Os fundos de investimento em ações que têm a estratégia de investir no exterior acumulam a pior queda no ano de 2022 até setembro.
De acordo com dados consolidados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) até setembro, esses fundos estão caindo 12,4% no ano e figuram como o grande destaque negativo dentre todas as classes de fundos.
A forte queda representa uma mudança drástica em relação a 2021. No mesmo período do ano passado, essa foi uma das únicas classes de fundos de ações que acumulava ganhos.
Confira no gráfico abaixo:
Atrás dessa categoria de fundos, estão outras duas estratégias de investimento em ações. Os fundos que investem em qualquer tipo de ação acumulam queda de 4,1% e os que investem em small caps caem 3,9% no ano.
Fundos macro se destacam
Dentre todas as classes de fundo, a que mais vem se destacando até agora em 2022 é a dos fundos multimercado macro, que acumulam rentabilidade de 15,7% no ano. A alta, inclusive, supera a referência (benchmark) para esse tipo de fundo, a taxa DI, que, no mesmo período, avança 8,9%.
Porém, parece que o investidor não está se aproveitando dessa rentabilidade. Isto porque a indústria dos fundos multimercados lidera os resgates acumulados no ano, com R$ 79,7 bilhões.
A explicação, de acordo com diretores da Anbima, está relacionada a um cenário de incerteza que suscitou um movimento de aversão a risco.
Além disso, o aumento das taxas de juros tornou outros investimentos mais atrativos, principalmente os que são isentos de imposto de renda, como os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e do Agronegócio (CRA).
“Nos últimos 10 ou 12 meses, a gente tem visto uma aceleração no aumento da taxa de juros que faz com que as pessoas reavaliem seus portfólios e acabem fazendo migrações”, afirmou Pedro Rudge, vice-presidente da Anbima.
Indústria continua crescendo
Ainda que, em termos de captação líquida, a indústria de fundos como um todo acumule R$ 17,1 bilhões em resgates neste ano até setembro, ela continua crescendo.
Comparando com o mesmo período de 2021, o patrimônio líquido da indústria passou de R$ 6,9 trilhões para R$ 7,4 trilhões, ou seja, uma variação positiva de 7,8%.
Além disso, o número de contas cresceu 10,1% e o número de fundos 11,3%. Também há mais gestores no mercado, que agora somam 910, um aumento de 13,2% em relação ao mesmo período do ano passado.
Confira o balanço completo da Anbima aqui.