A última semana de setembro foi agitada no mundo político e no cenário internacional, o que refletiu no desempenho do Ibovespa.
As incertezas sobre o futuro dos juros nas principais economias do mundo abalaram os mercados, que operaram com mais cautela nesta semana. Um dos motivos foi o recuo do Produto Interno Bruto (PIB) nos EUA, no segundo trimestre.
O PIB americano, divulgado na última quinta-feira (29) encolheu 0,6% entre abril e junho. No primeiro trimestre, a atividade econômica já havia recuado 1,6%. Com a nova queda, a economia americana entrou em “recessão técnica”.
O Departamento do Comércio dos EUA também divulgou o Índice de Gastos com Consumo (PCE, na sigla em inglês, dado utilizado como referência de inflação pelo Federal Reserve (Fed). O PCE avançou 0,3% em agosto ante julho.
Já o núcleo do PCE — que exclui os preços de alimentos e energia — subiu 4,7% entre abril e junho.
Com a divulgação dos dados econômicos americanos, os analistas já aguardam uma elevação entre 50 e 75 pontos-base na próxima reunião do Federal Reserve (Fed) — em novembro.
No Brasil, além da última semana da corrida eleitoral antes do primeiro turno, indicadores importantes também foram divulgados. O IPCA-15, considerado prévia da inflação, de setembro registrou queda de 0,37% e superou as expectativas do mercado.
A taxa de desemprego, divulgado na sexta-feira (20) ficou em 8,9% no trimestre até agosto, segundo a Pnad Contínua, do IBGE. Esse é o menor resultado deste o trimestre terminado em agosto de 2015, quando a taxa também ficou em 8,9%.
Por fim, enquanto Wall Street amargava perdas de mais de 1% e encerrava o seu pior trimestre desde 2015, o Ibovespa encerrou a semana em alta de 2,20%, aos 110.036 pontos — um avanço de 0,47% no mês. O dólar à vista teve um leve recuo de 0,02%, a R$ 5,3946. Em setembro, a queda foi de 0,08%.
VEJA TAMBÉM - LULA OU BOLSONARO? Descubra qual é o MELHOR para o SEU BOLSO
Sobe do Ibovespa
Nesta semana, o destaque do Ibovespa foi o fator político. Com a proximidade das eleições, companhias estatais e o setor educacional entraram nos radar dos investidores após discursos dos candidatos, principalmente do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Tarcísio de Freitas (Republicanos), que concorre ao governo de São Paulo.
Na capital paulista, a possível privatização da Sabesp (SBSP3), em caso de vitória do candidato do Republicanos, animou os investidores e a ação da companhia fechou em alta de 6,90%, apesar do rebaixamento da recomendação da empresa pelo banco UBS BB.
Já no caso das educacionais, o bom desempenho se deve às declarações do ex-presidente Lula (PT). O candidato que lidera as pesquisas eleitorais afirmou, em diferentes momentos da campanha, que pretende voltar com os programas sociais de ingresso nas universidades — ProUni e Fies.
Além disso, rumores de que o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, assuma o Ministério da Economia em um eventual governo Lula agitaram o Ibovespa no último pregão do mês de setembro.
Por fim, a incorporadora Cyrela (CYRE3) teve a maior alta da semana com a queda expressiva dos juros futuros, impulsionada pelo pregão da última sexta-feira (30).
Confira as ações com o melhor desempenho da semana:
CÓDIGO | NOME | ULT | VARSEM |
CYRE3 | Cyrela ON | R$ 18,44 | 10,02% |
SBSP3 | Sabesp ON | R$ 49,68 | 7,07% |
VALE3 | Vale ON | R$ 72,01 | 5,02% |
WEGE3 | Weg ON | R$ 32,06 | 5,01% |
YDUQ3 | Yduqs ON | R$ 14,40 | 4,96% |
Desce da bolsa
No campo negativo do Ibovespa, as operadoras de planos de saúde foram as mais penalizadas. Confira:
CÓDIGO | NOME | ULT | VARSEM |
RDOR3 | Rede D'Or ON | R$ 29,72 | -13,73% |
SULA11 | SulAmérica units | R$ 22,10 | -13,50% |
MRFG3 | Marfrig ON | R$ 9,93 | -11,73% |
BBSE3 | BB Seguridade ON | R$ 26,51 | -10,47% |
ECOR3 | Ecorodovias ON | R$ 5,00 | -10,23% |