Se você tiver algum compromisso marcado para o dia 28 de novembro, sugiro que se programe com opções de itinerário: os trabalhadores do Metrô de São Paulo e da CPTM anunciaram uma potencial greve, prevista para a próxima terça-feira (28).
Após assembleia ontem, o Sindicato dos Ferroviários de SP entrou em estado de greve até a próxima reunião do grupo, prevista para segunda-feira (27) às 18h.
Caso a próxima assembleia bata o martelo de fato, o início da paralisação está marcado para a meia-noite do dia 28, com duração inicial de 24 horas.
O movimento acontecerá em conjunto com funcionários da Sabesp, companhia estadual de saneamento, e professores, trabalhadores da saúde e Fundação Casa, de acordo com o Sindicato dos Metroviários de São Paulo.
De acordo com o sindicato, a suspensão das atividades na próxima terça-feira é reflexo das propostas de privatização e concessão de linhas do governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), e do processo de terceirização de serviços.
“Estamos reagindo a essa política de privatizar a qualquer custo”, afirmou o sindicato.
Procurada pelo Seu Dinheiro, a STM (Secretaria dos Transportes Metropolitanos) de São Paulo afirmou que aguardará o resultado da assembleia do dia 27 para definir os próximos passos, como plano de contingência, caso haja greve na próxima semana.
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A nova greve de funcionários da CPTM, Metrô e Sabesp
A decisão dos sindicatos vem na esteira de uma greve realizada no início do mês passado, que também criticou a proposta de privatização das linhas de trens e questionou a qualidade dos serviços após a venda das redes para a iniciativa privada.
Em publicação nas redes sociais, o sindicato dos ferroviários destacou os “problemas que a população vem enfrentando devido à péssima qualidade dos serviços prestados pela ViaMobilidade nas linhas 08 e 09”, atualmente privatizadas.
Vale lembrar que, em abril, o governador de São Paulo autorizou estudos sobre a privatização das linhas 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade, da CPTM.
A entidade sindical ressalta ainda a falta de diálogo sobre o edital que prevê a concessão da linha 07 e a situação dos trabalhadores da CPTM com o projeto de privatização.
“Isso tem criado uma instabilidade na categoria, o que vem prejudicando o desempenho do trabalhador e levando, a cada dia, mais companheiros a se afastarem por problemas de saúde, em função da apreensão, pelo temor e a incerteza com relação aos contratos de trabalho em vigor.”
Além das privatizações, também está na pauta o combate às terceirizações. O grupo ainda exige a realização de um plebiscito oficial sobre as privatizações.
Já do lado da Sabesp, o governo paulista pretende privatizar a companhia para tentar antecipar a meta de universalizar os serviços de saneamento básico no Estado e reduzir os preços dos serviços de água e esgoto.
O processo de desestatização da empresa ganhou novos contornos ontem. Isso porque o Congresso de Comissões da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovou o relatório do deputado estadual Barros Munhoz (PSDB) sobre o projeto de lei que prevê a privatização da Sabesp.
O texto seguirá para votação no plenário nas próximas semanas. Para ser aprovado, o PL precisa de 48 votos do total de 94 deputados.