Na corrida ao Palácio do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda é o pole position, mas começa a ter mais nítida a imagem do presidente Jair Bolsonaro (PL) em seu espelho retrovisor.
Pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (18), apenas dois dias depois do início oficial da campanha eleitoral, mostra que o petista tem 47% das intenções de voto, seguido de Bolsonaro, que tem 32%.
O resultado mostra que o atual chefe do Palácio do Planalto vem diminuindo a distância de Lula.
A vantagem do petista, que era de 21 pontos na pesquisa divulgada em maio, caiu para 18 pontos em julho e foi reduzida para 15 pontos neste mês.
Agora, o ex-presidente manteve os mesmos 47% do levantamento anterior, enquanto Bolsonaro avançou três pontos percentuais.
O Datafolha ouviu 5.744 eleitores em 281 cidades entre terça (16), data do começo da campanha de rua, e esta quinta (18).
Os retardatários
Assim como em qualquer Grande Prêmio, a corrida presidencial também tem os retardatários na pista.
No caso dessa eleição, Ciro Gomes (PDT) aparece em terceiro, com 7%. Em quarto, Simone Tebet (MDB) soma 2%. Vera Lúcia (PSTU) tem 1%.
Felipe D’Ávila (Novo), José Maria Eymael (DC), Soraya Thronicke (União Brasil), Sofia Manzano (PCB), Pablo Marçal (Pros) e Léo Péricles (UP) não pontuaram.
Lula ainda pode levar no primeiro turno
Apesar de Bolsonaro começar a ter uma imagem mais nítida no retrovisor de Lula, o petista ainda tem chances de vencer a corrida ao Planalto no primeiro turno.
Levando em conta a margem erro de dois pontos porcentuais da pesquisa Datafolha, Lula pode subir no pódio ainda na primeira etapa da eleição, embora a margem da vitória seria pequena.
Segundo o levantamento, o petista tem 51% dos votos válidos, excluindo os 6% de brancos e nulos. Vence quem tiver 50% mais um voto no dia 2 de outubro — medida usada pela Justiça Eleitoral para proclamar o vencedor do pleito no primeiro turno.
Lula e Bolsonaro na pista
Bolsonaro apostou suas fichas no Auxílio Brasil de R$ 600 e nas reduções de preço de combustíveis pela Petrobras após sucessivas trocas de comando da estatal.
Mas, segundo o Datafolha, o resultado das medidas — especialmente do Auxílio Brasil — entre aqueles que ganham até dois salários mínimos não está claro.
Bolsonaro manteve os 23% do levantamento anterior, enquanto Lula oscilou positivamente um ponto, para 55%.
A margem de erro específica desse segmento é de três pontos percentuais, a mesma da faixa de dois a cinco salários mínimos, de onde sai a melhor notícia para Bolsonaro neste levantamento: ele subiu sete pontos neste grupo, empatando tecnicamente com Lula, a quem bate por 41% a 38%.
Aqui, uma explicação possível é a sobreposição do estrato com o dos evangélicos, 25% do eleitorado nesta amostra.
Entre eles, o presidente avançou ainda mais, subindo de 43% para 49%, enquanto o petista oscilou de 33% para 32%. O impacto das reduções de energia também é fator a ser considerado.
A disputa entre mulheres e regiões
Historicamente, Bolsonaro sempre teve dificuldades com o eleitorado feminino — fato que não mudou até agora.
O atual chefe do Planalto perdeu a tração da pesquisa de julho, oscilando de 27% para 29%, enquanto Lula foi de 46% para 47%,
Por região, o petista segue reinando no Nordeste, com 57% a 24% de Bolsonaro. O Sudeste também dá vantagem a Lula, que aparece com 44% contra 32% do atual presidente.
No Sul, Bolsonaro é quem lidera, por 49% a 43%, mantendo vantagem também no Centro-Oeste, por 42% a 36%. Já no Norte, há empate com Bolsonaro à frente: 43% a 41%.
Quando o Datafolha questiona o entrevistado de forma espontânea acerca de seu voto, sem mostrar a lista de candidatos, Lula é o mais citado com 40%, seguido por Bolsonaro (28%). Dizem não estar decididos sobre o voto 22%.