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Real digital, a criptomoeda brasileira, pode ter o mesmo sucesso do Pix? Especialistas de dois “bancões” envolvidos no projeto respondem sobre CBDC

Roberto Campos Neto participa de evento sobre real digital, a criptomoeda do BC

O projeto piloto do Real Digital (RD), a Central Bank Digital Currency (CBDC) brasileira, vem andando a passos largos na fase preliminar de testes. Muitos ainda não sabem qual é o objetivo de se criar uma moeda para pagamentos instantâneos, já que o país já possui o Pix, método de transferências mais utilizado no Brasil.

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Dois especialistas envolvidos em um consórcio que desenvolve aplicações no projeto do RD, ainda assim, vêem com bons olhos a criação de uma moeda virtual de Banco Central — e que pode, no futuro, chegar a ser tão popular quanto o Pix.

José Augusto Antunes, ou, como é mais conhecido, Guto Antunes, head da Itaú Digital Assets, e Oscar Vilcachagua, gerente do departamento de pesquisas e inovação do Bradesco, participaram do painel sobre como as CBDCs podem revolucionar os meios de pagamento no Febraban Tech, principal evento de tecnologia e inovação do setor financeiro.

Ambos concordam que o projeto piloto do real digital vem sendo desenhado com foco no atacado, tendo em vista que o Pix já atende às demandas por transações instantâneas no varejo.

Mas isso não quer dizer que os grandes bancos não possam aproveitar essa novidade.

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Os “bancões” e o real digital

Ainda que seja focada no atacado, o projeto do real digital está em fase de testes para liquidação de pagamentos de maneira instantânea para investimentos.

Em linhas gerais, os especialistas do BC querem testar a segurança, escalabilidade e privacidade nas compras de títulos públicos tokenizados com real digital — no jargão do mercado, uma operação DvP (delivery vs payment, ou entrega contra pagamento).

Essa fase de testes abre espaço para questionamentos sobre quais outros produtos poderiam ser liquidados com o real digital. Naturalmente, a reportagem do Seu Dinheiro perguntou — e Guto Antunes, do Itaú, respondeu.

Prudência e canja de galinha…

“Agora, o foco dos testes [como RD] são outros, mas a gente está trabalhando em paralelo no desenvolvimento de produtos focados nesse setor. A gente quer trazer experiência gerada com produtos tradicionais do banco para nova economia”, afirma ele.

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A divisão de ativos digitais foi lançada em julho de 2022, sendo que Antunes está à frente do segmento desde novembro do ano passado. Guto Antunes conta ainda que o Itaú já realiza testes de tokenização em parceria com fintechs, de olho no oferecimento de novos produtos, mas ressalta que o banco faz isso buscando sempre a conformidade regulatória.

Além de produtos: o real digital em um contexto global

Vale lembrar que o real digital é apenas um projeto de CBDC dentre tantos outros que existem no mundo. No caso brasieliro, é o piloto mais desenvolvido, perdendo apenas para o yuan digital (ou e-CNY), da China

Apesar de serem colocados em uma mesma cesta, Oscar Vilcachagua, do Bradesco, entende que a diversidade de CBDCs está em linha com o que propõe o ambiente digital. 

“Cada país vai buscar na sua CBDC um ponto de melhoria da economia, seja para inclusão financeira, automação, pagamentos transfronteiriços, etc. Essas estratégias podem convergir inclusive”, diz ele.

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Segundo o cronograma do real digital, o projeto deve ser lançado ainda em 2024, com esboços mais bem definidos a partir do segundo semestre.

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