O que esperar da Simpar (SIMH3) em 2023? Confira as projeções do CEO Fernando Simões para a dona da JSL e Movida
Conheça a história da holding de logística e transporte confira as perspectivas do CEO Fernando Simões para o futuro da companhia

Com mais de 60 anos de história, a holding de logística e transporte Simpar (SIMH3) teve seu nascimento a partir de um único caminhão. Atualmente, a companhia controla sete empresas em diversos setores, incluindo a da JSL (JSLG3) e Movida (MOVI3).
Em entrevista ao Estadão, o CEO Fernando Simões relembrou a história da empresa familiar e sua trajetória até o controle da companhia.
Na conversa, o executivo ainda conta as perspectivas da dona da JSL e Movida para o futuro, além das projeções da companhia para o novo governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Confira trechos da entrevista.
A história da Simpar
O pai cuidava de cabras em um sítio em Portugal, migrou para o Brasil na década de 50, comprou um caminhão para fazer entregas de verduras e 25 anos depois tinha a maior empresa de logística do País, a JSL.
O filho começou a trabalhar com ele aos 14 anos, estudou só até os 16 anos e ajudou a impulsionar o negócio que se transformou na holding Simpar, dona de sete companhias que controlam 30 empresas com mais de 40 mil funcionários.
Leia Também
A história do empresário Júlio Simões, que chegou ao Brasil quando tinha 23 anos, e de seu filho Fernando, mostra o sucesso do empreendedorismo que começou no período em que o País começava a entrar na fase de industrialização.
O grupo passou por várias crises econômicas, mas nunca deixou de buscar novas oportunidades de negócio. Dissonante de muitos empresários que apontam o chamado "custo Brasil" como fator que trava investimentos, Fernando Simões, CEO da Simpar, diz que essa característica "nunca impediu o grupo de crescer", assim como as flutuações do câmbio e a falta de infraestrutura.
"Mesmo com toda a volatilidade, os desafios do Brasil são proporcionais às oportunidades", afirma o executivo de 55 anos, dos quais mais de 40 trabalhando na empresa criada pelo pai.
Mas, em outro tema, ele faz coro com a grande maioria do empresariado. "Torço por uma reforma tributária", afirma, ao ser questionado sobre o que espera do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que assume em 1º de janeiro.
O grupo Simpar chegou aos 66 anos como uma das maiores companhias brasileiras. Como nasceu esse negócio familiar?
Meu pai era filho de caseiros de uma quinta (sítio) em Portugal e cuidava de cabras desde os sete anos. Aos 23 anos, migrou para o Brasil com um tio.
Trabalhou como mecânico e vendedor de roupas até comprar um "caminhãozinho" para fazer entregas de verduras, três anos após sua chegada ao País.
Depois foi comprando outros caminhões e criou uma transportadora, a JSL.
Quando o sr. começa a atuar na empresa?
Eu comecei a trabalhar aos 14 anos, primeiro em meio período, e aos 16 anos, quando parei de estudar, em período integral. Eu adorava ficar perto do meu pai e não gostava de ir à escola. Minha formação foi na empresa.
Naquele período a JSL tinha 16 filiais, 120 caminhões, 280 colaboradores e uma grande reputação: tinha crédito e boa relação com os clientes.
Aos 20 anos fui para a área comercial, e começamos a diversificar o negócio de acordo com as necessidades dos clientes que iam além do transporte.
Fomos descobrindo que precisavam alugar automóveis, financiamento, terceirizar suas frotas etc. Em 2000, nos tornamos a maior empresa de logística rodoviária do País, com o maior portfólio de serviços.
Em que ano o sr. assumiu o controle do grupo Simpar?
Foi em 2001. Meu pai continuou acompanhando tudo e a tomar decisões. Ele faleceu em 2012, aos 84 anos.
Em 2010 abrimos o capital. Três anos depois compramos a Movida e várias outras empresas de ramos variados, como rede de concessionárias.
Mais tarde, começamos a separar as unidades de negócio da JSL em empresas independentes.
Em 2020 fizemos uma reorganização societária e criamos a Simpar, holding que hoje controla sete companhias - entre elas a JSL, a Movida e a Vamos, as três listadas na Bolsa de Valores. O grupo hoje envolve 30 empresas.
Como está o desempenho da companhia?
Este ano devemos ter um crescimento de receita por volta de 40% a 50%. Se anualizar, no futuro teremos crescimento maior ainda.
No terceiro trimestre tivemos receita anualizada de R$ 31 bilhões e Ebitda de R$ 8 bilhões. Nosso capex (despesas de capital) líquido, nos últimos 12 meses, está por volta de R$ 12 bilhões.
Cerca de 90% das principais indústrias de vários segmentos, como alimentos, mineração, agronegócio, papel e celulose são nossos clientes.
- Leia também: Onde investir em 2023: CDI vira refúgio para se proteger de Lula ‘messiânico’, diz Fábio Kanczuk, ex-diretor do BC
Nos últimos dois anos o grupo Simpar fez 19 aquisições de empresas. Já tem algo em vista para 2023?
Na área de logística e de automóveis há oportunidades de crescimento orgânico e também de crescimento por meio de aquisições.
Não temos nada previsto no momento, mas sempre estamos atentos e costumamos decidir muito rapidamente.
Também foi iniciado um processo de internacionalização. Esse processo vai continuar no próximo ano?
Faz parte do nosso planejamento ter receita em outras moedas fortes, mas sem obrigação nenhuma de fazer isso num curto espaço de tempo. Por exemplo, nossa empresa de logística teve oportunidade de ir com um cliente atender negócios na África.
Também tivemos oportunidade de comprar, em setembro, uma locadora de automóveis pequena, mas muito bem posicionada, em Portugal.
Com esse movimento, entramos num país da Europa e, além de crescer nesse mercado, tem a experiência de alguns modelos de negócio, por exemplo, o "buyback", que é quando você aluga um carro e está sublocando esse carro de alguém.
Lá isso é normal, mas no Brasil não tem. Mas não vamos fazer nenhum movimento internacional que comprometa nosso desenvolvimento no Brasil.
A Simpar continuará sendo um grupo familiar?
O grupo é de origem familiar. Acreditamos muito num grupo com controle definido, mas totalmente profissionalizado.
Significa que não necessariamente a sucessão será feita pela família.
O empresariado do País critica muito o chamado "custo Brasil", a falta de infraestrutura e a volatilidade cambial. De que forma isso afeta a Simpar?
Durante esses 66 anos de empresa, o Brasil sempre teve volatilidades. Isso nunca nos impediu de crescer. Ao mesmo tempo que o País impõe muitos desafios, também oferece grandes oportunidades, porque está tudo por fazer.
No nosso ramo, por exemplo, somos a maior empresa de logística rodoviária do Brasil e temos participação de mercado de 2%. Em um país desenvolvido, os líderes têm por volta de 7% a 9% de participação.
Então, temos muita possibilidade de crescimento e desenvolvimento. O que fazemos é independente da situação econômica.
O que o sr. espera do próximo governo, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva?
Nós todos, como empresários, torcemos para ver uma reforma tributária. Não queremos pagar menos imposto, também não queremos pagar mais. Queremos uma simplificação, uma revisão do sistema tributário.
O Brasil precisa simplificar a maneira de cobrar tributos de uma forma que seja mais fácil de ser fiscalizado, porque há muitos impostos e tem muita gente que não paga.
Quando simplifica, é melhor para quem paga e fica mais fácil para o governo cobrar de quem não paga.
A melhor maneira de contribuir para a redução da desigualdade social é pela geração de empregos e de investimentos, e isso só é possível num país que tenha um modelo tributário claro e fácil, que tenha controle de despesa e que cuide do meio ambiente.
Alguma outra medida específica?
Acreditamos muito que o Brasil vai precisar de ter um programa de renovação de frota. Não é dar subsídio ou juro barato para comprar caminhão novo, mas para retirar os velhos das ruas.
O País tem hoje uma frota com idade média de 20 anos, o que significa que há caminhões rodando com mais de 40 anos.
Todos os países desenvolvidos criaram um processo de comprar o caminhão velho e sucatear. Isso contribui com o meio ambiente, reduz a poluição, melhora a saúde e a segurança das pessoas.
Esse é um tema discutido há vários anos, mas nunca andou.
“Investir sem se preocupar com impacto é quase uma irresponsabilidade”, afirma Daniel Izzo, da Vox Capital
O sócio-fundador da primeira venture capital de impacto do país conta como o setor vem se desenvolvendo, quem investe e os principais desafios para a sua democratização
Após três anos da privatização, Eletrobras (ELET3) ainda não atingiu as expectativas do mercado; entenda o que está travando a ex-estatal
A companhia do setor elétrico avanços nesse período, contudo, o desempenho das ações ainda está aquém do esperado pelo mercado
Dividendos e JCP: saiba quanto a Multiplan (MULT3) vai pagar dessa vez aos acionistas e quem pode receber
A administradora de shopping center vai pagar proventos aos acionistas na forma de juros sobre capital próprio; confira os detalhes
Compra do Banco Master: BRB entrega documentação ao BC e exclui R$ 33 bi em ativos para diminuir risco da operação
O Banco Central tem um prazo de 360 dias para analisar a proposta e deliberar pela aprovação ou recusa
Prio (PRIO3): Santander eleva o preço-alvo e vê potencial de valorização de quase 30%, mas recomendação não é tão otimista assim
Analistas incorporaram às ações da petroleira a compra da totalidade do campo Peregrino, mas problemas em outro campo de perfuração acende alerta
Estreia na Nyse pode transformar a JBS (JBSS32) de peso-pesado brasileiro a líder mundial
Os papéis começaram a ser negociados nesta sexta-feira (13); Citi avalia catalisadores para os ativos e diz se é hora de comprar ou de esperar
Minerva (BEEF3) entra como terceira interessada na incorporação da BRF (BRFS3) pela Marfrig (MRFG3); saiba quais são os argumentos contrários
Empresa conseguiu autorização do Cade para contribuir com dados e pareceres técnicos
“Com Trump de volta, o greenwashing perde força”, diz o gestor Fabio Alperowitch sobre nova era climática
Para o gestor da fama re.capital, retorno do republicano à Casa Branca acelera reação dos ativistas legítimos e expõe as empresas oportunistas
Dividendos e JCP: Telefônica (VIVT3), Copasa (CSMG3) e Neoenergia (NEOE3) pagam R$ 1 bilhão em proventos; veja quem tem direito a receber
A maior fatia é da B3, a operadora da bolsa brasileira, que anunciou na noite desta quinta-feira (11) R$ 378,5 milhões em juros sobre capital próprio
Radar ligado: Embraer (EMBR3) prevê demanda global de 10,5 mil aviões em 20 anos; saiba qual região é a líder
A fabricante brasileira de aviões projeta o valor de mercado de todas as novas aeronaves em US$ 680 bilhões, avanço de 6,25% em relação ao ano anterior
Até o Nubank (ROXO34) vai pagar a conta: as empresas financeiras mais afetadas pelas mudanças tributárias do governo
Segundo analistas, os players não bancários, como Nubank, XP e B3, devem ser os principais afetados pelos novos impostos; entenda os efeitos para os balanços dos gigantes do setor
Dividendo de R$ 1,5 bilhão da Rumo (RAIL3) é motivo para ficar com o pé atrás? Os bancos respondem
O provento representa 70% do lucro líquido do último ano e é bem maior do que os R$ 350 milhões distribuídos na última década. Mas como fica a alavancagem?
O sinal de Brasília que faz as ações da Petrobras (PETR4) operarem na contramão do petróleo e subirem mais de 1%
A Prio e a PetroReconcavo operam em queda nesta quinta-feira (12), acompanhando os preços mais baixos do Brent no mercado internacional
Dia dos Namorados: por que nem a solteirice salva apps de relacionamento como Tinder e Bumble da crise de engajamento
Após a pandemia, dating apps tiveram uma queda grande no número de “pretendentes”, que voltaram antigo método de conhecer pessoas no mundo real
Bradesco (BBDC4) surpreende, mas o pior ficou para trás na Cidade de Deus? Mercado aumenta apostas nas ações e diretor revela o que esperar
Ações disparam após balanço e, dentro da recuperação “step by step”, banco mira retomar níveis de rentabilidade (ROE) acima do custo de capital
Despedida da Wilson Sons (PORT3) da bolsa: controladora registra OPA; veja valor por ação
Os acionistas que detém pelo menos 10% das ações em circulação têm 15 dias para requerer a realização de nova avaliação sobre o preço da OPA
A Vamos (VAMO3) está barata demais? Por que Itaú BBA ignora o pessimismo do mercado e prevê 50% de valorização nas ações
Após um evento com os executivos, os analistas do banco reviram suas premissas e projetam crescimento de lucro para 2025 e 2026
A notícia que derruba a Braskem (BRKM5) hoje e coloca as ações da petroquímica entre as maiores baixas do Ibovespa
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, e o empresário Nelson Tanure falaram sobre o futuro da companhia e preocuparam os investidores
T4F (SHOW3) propõe pagar R$ 1,5 milhão para encerrar processo sobre trabalho análogo à escravidão no Lollapalooza, mas CVM rejeita
Em 2023, uma fiscalização identificou que cinco funcionários da Yellow Stripe, contratada da T4F para o festival, estavam dormindo no local em colchonetes de papelão
Em meio ao ânimo com o Minha Casa Minha Vida, CEO da Direcional (DIRR3) fala o que falta para apostar mais pesado na Faixa 4
O Seu Dinheiro conversou com o CEO Ricardo Gontijo sobre a Faixa 4 do Minha Casa Minha Vida, expectativas para a empresa, a Riva, os principais desafios para a companhia e o cenário macro