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O Brasil vai virar uma Venezuela? Lula pode estar prestes a cometer o maior erro de política econômica da história; entenda

Ex-presidente Lula na capa da revista Time

O presidente eleito Lula na capa da revista Time

Entre os temores dos brasileiros no caso de uma vitória de Lula no segundo turno das eleições presidenciais, duas questões protagonizaram as preocupações dos opositores do presidente: O Brasil vai virar uma Venezuela? O presidente quer transformar a economia em um modelo à la Argentina?

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O economista-chefe da Verde Asset, Daniel Leichsenring, acredita que existe apenas um obstáculo que impediria estes cenários de se tornarem realidade — ao menos por enquanto: a âncora monetária. 

“O que me tira o sono é que, depois que o governo destrua a âncora fiscal, ele venha a destruir a âncora monetária”, conta o economista.

Autodeclarado pessimista, Leichsenring voltou ao Market Makers para conversar sobre o cenário macroeconômico do país.

“É muito difícil alguém ter uma visão muito otimista sobre o mercado. Todo mundo meio que agora está numa visão bem consensual de que as coisas estão ruins e vão ficar ainda piores.” 

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Em episódio especial gravado durante evento do Credit Suisse, o economista abriu suas perspectivas para o Brasil de Lula — que, apesar de terem melhorado o tom, continuam nem um pouco positivas.

“Infelizmente, o melhor que a gente pode esperar é permanecer medíocre.”

Você pode conferir o episódio na íntegra abaixo:

Banco Central: a âncora monetária do Brasil

Na conversa com os apresentadores Thiago Salomão e Renato Santiago no episódio #30 do podcast, o economista-chefe da Verde explicou a importância do Banco Central, considerado a âncora monetária do país, para a economia brasileira.

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Segundo Daniel Leichsenring, entre o final do governo Lula e o início do mandato de Dilma, houve uma “catástrofe fiscal” que resultou na “pior recessão da história do Brasil”. “A questão é: a gente vai voltar para lá? Eu estou menos inclinado a achar que vai ser uma catástrofe muito rápido”, projeta.

Após o governo da ex-presidente, quando Michel Temer assumiu a chefia do país, o governante decidiu criar algo que não há muito se via no país: uma âncora fiscal, sob a forma do mecanismo do teto de gastos.

Além do teto de gastos, nos anos de governo Temer, o país ainda caminhou em direção à aprovação da autonomia do Banco Central, que se instaurou como a âncora monetária do Brasil.

"Essa âncora [fiscal] foi sendo vilipendiada ao longo dos anos de Paulo Guedes [antigo ministro da Economia] e abandonada em definitivo por esse governo novo.” 

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Porém, enquanto uma das âncoras foi abandonada, a outra (ainda) segue firme no novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva — isto é, enquanto o presidente não mexer na meta de inflação estipulada pelo BC.

“Depois de o governo destruir a âncora fiscal, ele viria destruir a monetária, que seria acabar direta ou indiretamente com a independência do Banco Central e destruir o regime de metas, por exemplo, falando que você vai aumentar a meta de inflação”, explica.

“Para mim, se ele [governo] fizer isso, vai ser um dos maiores erros de política econômica que a gente já teve no país.”

Assista ao episódio no Youtube:

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O Brasil de Lula vai virar Venezuela?

Para o economista-chefe da Verde, o problema de destruir a âncora monetária é, na realidade, a consequência que isso deve gerar para a economia.

“Se a gente não tiver âncora fiscal, for destruir a âncora monetária, tanto aumentando a meta [de inflação] quanto substituindo erroneamente os diretores do Banco Central, a gente cai numa rota típica de Venezuela e Argentina”, conta Daniel Leichsenring.

Isso porque, na visão de Leichsenring, a interferência de Lula sobre as decisões de política monetária do Banco Central passa uma “mensagem” à população. 

Em entrevista à GloboNews no mês passado, o presidente questionou a meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional para o ano de 2022, de 3,5%. 

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“Você estabeleceu uma meta de inflação de 3,7%, quando você faz isso, é obrigado a ‘arrochar’ mais a economia para atingir aqueles 3,7%. Por que precisava fazer os 3,7%? Por que não fazia 4,5%, como nós fizemos?”, reclamou Lula.

Entretanto, segundo o economista da Verde Asset, interferir na meta estipulada pelo BC significaria que “a expectativa de inflação não vai ficar dentro da meta”.

“Diante desse fato, o banco central, ainda independente, vai falar ‘Poxa, inflação está subindo, então vou ter que subir juros apesar de a meta estar mais alta”, explica o economista. “Ao subir a meta, é um sinal inequívoco de que [o governo] quer mais inflação”.

Veja o episódio na íntegra:

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