O avanço no diálogo entre Rússia e Ucrânia aliviou o medo dos investidores, preocupados com a guerra e com as consequências dela no longo prazo. Na sessão da última terça-feira (29), as bolsas pelo mundo encerraram o dia majoritariamente em alta, com as notícias de que as negociações prosseguem.
A Rússia aceitou reduzir o poderio militar na região de Kiev, capital da Ucrânia, e uma nova rodada de conversas entre os países volta a acontecer na Turquia. Ao mesmo tempo, o presidente americano, Joe Biden, juntamente com líderes europeus, devem levantar novas medidas para continuar pressionando Moscou pelo fim da guerra.
Enquanto isso, o investidor local permanece de olho na troca de chefia da Petrobras (PETR4) e nas mudanças que devem ocorrer nos próximos dias nos ministérios e no corpo do governo federal.
Como de costume, é esperado que alguns membros do governo deixem seus cargos para concorrer às eleições do final do ano. O prazo da chamada desincompatibilização — período que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estipula para isso acontecer — começa no sábado (02).
Confira o que movimenta as bolsas, o Ibovespa e o dólar nesta quarta-feira (30):
Bolsas lá fora em compasso de espera
A Ásia encerrou as negociações majoritariamente em alta, com otimismo em relação às conversas entre Rússia e Ucrânia, mas pressionadas pelo avanço da covid-19 na região.
Por outro lado, as bolsas da Europa amanheceram mistas, ainda no aguardo de novidades do acordo de um possível cessar-fogo. Ainda ontem, representantes russos não descartaram a possibilidade de um encontro entre Vladimir Putin, presidente russo, e seu equivalente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Já os futuros de Nova York caem em um movimento de ajuste após os ganhos da última sessão.
Por aqui, o Ibovespa fechou em alta de 1,07%, aos 120.014 pontos, maior nível desde agosto do ano passado. O dólar à vista recuou 0,31%, a R$ 4,7578.
Os indicadores que mexem com bolsa e dólar
Depois do relatório Jolts de empregos divulgado na última quarta-feira, a publicação de vagas no setor privado, chamado ADP, deve ser o grande indicador do dia.
Os dois relatórios preparam o terreno para a publicação da folha de pagamento, o chamado payroll, dos Estados Unidos nesta sexta-feira (1º). Além disso, a publicação do PCE — o índice de preços ao consumidor norte-americano — no trimestre também é um preparativo para a inflação anual e mensal de amanhã.
Enquanto isso, no Ibovespa…
O cenário doméstico começa a ser tomado pelo clima eleitoral. Nesta sexta-feira termina o período da janela partidária, quando deputados e senadores trocam de partido sem perder o mandato para concorrer às eleições.
O período de desincompatibilização também deve movimentar os corredores do Palácio do Planalto, que já enfrenta uma troca de cadeiras no ministério da Educação.
Por falar em Brasília
O Tesouro Nacional publica hoje o resultado primário do governo central de fevereiro e o relatório mensal da dívida pública.
De acordo com as projeções de especialistas ouvidos pelo Broadcast, o Tesouro Nacional, o Banco Central e a Previdência Social — que formam o governo central — devem registrar déficit primário de R$ 16,20 bilhões em fevereiro, de acordo com a mediana das expectativas.
Por último, fica no radar o IGP-M de março, que deve cair de 1,83% para 1,32% neste mês, de acordo com o Broadcast. No acumulado dos últimos 12 meses, a mediana das projeções espera um avanço de 14,25%, enquanto neste ano, o IGP-M sobe 10,55%.
Agenda do dia
- FGV: IGP-M de março (8h)
- Tesouro Nacional: Resultado primário do governo central de fevereiro (10h30)
- Estados Unidos: Relatório sobre a criação de empregos no setor privado (ADP) em março (9h15)
- Estados Unidos: Leitura trimestral do índice de preços ao consumidor, medido pelo PCE (9h30)
- Tesouro Nacional: Relatório Mensal da Dívida de fevereiro (10h30)
- Tesouro Nacional: Secretário do Tesouro, Paulo Valle, concede entrevista sobre o resultado primário de fevereiro (15h)