O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira (23) que o governo enviou para a Argentina uma proposta de garantia em yuan, a moeda chinesa, para exportadores brasileiros que vendem produtos ao país vizinho.
Com a medida, os argentinos, que têm pouquíssimas reservas em dólar, fariam os pagamentos em yuan, que seria convertido para real aos exportadores brasileiros.
"Poderíamos manter o yuan, mas vamos fazer o câmbio. Exportou, recebe em real", disse Haddad, em Johannesburgo.
O objetivo da garantia é garantir o pagamento dos exportadores nacionais. O câmbio será feito em Londres, onde a operação pode ser viabilizada, conforme o ministro.
De acordo com o ministro, a operação envolve um volume de recursos inicial de US$ 100 milhões a US$ 140 milhões. O Banco do Brasil será responsável pelo câmbio das moedas do yuan para o real.
"Para os exportadores brasileiros, será uma coisa boa, se a Argentina concordar, porque eles podem ter algum fluxo de venda de seus produtos com 100% de garantia", afirma Haddad.
Na visão do ministro da Fazenda, a medida tranquilizaria o Tesouro Nacional, porque não há risco de "default" ou calote.
Isso porque essa garantia de até US$ 140 milhões será dada pelo Tesouro Nacional apenas para os exportadores brasileiros.
Ou seja, a operação não representa uma injeção direta de recursos na Argentina, e só seria acionada se houvesse algum calote argentino em yuan.
Até o momento, o governo brasileiro não teve ainda resposta dos argentinos.