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Leticia Camargo
Leticia Camargo
Formada em Jornalismo pela Universidade de São Paulo (ECA-USP). Já passou por agência de marketing digital, onde trabalhou com estratégias de SEO e marketing de conteúdo.
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Não se iluda com a disparada de 119% do Magazine Luiza (MGLU3), investidor: para este analista, a ação continua cara e nem o fim do ciclo de alta da Selic pode ser capaz de salvá-la; entenda

A ação do Magazine Luiza mais do que dobrou de valor após o Copom comunicar que pode haver o fim do ciclo da alta dos juros mas, na opinião de Fernando Ferrer, nem o cenário macroeconômico poderá fazer a varejista a se recuperar

Leticia Camargo
Leticia Camargo
26 de agosto de 2022
13:17 - atualizado às 13:27
lu do magazine luiza
Imagem: Reprodução Magazine Luiza

É verdade que quem investe na ação do Magazine Luiza (MGLU3) não morreu de tédio nos últimos 2 anos. Após o papel ter despencado dos R$ 27,34, quando atingiu a sua máxima histórica em novembro de 2020, até os R$ 2,13 em julho de 2022, agora vê um “salto” de 119%, de 04/07 até 25/08. Afinal, o que mudou?

Bom, o principal motivo para que a ação do Magalu tenha tido alta expressiva de julho para cá foi uma sinalização do Copom (Comitê de Política Monetária). Em 15 de julho, houve a 248º reunião do órgão do Banco Central que, embora tenha elevado a Selic em 0,5 pontos percentuais, para 13,75%, deu um importante comunicado.

O BC sinalizou que o ciclo de alta dos juros pode finalmente chegar ao fim. E isso foi o suficiente para que ações de empresas do setor do varejo, como Magazine Luiza, Via (VIIA3) e Americanas (AMER3), disparassem rapidamente.

As varejistas foram, talvez, as mais prejudicadas com o aperto monetário, que corroeu o poder de compra dos consumidores. 

No entanto, alguns analistas acreditam que o “buraco é mais embaixo” para o Magazine Luiza. O que está acontecendo agora é que o macroeconômico está fazendo preço nas ações MGLU3, mas o micro não mudou, ou seja, os fundamentos permanecem os mesmos.

Um dos que corroboram com essa tese é Fernando Ferrer, analista de ações da maior casa de análise financeira independente do país. Na visão dele, o papel continua caro mesmo nos patamares atuais e podem não ter salvação com o fim do ciclo da alta dos juros.

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“Apesar do avanço do setor ao longo de 2022, a alta ainda não é homogênea entre todas as atividades. As taxas de inadimplência seguem altas. De acordo com o IBGE, o varejo ainda tem um longo caminho a percorrer para voltar aos patamares um dia já vistos” - Fernando Ferrer

É por isso que o analista está recomendando que os investidores zerem posição nas ações MGLU3, mesmo que a empresa tenha mais do que dobrado de valor recentemente. 

Ao invés de investir no Magazine Luiza, Fernando Ferrer acredita que é hora de apostar em uma ação de setor mais resiliente e que pode distribuir “gordos” dividendos este ano.

ESQUEÇA MGLU3: CONHEÇA AÇÃO MAIS BARATA E COM ‘GORDOS’ DIVIDENDOS PARA INVESTIR NO LUGAR DO MAGAZINE LUIZA

A seguir, explico por que o analista não vê mais potencial para a varejista e qual ação ele recomenda comprar no lugar dela.

No caso do Magalu, o macro não se sobrepõe ao micro - veja 3 motivos para desistir da ação mesmo após alta de 119%

Neste momento, o analista acredita que os investidores estão muito mais empolgados com índices econômicos do que com os fundamentos por trás da empresa. Mas a alta de 119% das ações MGLU3 não são suficientes para dizer que a varejista voltou a valer a pena.

Embora o cenário macroeconômico tenha ajudado, ele pode não ser suficiente para dar uma alta sustentável ao Magazine Luiza, na visão de Ferrer. 

Além disso, vale destacar que há um longo caminho pela frente até que a ação volte aos patamares de 2020. O cenário atual é diferente daquele em que a cotação alcançou os R$ 27, quando tínhamos uma taxa básica de juros de meros 2%, que não deve se repetir tão cedo.

Para explicar o seu ponto de vista, ele elencou 3 motivos para acreditar que não vale a pena investir no Magalu, mesmo que o cenário macro seja favorável. Confira:

1. Concorrência acirrada

Em primeiro lugar, Fernando destaca que a concorrência em torno do Magazine Luiza tem ficado cada vez mais acirrada. Agora, além dos players nacionais, como Americanas e Via, a varejista também está tendo de lidar com concorrentes internacionais, que afeiçoaram os brasileiros.

Estou falando de empresas como Shopee, Shein e Amazon. Elas conquistaram muito rapidamente os consumidores ao praticarem preços populares, além de disponibilizarem com frequência cupons de desconto cumulativos e frete grátis.

Diante disso, o Magazine Luiza tem enfrentado dificuldades para repassar seus custos aos consumidores e ter um resultado maior. 

“O cenário desafiador deverá pressionar ainda mais os resultados da companhia, tornando o valuation mais caro e fazendo com que a ação seja menos atrativa”, explica Fernando Ferrer.

2. A ação MGLU3 está mais cara hoje do que em dezembro/2021

Apesar da ação MGLU3 ter “decolado” 119%, custando R$ 4,68 no último fechamento (25), Fernando Ferrer acredita que ela está mais cara do que em dezembro de 2021, quando valia cerca de R$ 6. Sei que pode soar estranho, mas há uma justificativa para isso:

Para chegar a essa conclusão, Fernando Ferrer analisou o múltiplo Preço sobre Lucro (P/L) da companhia. Ao estudar o gráfico abaixo, o analista concluiu que, apesar do indicador ter caído ao longo de 2021, ele deu um salto rápido em 2022, tornando-o o mais caro na janela de um ano:

preço sobre lucro magazine luiza
Indicador Preço sobre Lucro do Magazine Luiza. Fonte: Bloomberg

Além disso, Ferrer destaca que o Magazine Luiza também deixou de se enquadrar na denominação de ativo de “quality” e, portanto, não faz mais sentido na estratégia da carteira recomendada dele, que busca ativos com potencial de crescimento, rentabilidade e boa governança corporativa.

ESQUEÇA MGLU3: CONHEÇA AÇÃO MAIS BARATA E COM ‘GORDOS’ DIVIDENDOS PARA INVESTIR NO LUGAR DO MAGAZINE LUIZA

3. Desaceleração do e-commerce

Por último, Fernando destaca que a desaceleração do e-commerce, em decorrência do aperto monetário, impactou fortemente a receita do Magazine Luiza este ano. 

Embora a empresa tenha dobrado de tamanho nos últimos 2 anos, totalizando vendas de R$ 56 bilhões em 2021, e tendo triplicado o e-commerce, alcançando os R$ 40 bilhões em vendas online e 200 milhões de itens vendidos, o jogo virou.

De acordo com o analista, todo esse crescimento não foi acompanhado de aumento de rentabilidade, evidenciando a desaceleração do consumo de eletrônicos e bens duráveis como um todo, além da perda do vigor das lojas físicas, que historicamente foram propulsoras de rentabilidade da companhia.

Dado que as lojas eram um vetor importante do Magazine Luiza, a redução dramática das vendas através desse canal promoveu uma queda importante das margens da varejista. E isso faz com que o Magalu se torne um negócio ainda mais caro.

Não invista no Magalu: conheça ação mais barata, resiliente e com ‘gordos’ dividendos que realmente vale o seu dinheiro

Depois de ter visto os 3 motivos para que Fernando Ferrer não veja mais potencial nas ações do Magazine Luiza, é hora de conhecer uma ação que realmente vale a pena, na visão dele.

Estou falando de uma ação do setor de distribuição de energia elétrica, presente tanto no Brasil, quanto no Peru e Colômbia. Para Ferrer, essa empresa é melhor preparada para passar pelo atual contexto do mercado, pois está em um negócio resiliente e previsível.

E sabe por que é tão importante que ela tenha previsibilidade? Bom, pois ter receita previsível implica no pagamento de dividendos de forma constante. E, caso você não saiba, as empresas de distribuição de energia costumam ser fartas quando o assunto são dividendos.

E é justamente isso que Ferrer quer que você receba neste momento. Afinal, esta ação recomendada, além de ser a mais barata entre os seus pares, tem potencial para distribuir “gordos” proventos em 2022. 

Para você ter uma ideia, o dividend yield estimado da empresa é de até 5,5% este ano.

Em um relatório gratuito, o analista revela o ticker da ação da empresa em questão e todo o racional de investimento por trás dela. Lá, ele também explica porque acredita que trocar a ação do Magazine Luiza por uma do setor de energia é mais vantajoso para o seu patrimônio.

Desde que fez a recomendação, em 11 de maio, a ação da empresa do setor de energia em questão já valorizou cerca de 11%. Contudo, o analista acredita haver espaço para mais, dado que o preço-justo da ação seria de R$ 33, e hoje ela custa cerca de R$ 28.

Agora, a decisão está nas suas mãos. Se você quiser, pode continuar investindo na ação MGLU3 e assistir ao seu dinheiro “derreter”. Ou pode conhecer a ação recomendada por Ferrer com projeção de dividendos fartos:

Pode ficar tranquilo: o acesso é gratuito mesmo, como cortesia da Vitreo. Nenhum centavo será cobrado para que você possa acessar o relatório sobre a ação. Basta clicar aqui e inserir um e-mail válido para receber o relatório na sua caixa de entrada.

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