Uma das principais críticas que se faz ao universo das criptomoedas é a pouca preocupação com o usuário final. Mas essa experiência pode estar prestes a mudar com o Ethereum Name Service (ENS), que promete melhorar a sua “identidade digital”.
Esse pode ser um importante passo para a apresentação de cada usuário dentro do contexto do Metaverso — que engloba aspectos sociais, econômicos e culturais no universo digital — e da Web 3.0, a nova geração da internet.
O ENS nada mais é do que um programa que transforma os caracteres dos endereços das carteiras digitais (wallets) em palavras escolhidas pelo usuário. Assim, é possível registrar domínios e nomes únicos na blockchain — assim como acontece com usuários em redes sociais, mas em escala ampliada.
Essa tecnologia ganhou os holofotes após o bem sucedido The Merge (“A Fusão”, em inglês) acontecer na rede do ethereum (ETH). Existe uma grande expectativa com o aumento da demanda por serviços na rede, incluindo o de identidades digitais.
Assim, o token ENS chegou a disparar mais de 10% nesta quinta-feira (06), mas reduziu a alta ao longo do dia para 5,14%, negociado a US$ 17,40. Desde as mínimas históricas, atingidas em junho deste ano, a criptomoeda já subiu 133%.
Apesar do nome, vale lembrar que a ENS não tem relação com o ethereum além de rodar e ter aplicações na rede da segunda principal criptomoeda do mercado.
O que faz o Ethereum Name Service (ENS)
Uma carteira de bitcoin (BTC) tem entre 26 e 32 caracteres — entre letras maiúsculas, minúsculas e números — mas, com o ENS, é possível registrar o endereço dessa wallet com o nome “renan.sousa”, por exemplo.
À primeira vista, esse mecanismo parece simples, mas vale lembrar que, atualmente, para fazer a transferência entre wallets, existem duas possibilidades: por meio de um QR Code ou com o endereço da carteira.
E é mais fácil decorar “renan.sousa” do que uma chave com esta aparência:
OdmdECDcmk34mfosDvreth789ErcGgLos12 (Atenção: este é um endereço aleatório, não tente transferir criptomoedas para essa carteira)
De acordo com especialistas, por estar na mais importante blockchain de segunda camada (layer 2 ou L2), o Ethereum Name Service deve despontar entre os protocolos que focam em identidade digital.
Aumento da demanda
O programa de atualizações da rede ethereum (ETH) apenas começou com o The Merge, mas existe todo um cronograma a ser seguido que deve aumentar a demanda pela blockchain nos próximos anos.
E essa demanda também deve se refletir em uma carência de novos endereços oficiais na rede — e quanto mais simples para fazer transferências e achar nomes, mais dinheiro deve circular na rede do ethereum.
Assim, tanto o token ENS quanto o ETH tem grandes chances de se beneficiarem desse cenário.
Outras utilidades do Ethereum Name Service
Mas a identificação de endereços de carteiras é apenas um primeiro passo.
Como antes dito, dentro dos conceitos de Metaverso e Web 3.0, a identidade digital é tão importante quanto um avatar bonito. Vale ressaltar que o que diferencia a Web 2.0 de sua versão 3.0 é o maior foco no usuário do que na plataforma em si.
Espaços como sites, jogos, redes sociais e mesmo terrenos no universo cibernético devem precisar de endereços específicos — e aí entra o ENS mais uma vez.
O otimismo com o Ethereum Name Service, porém, pode ser exagerado. Afinal, nem o Metaverso nem a Web 3.0 conseguiram construir algo sólido o bastante para animar os analistas no curto prazo.
É preciso ressaltar também que não existe uma data para a valorização desses tokens — e nem se o Metaverso ou a Web 3.0 será uma coisa para a presente geração.
É possível comprar o token ENS em exchanges como Binance, OKX e Bybit.