Alguns membros da Opec+, organização que reúne os 13 membros da Opec e 10 dos maiores exportadores de petróleo do mundo, estão considerando suspender a Rússia do acordo que regula a oferta de hidrocarbonetos no mundo, segundo relatos do Wall Street Journal
A movimentação acontece em um momento de tensão nas relações entre o ocidente, a União Européia e a Rússia. Em resposta à invasão da Ucrânia, são inúmeras as sanções impostas, chegando até mesmo a um banimento parcial do petróleo russo na Europa.
Os delegados da OPEC estariam preocupados com os crescentes desafios impostos à economia russa, o que poderia impedir o aumento da produção por parte do país, colocando mais lenha na fogueira dos preços, que seguem em alta.
Além disso, a expectativa de que a reabertura de cidades chinesas possa impulsionar a demanda pela commodity fizeram com que os contratos futuros de petróleo registrassem alta durante o dia, recuperando as perdas do pregão anterior.
O petróleo WTI para julho fechou em alta de 0,51% negociado a US$ 115,26 o barril. Já o Brent para agosto avançou 0,60%, e o barril vale US$ 116,29.
OPEC e países em guerra
No passado, a OPEC permitiu que alguns de seus membros não entregassem sua cota de produção se estivessem enfrentando situações adversas — exemplo disso é o Iraque, que enfrentou sanções durante a década de 1990. Outros casos incluem Líbia, Venezuela e Irã, atualmente isentas de cumprir as metas da organização.
A Rússia, apesar de não fazer parte do ‘grupo dos desobrigados’, não conseguiu atingir sua cota de produção nos últimos meses. Mesmo assim, o mais provável é que a OPEC tente se manter relativamente próxima ao país, já que os russos só perdem em capacidade produtiva para Estados Unidos e Arábia Saudita.
Entretanto, alguns membros da OPEC tem posição contrária, por um temor de que liberar a Rússia poderia atrapalhar a coesão entre OPEC e OPEC+, uma vez que o país continuaria a ter poder sobre o grupo sem que tivesse de contribuir com o controle da oferta de hidrocarbonetos.
Assim, se o grupo decidisse ser necessário reduzir a produção no futuro, a Rússia estaria em posição privilegiada para não aceitar a decisão.
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*Com informações da CNBC e The Wall Street Journal