Um levantamento sobre as eleições deste ano, realizado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e divulgado nesta quarta-feira (10) mostra que 78,1% dos entrevistados que têm a intenção de votar no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dizem que a decisão é definitiva, enquanto 21,9% afirmam que "podem mudar".
Dos eleitores que têm a intenção de votar no atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), 82,1% consideram que o voto é definitivo e 17,9% assumem que "podem mudar".
No caso de Ciro Gomes (PDT), 51% disseram que a escolha é definitiva e 49% podem mudar. Dos entrevistados que têm a intenção de votar em João Doria (PSDB), 34,9% consideram que o voto seja definitivo e 65,1% podem mudar.
A pesquisa, constituída por 2.002 entrevistas telefônicas, tem margem de erro de 2,2 pontos porcentuais e nível de confiança é de 95% e está registrada na Justiça Eleitoral sob número BR-05757|2022.
Vale ressaltar que as últimas pesquisas da CNT foram realizadas na modalidade presencial, o que inviabiliza a comparação deste levantamento com os anteriores.
Primeiro turno, dessa vez sem Moro
Lula mantém a liderança nas intenções de voto para a Presidência no primeiro turno, com 40,6% no levantamento estimulado, enquanto Jair Bolsonaro segue em segundo lugar, com 32%.
Em terceiro lugar está Ciro Gomes, com 7,1%. Na sequência aparecem João Doria, que acumula 3,1% das intenções de voto, e André Janones (Avante), com 2,5%. Simone Tebet (MDB) tem 2,3% e Luiz Felipe d'Ávila (Novo) 0,3%. Branco e nulos são 5,1%, e indecisos 7,0%.
Foi a primeira vez em que a pesquisa da CNT não colocou o nome de Sérgio Moro (União Brasil) entre os presidenciáveis.
Bolsonaro perdendo para (quase) todo mundo
Nas projeções para um eventual segundo turno, Lula manteve a liderança contra todos os adversários. Contra o atual presidente, o petista tem 50,8% dos votos, e Bolsonaro 36,8%.
Bolsonaro só teria vantagem no segundo turno, segundo a pesquisa, se disputasse contra Doria ou Simone Tebet. O atual presidente teria 38,8% e o tucano 33,9% das intenções de voto. Contra a senadora, Bolsonaro teria 39,6% dos votos e Tebet 30,5%.
Como vai o governo
A pesquisa da CNT também mostra que 30,4% dos entrevistados avaliam o governo do presidente Jair Bolsonaro como "ótimo e bom", enquanto 25,2% consideram "regular" e 43,6% como "ruim e péssimo".
Para 52%, o governo está "pior do que esperava", enquanto 29% disseram estar "nem melhor, nem pior" e 17% "melhor do que esperava".
Em relação à aprovação do desempenho pessoal do presidente, 37,9% disseram que aprovam e 58,8% desaprovam.
Potencial de voto
Dos entrevistados, 28,2% disseram que "votariam com certeza" em Bolsonaro; 15,4% "poderiam votar nele"; 53,9% não votariam "de jeito nenhum". Em relação a Lula, 35% afirmam que "votariam nele com certeza"; 18,6% poderiam votar nele; 44,1% não votariam de jeito nenhum. Se o candidato fosse Ciro Gomes (PDT), 4,3% dos entrevistados votariam nele "com certeza"; 39,5% poderia votar nele; 48,2% "não votaria de jeito nenhum".
João Doria (PSDB) é o pré-candidato que acumula maior rejeição. Dos entrevistados, 68% disseram que não votariam nele "de jeito nenhum"; 19% poderiam votar nele; e 1,5% votaria nele "com certeza".
A senadora Simone Tebet (MDB) acumula o maior nível de desconhecimento. Segundo a pesquisa, 48,5% dos entrevistados disseram que "não conhecem"; 37,5% não votariam "de jeito nenhum"; 10,4% poderia votar nela; e 1,2% votaria nela "com certeza".
Vai ter segundo turno?
Para evitar ou garantir a realização de um segundo turno nas eleições para presidente neste ano, 22,7% dos eleitores mudariam de voto, segundo levantamento realizado pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT). A maioria deles, 70,5%, manteria o voto e 6,8% não souberam responder.
Questionados sobre quais situações fariam com que os entrevistados mudassem o voto no primeiro turno, 28,4% disseram que seria para "facilitar que alguém, que não seja Jair Bolsonaro (PL) ou Luiz Inácio Lula da Silva (PT), possa ir para o segundo turno".
Outros 25,7% afirmaram que seria para "dificultar uma vitória em primeiro turno de Jair Bolsonaro".
O levantamento mostra, ainda, que 21,5% mudariam o voto para "facilitar uma vitória em primeiro turno de Lula", enquanto 13,4% mudariam para "facilitar uma vitória em primeiro turno de Jair Bolsonaro".
Por fim, 7,5% que disseram que mudariam o voto para "dificultar uma vitória em primeiro turno de Lula".
Polarização
O levantamento da CNT mediu, ainda, a percepção dos entrevistados sobre a polarização na eleição presidencial de 2022. Para 45,7%, a disputa está "mais polarizada que na eleição 2018", enquanto 34,2% disseram que ocorre "da mesma forma que na eleição 2018". Apenas 11,6% consideram "menos polarizada que na eleição 2018".
Apesar de verem a eleição polarizada, 30,6% dos pesquisados avaliam que a construção de um nome alternativo ao ex-presidente e o atual algo "muito importante" e outros 32,3% como "importante para o País". Avaliaram como "pouco importante" a construção de uma alternativa 29,1%, e 8% não souberam responder.
*Com informações do Estadão Conteúdo