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Dólar deve voltar a disparar no final do ano – e não tem nada a ver com as eleições, diz CEO da Armor Capital

Gravação do episódio #08 do Market Makers com os convidados Alfredo Menezes e Rodrigo Campos

Gravação do episódio #08 do Market Makers com os convidados Alfredo Menezes e Rodrigo Campos

Se você está esperando a cotação do dólar cair para comprar a moeda, talvez tenha que aguardar mais um pouco. Mais precisamente, até o começo do ano que vem.

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A expectativa do CEO da Armor Capital, Alfredo Menezes, é de que a moeda americana suba com força no final do último trimestre deste ano, mas volte a despencar em janeiro de 2023.

Ao lado de Rodrigo Campos, agora também sócio da Armor, Menezes compareceu ao Market Makers desta semana para compartilhar a visão da casa para a economia e os principais ativos.

De maneira resumida, Menezes e Campos explicaram ao apresentador do Market Makers, Thiago Salomão, e seu sócio Josué Guedes —que está cobrindo as férias do outro apresentador fixo, Renato Santiago — por que o fluxo de dinheiro estrangeiro deve piorar no final do ano.

A Armor enxerga o dólar chegando a até R$ 5,80 no final de 2022, mas caindo para R$ 5,10 no começo do ano que vem. A casa também está pessimista com o euro e otimista com as bolsas americana e brasileira.

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Abaixo, no texto, você pode conferir alguns detalhes do bate-papo. Se preferir, a íntegra do episódio #08 também está disponível:

Do Twitter para o microfone

As décadas de experiência dos dois convidados rendem anedotas e opiniões levadas a público por eles próprios por meio do Twitter — e não é raro se deparar com alguma postagem deles que viraliza.

No Market Makers, eles confessaram já terem pensado em abandonar as redes sociais por causa das polêmicas em que, muitas vezes, se envolvem. Mas desistem da ideia porque se veem numa posição de ajudar a combater a desinformação sobre investimentos.

Sem citar nomes, os convidados criticaram assessores de investimento que não consideram as particularidades de cada cliente antes de oferecer-lhes carteiras que eles julgam inadequadas.

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Campos contou que sua ex-sogra, uma octogenária, recebeu ligação de um agente autônomo que ofereceu um título público com resgate em 50 anos.

“Aí eu liguei pro cara e falei: deixa eu ver se eu entendi, você quer que essa senhora resgate com 130 anos, é isso mesmo? O senhor é um fanfarrão, hein?”, detalhou.

Eleições, a polêmica-mor

Dentro do tema que mais tem causado polêmica ultimamente, as eleições, os dois entrevistados não escondem suas preferências por uma política de direita.

O CEO da Armor, inclusive, viralizou no Twitter com um post no qual admitia seu viés de direita e sua preferência pelo capitalismo ao socialismo.

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Ao Market Makers, ele reiterou o conteúdo do tweet, mas ressaltou que acha que os mercados ou o dólar não terão “emoção alguma”, seja com Lula ou com Bolsonaro.

“A única emoção que a gente pode ter é um nome ruim do ministro da Economia. Se vier um ministro a la [Guido] Mantega, acho que o mercado pode estressar sim”, disse Menezes. Essa fala já havia sido destacada numa entrevista ao Seu Dinheiro no começo de maio. 

Menezes ressaltou, ainda, que quem quer que vença as eleições vai pegar um “rabo de foguete ferrado”.

“Qualquer um dos dois vai ter que começar o ano aumentando o fiscal ou reduzindo os gastos. Eu acho muito mais difícil o Lula sair reduzindo os gastos do que um governo tipo [Paulo] Guedes-Bolsonaro”, apontou.

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Por isso, disse Menezes, é de suma importância saber quem será o ministro da Economia de Lula. Ele opina que, se Lula começar a ver que a eleição está ficando ruim para ele, o petista deve apontar um bom nome para “buscar o pessoal de centro da Faria Lima”.

“O Lula é o político mais perspicaz que eu conheci no mundo. Ele pode não ter cultura, mas ele é inteligente, tem política, ele manda bem ‘pacas’”, disse.

E o dólar?

Polêmicas à parte, o Brasil deve passar por uma nova desvalorização da moeda nacional no final do ano, mas isso tem pouco a ver com as eleições, de acordo com os entrevistados.

Menezes explica que as matrizes de empresas americanas viram os juros subirem e devem pedir que as filiais, que lucraram muito, remetam o máximo de dividendos - em dólar - possível.

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Mas a expectativa é de que esse fluxo se concentre no final do último trimestre, o que deve levar o dólar às máximas entre novembro e dezembro.

“Aí, em janeiro, volta a despencar, igualzinho o que aconteceu entre o ano passado e este”, disse Menezes.

Na bolsa, a Armor vê os múltiplos das ações do setor financeiro muito atrativos. Além disso, os setores de energia e de saúde são os preferidos da gestora, que está com 20% do patrimônio líquido alocado na bolsa brasileira.

Também há otimismo com a bolsa americana, na qual a Armor investe por meio do índice S&P 500 e, sem citar nomes, um ou outro papel específico de empresas que conseguem repassar a alta de preços aos consumidores.

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Quando se trata de Europa, no entanto, a Armor está vendida no euro, pois a gestora acredita que dificilmente o bloco conseguirá controlar a inflação sem recessão.

“A Europa tem uma desvantagem enorme em relação às outras economias, pois tem uma moeda única enquanto cada país tem sua política fiscal. Então eles não têm os dois instrumentos principais para combater a inflação”, afirmou Menezes.

Você também pode assistir ao episódio #08 do Market Makers no YouTube:

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