Há menos de um mês a Petrobras (PETR4) anunciou uma redução nos preços da gasolina, ignorando a guerra entre Israel e Hamas, que colocou o petróleo na rota dos US$ 100 o barril de novo — e, segundo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), pode haver espaço para mais.
Isso porque a produção de combustíveis no Brasil deve encerrar 2023 acima do ano anterior. O cartel divulgou projeções nesta segunda-feira (13) e elevou em 25 mil barris por dia (bpd) a expectativa para a oferta de combustíveis líquidos por aqui neste ano, para uma média de 4,1 milhões de bpd.
Se essa marca for alcançada, representará um avanço de 400 mil bpd ante o ano anterior, de acordo com os números da Opep.
A revisão apresentada hoje, segundo a organização, foi motivada pela forte produção do Brasil em setembro.
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Brasil: o salto em setembro
A oferta brasileira de petróleo teve alta de 210 mil bpd em setembro ante o mês anterior, para uma média de 3,7 milhões de bpd, devido a saltos na produção de quatro plataformas offshore e menos manutenção.
Já a produção de gás natural liquefeito ficou praticamente estável, e deve seguir assim em outubro, segundo a Opep.
Com isso, a produção total de combustíveis líquidos do Brasil cresceu 210 mil bpd em setembro, para uma média de 4,4 milhões de bpd.
O resultado é novo recorde do País, após o pico de 4,3 milhões de bpd visto em julho de 2023, ainda de acordo com a organização.
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E vem mais por aí
E a produção de combustíveis do Brasil não deu um salto apenas em setembro. A Opep também projeta uma oferta ainda maior no quarto trimestre deste ano, embora não tenha apresentado os dados.
Para 2024, o cartel manteve expectativa de alta em 120 mil barris na comparação anual, a 4,2 milhões de bpd.
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Opep também prevê o PIB do Brasil
Não é só de previsão de petróleo ou de combustíveis que vive a Opep. A organização também fez uma projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil: um crescimento de 2,5% este ano.
O cartel também manteve a projeção para 2024, estimando alta no PIB brasileiro de 1,2%.
Segundo a Opep, dados recentes do Brasil indicam continuidade no crescimento da economia no segundo semestre de 2023, mas em ritmo menor do que o registrado no primeiro semestre, devido à desaceleração do setor de serviços.
O cartel projeta que os progressos na reforma fiscal, melhora nas perspectivas de investimento no Brasil e maior relaxamento da política monetária no início de 2024 devem impulsionar o crescimento no próximo ano.