O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se encontra com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na manhã desta segunda-feira (30) para coletiva de imprensa.
Na pauta do dia, Haddad e Lula falam sobre o Marco de Garantias e as indicações de diretores do Banco Central.
Porém, ainda esteve no radar do mercado a repercussão das declarações do presidente sobre as metas fiscais de 2024.
Na visão da Ajax Asset Management, o discurso do chefe do Executivo mostra que as discussões sobre a revisão dos objetivos estabelecidos para o próximo ano ganham tração no Governo e devem reduzir o apetite dos parlamentares para aprovar a agenda econômica atual, que já sofre resistência para avançar no Congresso.
Lula e a meta de déficit zero de Haddad
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na última sexta-feira (27) que dificilmente o Brasil atingirá o déficit zero nas contas públicas em 2024, como proposto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Na visão do presidente, um rombo de 0,5% ou 0,25% não é "nada" e o chefe do Executivo reforçou que vai tomar a decisão "que seja melhor para o Brasil".
"Tudo que a gente puder fazer para cumprir a meta fiscal, a gente vai fazer. O que posso dizer é que ela não precisa ser zero. A gente não precisa disso. Eu não vou estabelecer uma meta fiscal que me obrigue a começar o ano fazendo um corte de bilhões nas obras que são prioritárias nesse país", disse Lula.
"Eu acho que muitas vezes o mercado é ganancioso demais e fica cobrando a meta que eles acreditam que vai ser cumprida. Então, eu sei da disposição do Haddad, sei das vontades do Haddad, sei da minha disposição, e quero dizer para vocês que nós dificilmente chegaremos à meta zero, até porque eu não quero fazer cortes em investimentos e obras. Se o Brasil tiver o déficit de 0,5% o que é? 0,25% o que é? Nada. Então vamos tomar a decisão correta e nós vamos fazer aquilo que vai ser melhor para o Brasil."
Atualmente, há uma discussão sobre alterar a meta de 2024. O debate ganhou força com o apoio da ala política do governo, com avaliação de que o ajuste fiscal precisa ser mais gradual para evitar uma desaceleração do crescimento econômico.
Porém, o ministro da Fazenda e outros integrantes da equipe econômica mantêm o discurso de que a meta não será alterada.
A posição de Haddad recebeu o apoio do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que ressaltou que perseguir a meta fiscal ajuda a ancorar as expectativas de inflação e, por sua vez, facilita o ciclo de queda das taxas de juros.
*Com informações de Broadcast.