O Bank of America comunicou nesta terça-feira (6) que iniciou a cobertura do BTG Pactual (BPAC11) recomendando compra dos papéis. O preço-alvo calculado para a ação é de R$ 33, o que significa um potencial de ganho de 25%.
A avaliação do BofA sobre o BTG difere do parecer dado à XP, que está com recomendação neutra.
Para o BofA, o BTG está bem posicionado para apresentar resultados financeiros fortes nos próximos anos. Mas vale ressaltar que essa avaliação está contextualizada num ambiente futuro de taxas de juros mais baixas e uma dinâmica favorável da indústria.
Os economistas do BofA acreditam que a inflação no Brasil atingiu o pico e o Banco Central deve iniciar um ciclo de afrouxamento monetário no ano que vem.
“O ambiente de taxa de juros tem um importante papel na alta do faturamento do BTG, apesar dos recentes esforços da diretoria de diversificar as receitas”, escreveram os analistas do BofA em relatório.
Eles também veem como positiva a cultura de empresa do BTG, que opera numa estrutura societária na qual os funcionários se transformam em sócios do negócio, a chamada “partnership”.
De acordo com o BofA, essa característica alinha os interesses dos acionistas minoritários com os da diretoria e tem sido essencial para manter a eficiência do BTG entre as melhores da indústria.
O setor bancário
A tese de investimento do BofA para o BTG leva em consideração a mudança no setor bancário com a chegada de plataformas de investimentos independentes.
O BofA enxerga os bancos tradicionais trabalhando para seguir o mesmo caminho, lançando plataformas “independentes” da marca mãe. É o caso do Ion, do Itaú, e da Agora, do Bradesco.
“Este é um movimento claro para segurar a perda de participação de mercado em uma indústria em expansão, onde os 5 maiores bancos de varejo reduziram sua participação de 74% para 66% em 2016”, disse o BofA.
Considerando a evolução do mercado de capitais no Brasil, o BofA avalia que o BTG tem uma posição de banco de investimentos proeminente.
“Mudanças no arcabouço regulatório foram na direção correta, simplificando regras, elevando os requisitos de governança corporativa e reduzindo a burocracia e os custos para listar uma companhia no Brasil”, apontou o BofA.
Novas fontes de receita do BTG
Além das mudanças no setor, o BofA vê com bons olhos a diversificação de receitas do BTG, puxada por empréstimos para pequenas e médias empresas e pelo varejo.
“Essas novas verticais são fundamentais para o BTG, fornecendo acesso a financiamentos baratos (depósitos de varejo) e spreads mais altos, por meio de uma plataforma digital eficiente”, considerou o BofA.
Mesmo assim, a ação do BTG está sendo negociada com um desconto de 16% em relação à XP, seu principal concorrente comparável.
“Acreditamos que essa avaliação de desconto deve diminuir devido à recente diversificação de receita do BTG para negócios de ativos leves e habilidades de gerenciamento superiores”, relatou o BofA.
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