Quando a S&P Global melhorou a perspectiva da nota de crédito do Brasil nesta quarta-feira (14), surgiu a pergunta inevitável: o grau de investimento vem aí? Não foi a agência de classificação de risco que respondeu, mas sim o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Segundo ele, o grau de investimento para o Brasil não é uma questão de “se”, mas sim “quando” virá — o que, para Haddad, levará uns anos, mas é inevitável.
"Não tem cabimento esse País não ter grau de investimento pelas riquezas que tem, começando pelo seu povo, que tem mais de US$ 300 bilhões de reservas cambiais, não deve um dólar no exterior, é credor internacional, tem inflação menor que a da Europa e Estados Unidos. Como é que esse País não vai ter grau de investimento? É um processo", disse.
Brasil subindo os degraus
Haddad classificou a mudança na perspectiva de rating do Brasil pela S&P Global, de estável para positiva, como o início de um processo que deve levar ao grau de investimento — e que tende a se consolidar com a reforma tributária.
"Com a aprovação da reforma tributária vai vir uma mudança de degrau, vamos subir um degrau. O absurdo é nós não termos. Um País como o Brasil tem de ter. Compare a economia brasileira com a de qualquer país da América Latina. Tem três ou quatro países latino-americanos com grau de investimento em uma situação que eu não desejaria estar. E o Brasil, com tudo que tem, vai deixar de ter?", ponderou.
O ministro disse que o processo de degradação política do País nos últimos dez anos influenciou a avaliação de risco do Brasil.
"A crise econômica é consequência dessa deterioração política. Nossa última crise econômica foi nos anos 1980. De lá para cá, é de outra natureza. Não é uma crise econômica. Vivemos por dez anos uma desarmonia entre os Poderes, que resultou nesse embaraço do qual nós estamos saindo", disse.
A receita para o grau de investimento
Haddad reiterou que a questão institucional e a harmonização entre os Poderes fará o País recuperar o grau de investimento.
"Pode levar alguns anos? Pode, mas é inevitável se nós trabalharmos juntos", disse.
Para ele, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva já demonstra "uma capacidade grande de apresentar resultados positivos".
"Dólar caindo, PIB crescendo, inflação sob controle e a classificação do Brasil melhorando frente ao mundo. Ainda há muito o que fazer. Vamos em frente!", disse o ministro.
Haddad destacou ainda que o comunicado da S&P mencionava medidas tomadas pelo País, como o novo arcabouço fiscal, a reforma tributária e medidas de reoneração.
"É importante que uma agência externa consiga observar os avanços do Brasil. Temos muito trabalho pela frente, esse é só o começo. Se mantivermos o ritmo de trabalho das duas Casas, vamos atingir nossos objetivos O Brasil precisa voltar a crescer. Não há solução para esse país sem crescimento", disse.
Ele reiterou que a harmonia entre os Poderes é fundamental para esse resultado. "Penso que a harmonia entre os Poderes têm contribuído para o resultado, ainda modesto, mas importante, com a mudança de viés", afirmou.
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*Com informações do Estadão Conteúdo