limitados para a Braskem.
Bolsa ladeira abaixo, dólar morro acima: o estrago que o dado de inflação dos EUA provocou nos mercados
Os investidores ainda encararam o segundo dia de depoimentos do presidente do Fed, Jerome Powell, ao Congresso e uma declaração polêmica de Trump sobre os preços
É hora de vender as ações da Porto (PSSA3)? BTG Pactual retira recomendação de compra após salto de 80% nos últimos 18 meses
A ação era recomendada desde junho de 2023 pelo BTG, com tese de investimento baseada na recuperação da sinistralidade do segmento de seguros de auto após a pandemia
Agora é para valer: Carrefour avança em plano de fechamento de capital do Atacadão (CRFB3) no Brasil. Quais os próximos passos?
Os investidores terão três opções de pagamento: 100% em dinheiro, 100% em ações do francês Carrefour, ou uma mistura de dinheiro e ações da matriz francesa
Balanço amargo: Heineken tem lucro menor que o esperado em 2024, mas entrega dois dedos de espuma com recompra de ações bilionária
A cervejaria holandesa anunciou um programa de recompra de ações de 1,5 bilhão de euros, com o objetivo de “retornar capital adicional aos acionistas”
Mais uma chance na vida: Ibovespa tenta manter bom momento em dia de inflação nos EUA e falas de Lula, Galípolo e Powell
Investidores também monitoram reação a tarifas de Trump sobre o aço e o alumínio; governo brasileiro mantém tom cauteloso
Carrefour quer fatia restante do Atacadão (CRFB3) no Brasil e ações disparam com possível fechamento de capital
A rede brasileira de supermercados, que abriu capital em 2017, tem aproximadamente 70% de seus papéis nas mãos dos acionistas majoritários
Dança das cadeiras da Vivara: saída de diretor piora o sentimento de instabilidade na gestão e VIVA3 tomba na B3
A saída vem depois de, em novembro de 2024, a varejista de joias destituir o CEO Otavio Lyra com apenas 9 meses no cargo – Santander chama atenção para humor dos investidores
SBF (SBFG3) de CEO novo: dona da Centauro aprova eleição de novo presidente; ações caem quase 20% em um ano
Para substituir Pedro Zemel à frente do grupo, o conselho aprovou a eleição de Gustavo de Lima Furtado, um dos principais executivos das empresas do Grupo SBF
Juros nos EUA: o que Powell disse que fez o mercado adiar a aposta no corte das taxas neste ano
Presidente do Federal Reserve concede depoimento ao Senado nesta terça-feira (11) e reforçou uma mensagem que vem sendo repetida pelas autoridades de política monetária nas últimas semanas
Mil utilidades e mais uma recuperação judicial: como a Bombril quer se reorganizar para sair da crise; BOBR4 despenca na bolsa
Na última segunda-feira, a Bombril entrou com pedido de recuperação judicial devido à dívidas tributárias da ordem de R$ 2,3 bilhões referentes a autuações da Receita Federal
Ação da TIM (TIMS3) lidera altas do Ibovespa após balanço do 4T24 e dividendos polpudos. O que esperar da empresa de telecomunicações daqui para a frente?
A companhia teve um lucro líquido normalizado de R$ 1,06 bilhão no 4T24, avanço de 17,1% na comparação com o mesmo período de 2023; veja os destaques
A um passo do El Dorado: Ibovespa reage a IPCA, tarifas de Trump, Powell no Congresso dos EUA e agenda de Haddad
Investidores esperam desaceleração da inflação enquanto digerem confirmação das tarifas de Trump sobre o aço e o alumínio
Oi (OIBR3) bate o martelo e vende ativos de TV assinatura por R$ 30 milhões para a única oferta do leilão
Com uma única oferta, a Mileto Tecnologia venceu o processo competitivo em audiência de abertura das propostas para a venda da UPI TV
Brava Energia (BRAV3) avança em desinvestimentos e fecha venda de concessões por US$ 15 milhões; veja os detalhes do negócio
Ao todo, 11 concessões terrestres no Polo Potiguar foram vendidas para um consórcio formado pela A&T e a PVE
Um rolezinho no shopping: Ibovespa reage a tarifas de Trump em semana de testemunhos de Powell e IPCA
Enquanto isso, banco BTG Pactual dá andamento à temporada de balanços com lucro recorde em 2024
BTG Pactual (BPAC11) tem lucro recorde de R$ 12,3 bilhões em 2024 e supera rivais na briga por rentabilidade; veja os destaques do 4T24
Com o lucro maior, a rentabilidade do BTG também cresceu e superou o retorno dos principais pares privados. Veja os destaques do balanço
Raízen (RAIZ4) nega aumento de capital e diz que continua a avaliar opções para otimizar a estrutura financeira
O objetivo do potencial aumento de capital seria reduzir a pressão sobre o endividamento da Cosan (CSAN3)
ESG em alta: Ambipar (AMBP3) quer captar mais US$ 93 milhões com green notes; veja o rendimento e o vencimento dos títulos
A empresa já havia anunciado a emissão de US$ 400 milhões em green notes, no dia 29 de janeiro
Dona do Burger King no Brasil, Zamp (ZAMP3) anuncia mudanças no alto escalão; veja quem assume como novo presidente da companhia
Menos de um ano depois da última troca de CEO, operadora de fast food faz novas mudanças na diretoria
Chega mais, ‘gringo’: B3 quer facilitar o acesso de estrangeiros a ações e derivativos nacionais; veja como
A dona da bolsa brasileira negocia com plataformas globais o oferecimento de ações e derivativos nacionais; presidente da instituição diz que projeto deve começar a rodar em até 3 meses