Site icon Seu Dinheiro

Acionistas defendem derrubada de ‘pílula de veneno’ na IMC (MEAL3), que opera as redes Frango Assado, KFC e Pizza Hut; papéis sobem forte na B3

Fachada de unidade da rede Frango Assado, do grupo IMC

Rede de restaurantes Frango Assado, do grupo IMC

Um dos principais acionistas da rede de restaurantes IMC (MEAL3) quer aumentar a participação na companhia, que opera marcas como Frango Assado, KFC e Pizza Hut no Brasil. Mas antes defendeu mudanças no estatuto da companhia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Donos de 27% do capital da IMC (MEAL3), os fundos da UV Gestora pediram a convocação de uma assembleia de acionistas para derrubar a chamada "pílula de veneno" (poison pill).

O dispositivo é usado para dificultar a tomada de controle de uma empresa com capital pulverizado na bolsa, quando um acionista pode em muitos casos dar as cartas mesmo sem alcançar mais de 50% de participação.

No caso específico da IMC, a pílula de veneno do estatuto determina que qualquer investidor que atingir 30% do capital precisa lançar uma oferta pública de aquisição das ações dos demais acionistas. O preço por ação nessa oferta precisa igual ou maior que o maior preço pago pelo investidor nos seis meses anteriores.

No pregão de hoje, as ações MEAL3 eram negociadas em forte alta de 5,66% por volta das 11h25. Mas ainda acumulam queda de mais 20% nos últimos 12 meses. Leia também a cobertura completa de mercados hoje.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por que os acionistas da IMC querem tirar a pílula de veneno?

Em carta encaminhada à IMC, a UV Gestora informou que acredita no potencial de longo prazo da rede de restaurantes e pretende aumentar a participação na companhia.

O que o fundo não deseja é ter de fazer uma oferta por todas as ações caso alcance os 30% do capital, conforme previsto na pílula de veneno do estatuto.

“A companhia pode se beneficiar da existência de um acionista de longo prazo com participação relevante no capital social, que apoie a administração da IMC no contexto atual das suas operações, em especial levando-se em consideração os desafios gerados pela pandemia do covid-19”, escreveu a gestora.

Embora queira aumentar a participação, a UV informou que não tem um percentual específico no capital que deseja alcançar. A gestora vai informar o mercado quando e se realizar novas compras de ações.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O objetivo pelo menos declarado do fundo não é mudar a administração da IMC. “Os Fundos UV reforçam por meio desta solicitação sua confiança no negócio e na atual gestão da companhia.”

O conselho da empresa precisa agora se reunir para decidir sobre o pedido de assembleia e marcar uma data para o encontro de acionistas.

Como está a IMC?

A IMC foi duramente abalada pela pandemia da covid-19. Afinal, as medidas de isolamento social necessárias para conter o coronavírus obrigaram os restaurantes a se manterem fechados durante boa parte de 2020. No ano passado, a segunda onda de casos acabou afetando o fluxo de clientes.

A empresa tinha como controlador o fundo norte-americano Advent, mas passou a ter o capital pulverizado na B3 após a saída da gestora. Desde então, passou por vários rumores e tentativas de fusão, uma delas lançada pela Sapore.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A pílula de veneno no estatuto da IMC, inclusive, foi aprovada pelos acionistas no fim de 2018 para evitar o avanço do empresário Daniel Mendez.

No ano seguinte, a empresa se uniu à rede do empresário Carlos Wizard, que tinha os direitos sobre as marcas Pizza Hut e KFC no país. Mas a combinação de negócios nem chegou a deslanchar porque pouco tempo depois veio a pandemia.

Em março do ano passado, a IMC trouxe Alexandre Santoro, ex-presidente global da rede Popeye's — para o comando da companhia. No fim do ano passado, o executivo concedeu uma entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro para falar sobre as perspectivas da empresa.

Leia também:

Exit mobile version