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Quase metade da Faria Lima rejeita o governo Lula — e déficit zero é missão impossível para 95% do mercado

Montagem com painel exibindo o presidente Lula na Avenida Faria Lima, onde se concentra o mercado financeiro em São Paulo

Montagem com painel exibindo o presidente Lula na Avenida Faria Lima

A rejeição ao governo Lula pelos profissionais do mercado financeiro voltou a subir junto com a percepção de que as metas do novo arcabouço fiscal dificilmente serão cumpridas. 

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Atualmente, quase metade da Faria Lima se mostra pessimista com a gestão petista, de acordo com pesquisa da Genial/Quaest divulgada nesta terça-feira (19). 

A proporção do mercado financeiro que avalia negativamente o governo cresceu 3 pontos porcentuais entre julho e setembro, de 44% para 47%.

O levantamento entrevistou 87 profissionais de fundos de investimentos sediados em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Já a avaliação positiva do governo caiu 8 pontos porcentuais no período, de 20% para apenas 12%. Há ainda aqueles que estão “neutros” com a gestão: a avaliação regular avançou 5 pontos, de 36% para 41%.

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Haddad também vai mal

Mas a piora do sentimento dos gestores não se limita apenas ao governo de Lula. A Faria Lima também perdeu parte do encanto com o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Depois de ter avançado quase 40 pontos porcentuais entre maio e julho, a avaliação positiva sobre o ministro despencou quase 20 pontos na leitura atual, de 65% para 46%. 

Enquanto isso, a avaliação negativa sobre Haddad cresceu 12 pontos no período, de 11% para 23%. A opinião regular avançou 7 pontos, de 24% para 31%.

Além da piora na avaliação sobre o desempenho de Haddad, agentes do mercado também confiam menos no ministro atualmente.

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Entre julho e setembro, a proporção dos que dizem confiar “pouco ou nada” no chefe da Fazenda avançou de 40% para 48%, enquanto os que dizem confiar muito caíram de 13% para 10%.

O problema não é só Lula e Haddad?

Na visão dos gestores, a política econômica atual no Brasil também é um problema. 

A parcela do mercado financeiro que vê a política econômica seguindo na direção errada saltou 19 pontos porcentuais entre julho e setembro, de 53% para 72%.

Já os agentes do mercado que veem a política na direção certa caíram de 47% para 28%. 

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Com isso, o número de gestores que esperam melhora da economia nos próximos 12 meses despencou, 53% para 36%, enquanto a proporção dos que preveem piora subiu no período, 21% para 34%.

Mais da metade do mercado (57%) acredita que o principal problema que dificulta a melhora da economia no Brasil hoje é a falta de uma política fiscal que funcione.

Déficit zero é “quase impossível”, na visão da Faria Lima

Com a piora do sentimento, o mercado se mostra cético com relação à meta de “déficit zero” que Haddad tenta perseguir dentro do arcabouço fiscal. Para 95% dos gestores, o governo Lula não conseguirá zerar o déficit primário no ano que vem.

Dos 87 gestores de fundos ouvidos pela Genial, só 5% acreditam que Lula conseguirá cumprir a meta fiscal em 2024.

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De acordo com a pesquisa, 86% ainda afirmam que a meta fiscal será descumprida independentemente do pacote de aumento das receitas e tributação dos super-ricos.

Entre as medidas, a taxação de fundos exclusivos é considerada a de mais fácil avanço no Congresso: 46% dos entrevistados veem alta probabilidade de que ela seja aprovada.

Mas, mesmo que todas as medidas anunciadas pelo governo para turbinar a arrecadação em 2024 sejam aprovadas, apenas 14% dos entrevistados esperam que o pacote leve à zeragem do rombo nas contas públicas.

*Com informações de Estadão Conteúdo.

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