O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva nem assumiu ainda, mas, na prática, já recebeu um “não” da Petrobras (PETR4). A estatal informou nesta quinta-feira (08) que não há qualquer decisão sobre a suspensão da venda de cinco refinarias listadas no programa de desinvestimento da companhia.
Por duas vezes, membros da equipe de transição do novo governo pediram formalmente à atual gestão da Petrobras que não levasse adiante a venda de qualquer ativo até que Lula tomasse posse — o que vai acontecer em 1 de janeiro de 2023.
Segundo a estatal, o posicionamento vem em reação a matérias publicadas na imprensa, mas, na prática, funciona como uma negativa pública ao pedido da equipe de transição.
A postura de Lula em relação à petroleira é uma das grandes preocupações do mercado financeiro. Especialmente quando se trata dos desinvestimentos — o petista não esconde que quer que a companhia volte a focar em ativos além do pré-sal, como o refino.
As refinarias da Petrobras
A Petrobras concluiu recentemente as vendas das refinarias Isaac Sabá (Reman), no Amazonas, e da Unidade de Industrialização do Xisto (Six), no Paraná.
A venda da Reman aconteceu mesmo depois do pedido de suspensão da equipe de transição — e um sinal de que a atual direção da Petrobras ignoraria o pleito de Lula.
Vale lembrar, no entanto, que processos de venda de refinarias com etapas decisivas previstas para o ano que vem são passíveis de cancelamento pelo novo governo.
Atualmente, das cinco refinarias à venda, apenas a Lubnor, no Ceará, tem contrato de venda assinado à espera do fechamento do negócio. Todas as outras estão em fase não vinculante ou em fase vinculante, ainda longe da alienação.
Fase vinculante
- Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais
Fase não vinculante
- Refinaria Abreu e Lima (Rnest) em Pernambuco;
- Alberto Pasqualini (Refap) no Rio Grande do Sul;
- Presidente Getulio Vargas (Repar), no Paraná.
A Petrobras ainda deve concluir a venda de cinco ativos de produção e exploração, campos de petróleo cuja concessão pertence à estatal. A alienação desses campos maduros, no entanto, não é um ponto de tensão central com o novo governo.