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HCTR11 e outros três fundos imobiliários afundam ainda mais na B3 após revelarem inadimplência em até 40% do portfólio

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Nós te contamos no início da semana que os fundos imobiliários Devant Recebíveis Imobiliários (DEVA11), Hectare CE (HCTR11) e Versalhes RI (VSLH11) recuavam forte na B3 com a ameaça de um novo calote.

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Nesta quarta-feira (29), o FII Tordesilhas EI (TORD11) juntou-se ao grupo, e os quatro fundos confirmaram os temores do mercado ao divulgarem listas de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) de cada um dos portfólios que estão inadimplentes.

Com isso, as cotas voltaram a desabar no mercado secundário hoje. Confira o desempenho dos FIIs por volta das 12h45:

Fundos imobiliários estão ligados a securitizadora e devedores

Além de serem todos vítimas de calotes, esses fundos têm outros elementos em comum. Um deles é a Forte Securitizadora (Fortesec): a companhia é responsável pela emissão de todos os títulos inadimplentes.

Outro fator que liga os FIIs são os devedores dos títulos de crédito que deram problema. Os papéis ligados à empresa Gramado Parks — que obteve recentemente uma tutela cautelar para interromper pagamentos a credores por 60 dias — e à WAM Holding, grupo que atua no segmento de multipropriedades e também enfrenta dificuldades financeiras, estão presentes nas quatro listas de ativos.

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O Circuito de Compras é outro devedor em comum para dois dos fundos. Vale destacar que a empresa, que opera um shopping popular na região do Brás, em São Paulo, já havia atrasado o pagamento de suas obrigações financeiras no mês passado.

A companhia também está na mira da CPI da Pirataria, conduzida pela Assembleia Legislativa de São Paulo. Os deputados paulistas encerraram as atividades da CPI na semana passada e, em seu relatório final, recomendam uma intervenção do poder Executivo e do Ministério Público na operação da empresa.

O último fator em comum* entre eles é que as gestoras dos quatro FIIs — Devant Asset, Hectare e RCAP Asset — fazem parte da holding RTSC, que investe em diversas empresas do mercado financeiro.

O grupo também é controlador indireto da Fortesec, a emissora dos CRIs. Além disso, um dos fundos de suas gestoras, o SRDV11, é o único acionista da Gramado Parks.

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Procurada, a holding RTSC informou que se manifestou por meio de fatos relevantes divulgados pelas gestoras do grupo.

O peso da inadimplência para cada um dos FIIs

Apesar das várias semelhanças, o impacto da inadimplência deve ser diferente para cada um dos fundos imobiliários que divulgaram a lista de devedores hoje.

Segundo cálculos feitos a partir do último relatório gerencial divulgado, o VSLH11 é quem está mais exposto, com inadimplência em CRIs que representam cerca de 40% do patrimônio líquido.

Na sequência, aparece o HCTR11, com 29,59% de seu PL alocado em ativos que ainda não quitaram suas obrigações financeiras em março. As duas menores exposições são as do DEVA11, de 19,8%, e do TORD11, cujo percentual do portfólio ligado a calotes é de 13,9%.

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Segundo os comunicados enviados ao mercado hoje, a Vórtx, que é administradora dos quatro fundos e agente fiduciária de algumas emissões, em conjunto com a Simplific Pavarini, agente fiduciária do restante dos CRIs, tem mantido contato com a Fortesec para solicitar esclarecimento a respeito dos calotes.

Vale destacar que títulos desse tipo possuem garantias como quotas de empresas e imóveis que podem ser acionadas em momentos como este.

“A emissora convocará uma Assembleia Geral de Titulares dos CRI, nos termos das emissões, para deliberarem acerca do não pagamento e as providências a serem tomadas”, informa o comunicado.

Já a RCAP Asset, responsável pela gestão dos FIIs Versalhes RI e Tordesilhas EI, afirma que propostas de reestruturação dos ativos “estão sendo elaboradas e que mais informações poderão ser obtidas no próximo relatório gerencial”.

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*CORREÇÃO: A RTSC, sócia dos fundos imobiliários que investiram nos CRIs que estão inadimplentes, não é sócia do Circuito de Compras, conforme informado anteriormente. O grupo na verdade é controlador indireto da Fortesec, empresa de securitização que emitiu os CRIs que têm o Circuito de Compras como devedor.

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