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Onde os brasileiros investem: CDBs ultrapassam ações no 1º semestre, e valor investido em LCIs e LCAs dispara

Ilustração sobre melhores investimentos na renda fixa em 2019

A aversão a risco que tomou conta dos mercados globais na primeira metade de 2022 levou os investidores a correrem para a renda fixa e desvalorizou os ativos mais arriscados, como as ações. E esse movimento ficou bem claro na carteira dos investidores pessoas físicas brasileiros, como mostra levantamento da Anbima publicado nesta terça-feira (02).

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O volume investido pelas pessoas físicas no primeiro semestre totalizou R$ 4,6 trilhões, um crescimento de 2,8% no período, considerando investidores de varejo tradicional, varejo alta renda e private banking, num total de 140 milhões de contas - lembrando que um mesmo CPF pode ter mais de uma conta.

A participação da renda fixa neste montante subiu de 57,5% em dezembro de 2021 para 61,3% em junho de 2022 (R$ 2,8 trilhões), enquanto a da renda variável caiu de 19,5% para 16,7% (R$ 775,9 bilhões) no mesmo período.

Fonte: Anbima

A caderneta de poupança continuou sendo, como era de se esperar, o principal investimento dos brasileiros, com quase R$ 1 trilhão em volume. No entanto, o valor poupado diminuiu ao longo do primeiro semestre, caindo de R$ 988,8 bilhões em dezembro para R$ 966 bilhões em junho.

“Isso se deve ao aumento do consumo pós-pandemia. Durante a pandemia, vimos um acúmulo grande de recursos pelos poupadores, que foram consumidos no primeiro semestre”, explica Ademir Correa, presidente do Fórum de Distribuição da Anbima.

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Volume em CDBs ultrapassa ações

Mas entre os demais investimentos de renda fixa, o grande destaque foram os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), cujo volume investido em junho totalizou R$ 647,7 bilhões, uma alta de 13,6%.

A cifra ultrapassou o volume alocado em ações (R$ 576,9 bilhões), que recuou 10,7% no semestre, por conta da migração para ativos mais seguros e a desvalorização dos papéis. Em dezembro de 2021 e 2020, o volume investido em ações pelas pessoas físicas superava o valor alocado em CDBs.

O crescimento do volume alocado nestes títulos de renda fixa, por sua vez, foi puxado pelos investidores do varejo tradicional e do varejo alta renda, uma vez que, no private, o investimento em CDBs caiu no semestre. A alta da Selic, que aumenta a rentabilidade desses papéis, também ajudou a engordar o volume.

Outro destaque na renda fixa foram as LCIs e LCAs, cujos volumes investidos saltaram dois dígitos no semestre, tanto no private quanto nos segmentos de varejo. No total, o valor alocado em LCIs cresceu 25,4%, para R$ 162,4 bilhões, enquanto o volume de LCAs subiu 38,5%, para R$ 249,6 bilhões.

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São percentuais maiores do que os crescimentos dos dois tipos de ativos em todo o ano passado, que foram de 12,3% para as LCIs e 24,2% para as LCAs.

Fonte: Anbima

O investidor conservador saiu ganhando

Os investidores de varejo e varejo alta renda brasileiros fizeram jus ao seu perfil conservador no primeiro semestre e se deram bem com isso. Eles mantêm 81,7% dos seus investimentos em renda fixa, sendo a poupança o principal produto (32,9%), seguida dos CDBs (19,9%).

No private, por sua vez, a renda fixa representa apenas 27,5% do volume; esses investidores mais abastados concentram a maior parte dos seus recursos em renda variável (30,5%), que é seguida dos produtos híbridos (28,1%), onde os fundos multimercados (aqueles que investem em diversas classes de ativos) se destacam, com 24,2% do volume.

Fonte: Anbima

Esses perfis de alocação explicam o crescimento do volume investido pelo varejo e a queda dos volumes do private no primeiro semestre.

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Enquanto a alta concentração em renda fixa e o aumento dos juros levou o volume do varejo tradicional a crescer 5,9% e o do varejo alta renda a subir 5,4%, as incertezas globais, como o risco de recessão nos países ricos, a guerra da Ucrânia e a escalada de juros nos EUA, impactaram negativamente a renda variável e fizeram o volume do private cair 1,7% na primeira metade do ano.

“Essa queda semestral do private se explica pelas carteiras mais expostas a ativos de alta volatilidade nesse público”, explica o presidente do Fórum de Distribuição da Anbima.

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