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Nasdaq puxa recuperação vigorosa das bolsas internacionais, mas Ibovespa esbarra na Vale; dólar vai a R$ 4,87

Palavra IBOV com braços e pernas de desenho escorregando em uma banana e fundo vermelho com gráficos em queda | Ibovespa, dólar

IBOV escorregando em uma banana com gráficos em queda

Na maior parte dos dias normais, os temores com a inflação persistente, elevação de juros e risco de recessão nas principais economias do mundo são suficientes para minar todo e qualquer apetite por risco da bolsa. Mas hoje não foi um dia normal. 

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Depois de alguns blefes e muitos rumores, o Twitter confirmou que o bilionário Elon Musk comprou a rede social por cerca de US$ 44 bilhões. Assim como ocorreu no dia em que Musk anunciou ter comprado uma fatia de 9%, as ações da companhia dispararam em Wall Street, revertendo o cenário caótico observado no começo do dia. 

Durante a madrugada, a bolsa de Xangai caiu mais de 5% com temores de uma desaceleração violenta da economia, e tudo levava a crer que os mercados ocidentais reagiriam de forma semelhante aos últimos números da China e o reflexo da desaceleração de uma potência econômica no atual cenário global. 

As primeiras horas do dia foram de perdas expressivas para os mercados, com Europa, Estados Unidos e Brasil operando no negativo – no pior momento, o principal índice brasileiro chegou a perder o patamar dos 110 mil pontos e o dólar avançou cerca de 3% contra o real.

A venda do Twitter pode ter sido a fagulha que incendiou Wall Street tão rápido quanto um dos foguetes de Musk, mas os investidores também possuem outros elementos na cabeça. Nos próximos dias, pesos-pesados do setor de tecnologia irão divulgar os seus resultados trimestrais – e o mercado está animado com o que deve vir por aí. 

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Em Nova York, os três principais índices fecharam em alta firme, mas foi insuficiente para a bolsa brasileira. Com as preocupações chinesas pesando sobre as commodities, o Ibovespa fechou a sessão em queda de 0,35%, aos 110.684 pontos. O dólar à vista também fechou longe das máximas, mas ainda assim acumulou uma alta de 1,29%, a R$ 4,8755

Nos próximos dias a bolsa brasileira deve se debruçar sobre os números da temporada de balanço do primeiro trimestre, mas enquanto as novidades ainda são escassas, o bom humor internacional aliviou a dor de cabeça. A recuperação vista na etapa final de negociação só não foi maior porque a Vale e o setor de siderurgia repercutiram de forma negativa a queda de 10% do minério de ferro. 

Dores chinesas

As preocupações em torno dos novos surtos de covid-19 na China seguem pesando na economia global. Embora os mercados ocidentais tenham escapado de um banho de sangue nesta segunda-feira (25), a bolsa de Xangai recuou mais de 5% após a região apresentar um crescimento recorde no número de casos da covid-19. 

Em Pequim foram registrados 22 novos casos de covid-19 no domingo (24), o maior número deste ano, enquanto Xangai viu o número de mortos pela doença triplicar. 

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O impacto da política rigorosa de contenção da pandemia já pode ser sentida novamente nos números oficiais. As vendas no varejo recuaram 3,5% em março, maior do que as projeções de queda de 2,0%. O desemprego chinês atingiu o maior patamar em quase dois anos, a 5,8%. 

Um crescimento menor significa um consumo de matérias-primas também mais enxuto. Por isso, as commodities operaram em forte queda ao longo do dia, com o minério de ferro recuando 10%. 

Um cenário mais desafiador tende a impactar de forma relevante as empresas brasileiras, principalmente Vale, CSN e Gerdau. Com grande peso no Ibovespa, o índice repercute esse movimento.

Ecos sombrios

Na primeira etapa do pregão, os investidores não conseguiram ignorar a mensagem que havia ficado da semana passada, quando diversos dirigentes do Federal Reserve – incluindo o presidente Jerome Powell – defenderam uma alta de 50 pontos-base na próxima reunião do Banco Central americano. 

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Para o mercado, está cada vez mais claro que a política monetária adotada precisará levar a taxa de juros para um patamar acima do neutro como forma de controlar a inflação. Além disso, devemos ver também uma alta dos juros na Europa e no Brasil, caso a inflação siga no patamar atual.

Com a retomada do apetite por risco no exterior e o fôlego do Ibovespa, o mercado local se desfez de excessos da última sexta-feira (25), permitindo que o dia fosse de recuo para os principais vencimentos no mercado de juros:

CÓDIGONOMETAXAFEC 
DI1F23DI jan/2312,93%12,99%
DI1F25DI Jan/2511,98%12,15%
DI1F26DI Jan/2611,81%11,97%
DI1F27DI Jan/2711,80%11,97%

Sobe e desce do Ibovespa

Dentre as maiores quedas do dia tivemos as ações do setor de mineração e siderurgia, repercutindo a queda de 10% do minério de ferro e as perspectivas negativas para a economia chinesa. 

Outro destaque relevante foram os papéis da Natura. Na semana passada, antes do feriado, a companhia se reuniu com analistas do mercado e trouxe projeções piores do que a esperada para o balanço que será divulgado no próximo dia 5. Confira os piores desempenhos do dia:

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CÓDIGONOMEVALORVAR
BRFS3BRF ONR$ 13,98-3,65%
CSNA3CSN ONR$ 21,43-2,64%
SOMA3Grupo SomaR$ 13,31-2,56%
GOAU4Metalúrgica Gerdau PNR$ 11,18-2,27%
NTCO3Natura ONR$ 20,07-2,10%

Confira também as maiores altas do dia no Ibovespa:

CÓDIGONOMEVALORVAR
COGN3Cogna ONR$ 2,613,57%
CMIG4Cemig PNR$ 15,052,87%
PETZ3Petz ONR$ 15,872,85%
YDUQ3Yduqs ONR$ 16,702,52%
ABEV3Ambev ONR$ 15,122,51%
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