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Quem será o “anti-Lula”? Os 5 nomes que devem liderar a oposição ao governo do presidente eleito

Luiz Inácio Lula da Silva

Luiz Inácio Lula da Silva

De Guilherme Boulos a Fernando Henrique Cardoso, a campanha vitoriosa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República construiu um amplo arco de alianças da esquerda à centro-direita.

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Isso significa que vários dos nomes que declararam apoio — seja por afinidade com o petista ou rejeição ao presidente Jair Bolsonaro (PL) — devem permitir uma "lua de mel" ao governo que toma posse no dia 1º de janeiro.

Alguns dos políticos de fora do PT inclusive são cotados a fazer parte do novo governo. São os casos, por exemplo, da senadora Simone Tebet e da ex-ministra e deputada eleita Marina Silva.

Lula não terá vida fácil

Mas é claro que Lula não terá vida fácil depois que se sentar novamente na cadeira de presidente. Primeiro, porque a composição do novo Congresso fortaleceu a base de Jair Bolsonaro. E a futura oposição promete ser tão implacável como foi o próprio PT no passado.

Olhando para o lado que foi derrotado, quem pode se tornar uma possível alternativa a Lula e ao PT daqui a quatro anos? É claro que ainda é muito cedo para fazer qualquer prognóstico, mas os nomes que saíram fortalecidos das urnas sempre surgem como potenciais presidenciáveis no futuro.

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Saiba a seguir quem são os cinco nomes que devem liderar a oposição ao novo governo e que podem se tornar o "anti-Lula" nas próximas eleições presidenciais:

1 - Jair Bolsonaro

Jair Bolsonaro foi o primeiro presidente a não conseguir a reeleição na história da nossa República, e já indicou que vai relutar o quanto puder para entregar a faixa presidencial a Lula.

Seja como for, a derrota nas eleições deste domingo não significa nem de longe o fim da linha para o atual presidente. Com um capital político de 58 milhões de votos, Bolsonaro segue como um nome forte e talvez seja único político, fora o próprio Lula, a conseguir mobilizar a população.

A propósito, Bolsonaro terá 71 anos em 2026 e, portanto, estará em plenas condições de disputar uma nova eleição presidencial se estiver bem de saúde.

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Mas caso queira voltar ao poder, o primeiro desafio do presidente será manter os apoiadores unidos, a começar pela grande base que elegeu no Congresso.

Resta saber também o futuro do presidente após perder o foro privilegiado. Há quem aposte que ele terá problemas com a Justiça. Mas o exemplo recente de Lula mostra que nem mesmo uma eventual prisão de Bolsonaro deve representar o fim do bolsonarismo.

2 - Romeu Zema

Governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) surge como uma das principais lideranças da direita após as eleições. Após o primeiro turno, ele fez campanha por Bolsonaro e por pouco não conseguiu virar o placar da votação no Estado.

Dependendo de como se sair no segundo mandato e da rejeição à futura gestão Lula, o governador pode alçar voos maiores. Mas Zema conta com pelo menos dois obstáculos nessa trajetória.

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O primeiro é o Partido Novo, que encolheu em relação às eleições anteriores. Sem uma base partidária forte, dificilmente Zema conseguirá uma plataforma nacional para viabilizar uma eventual candidatura.

O segundo problema para Zema nos próximos quatro anos é se manter como uma figura de oposição sem prejudicar a gestão à frente do governo de Minas Gerais. Afinal, uma boa relação com o governo federal costuma ser fundamental para que os recursos continuem a fluir para o Estado.

3 - Sergio Moro

Uma das imagens mais surpreendentes do segundo turno das eleições presidenciais foi a de Sergio Moro ao lado de Jair Bolsonaro nos debates contra Lula.

Como se sabe, o ex-juiz foi para o governo com status de superministro, mas deixou o cargo atirando, ao acusar o presidente de interferência na Polícia Federal.

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Moro assumiu de vez a carreira política ao vencer a disputa pelo Senado no Paraná. Para isso, voltou a colar no bolsonarismo e apostou na rejeição ao PT.

Agora como senador, Moro surge como um dos "herdeiros" do presidente e um antagonista natural de Lula. Ou seja, dependendo de como se sair no mandato, tem condições de se colocar como uma alternativa na direita. Nesse sentido, ele inclusive já marcou posição:

https://twitter.com/SF_Moro/status/1586862564927062017

Assim como Zema, porém, o ex-juiz deve esbarrar em pelo menos dois problemas. Ele precisará resolver a relação conturbada com o União Brasil, partido para o qual migrou na véspera da eleição e que lhe custou a chapa na disputa para a Presidência neste ano.

Moro também deve ter dificuldades em se apresentar como sucessor do atual presidente. A menos que o receba as bênçãos do próprio Bolsonaro, o que é no mínimo improvável.

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4 - Tarcísio de Freitas

O governador eleito de São Paulo sempre surge como um candidato natural à Presidência da República, e não seria diferente com Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O ex-ministro de Jair Bolsonaro construiu uma carreira improvável na política. Depois de atuar como técnico no governo de Dilma Rousseff, assumiu o comando da infraestrutura e venceu as primeiras eleições que disputou graças ao apoio do presidente.

Agora como governador, Tarcísio terá primeiro de mostrar serviço e mostrar que tem vida política própria sem o padrinho. Mesmo assim, dificilmente terá espaço no plano federal se Bolsonaro se mantiver ativo na disputa.

5 - Eduardo Leite

A reeleição de Eduardo Leite ao governo do Rio Grande do Sul foi praticamente o que restou ao PSDB nestas eleições. A vitória foi como o ressurgimento de uma fênix — ou melhor, de um tucano.

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Leite originalmente tinha planos de se candidatar à Presidência, mas perdeu as prévias do partido para o então governador de São Paulo, João Doria. E por pouco não ficou de fora do segundo turno da disputa no Rio Grande do Sul.

No segundo turno, virou o jogo contra Onyx Lorenzoni, o candidato de Bolsonaro. Aliás, um dos momentos mais emblemáticos desta campanha foi o vídeo do debate em que Lorenzoni não responde a uma pergunta do tucano sobre o plano fiscal para o Estado (assista abaixo).

https://twitter.com/e001/status/1584971397885222912

Leite apoiou a primeira eleição de Bolsonaro em 2018, mas neste ano ficou neutro na disputa, mesmo depois de receber o "apoio crítico" do PT. Portanto, o governador deve se manter na oposição e pode angariar a preferência de quem votou 22 nas eleições deste domingo.

Tudo isso, claro, se Bolsonaro eventualmente estiver fora da disputa e o PSDB conseguir se reerguer a ponto de viabilizar uma candidatura à Presidência.

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