Depois de um enorme esforço para migrar suas ações para os Estados Unidos, o Banco Inter estreou na Nasdaq com os papéis em queda.
As ações da holding do banco digital, a Inter&Co, caíram 7,69%, cotadas a US$ 3,48.
O desembarque do Inter na bolsa americana foi marcado por algumas turbulências ao longo do trajeto.
Quando tudo parecia acertado para a mudança, o conselho de administração do Inter decidiu em dezembro do ano passado que não seguiria com a reorganização societária necessária para a migração.
Isso aconteceu porque mais de 10% da base acionista não topou trocar as ações por recibos de ações (BDRs) e preferiu o cash-out, ou seja, receber o valor correspondente em dinheiro.
Dessa forma, o banco decidiu promover algumas mudanças nas condições da reorganização societária e seguir com a mudança. Dentre as mudanças, foi apresentada uma nova proporção para o cash-out.
A reorganização societária foi aprovada em assembleia em maio e, assim, o Inter pôde carimbar o passaporte.
O que mudou nas ações do Inter?
A proposta de incorporar todas as ações do Inter pela Inter Holding Financeira S.A. resultou na emissão de duas classes de ações preferenciais da holding: uma resgatável em BDR e outra resgatável em dinheiro (cash-out).
A opção de cash-out foi limitada a R$ 1,131 bilhão, o equivalente a 10% do total de ações em circulação.
Para cada seis ações preferenciais do Inter e/ou seis ordinárias, o acionista recebeu um BDR. Para cada duas units, também foi entregue um BDR.
Quem não quis ficar com as BDRs, teve até 20 de maio para optar pelo cash-out. O pagamento foi feito na segunda-feira (20).
Por que o Inter foi para os EUA?
De acordo com o Inter, a reestruturação foi proposta com o objetivo de permitir que o banco obtenha aumento de capital no futuro por meio de emissão de ações sem que os atuais controladores percam a maioria das ações com direito a voto.
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